Religiões Afro-Brasileiras

Como a maioria dos grandes países, o Brasil sedia diversas crenças e práticas religiosas. Devido à sua diversidade cultural e sua tradição colonial, o país tem um conjunto de ideais e afiliações religiosas, e é um dos mais religiosos no mundo. De acordo com dados recentes do censo, cerca de 90 por cento dos brasileiros fazem parte de alguma religião. Isso faz dele o país mais religioso da América do Sul, que, por sua vez, é o continente mais religioso do mundo. Na verdade, apenas 1 por cento da população brasileira não acredita em um Deus ou em algum ser espiritual.

A religião desempenha um papel importante na vida do povo brasileiro. Em 1891, quando a Constituição da República do Brasil foi ratificada, o Brasil finalmente deixou de ter uma religião oficial. Hoje, assim como os Estados Unidos e os países da Europa Ocidental, os brasileiros são livres para praticar a religião que escolherem.

Após a colonização por Portugal no século XVI, o país tem sido majoritariamente católico e hoje o Brasil tem mais católicos do que qualquer outro país no mundo, somando aproximadamente 123 milhões de pessoas. No entanto, a proporção da população total do Brasil que se identifica como católica tem diminuído de forma constante nas últimas décadas, enquanto o percentual de brasileiros pertencentes a igrejas protestantes tem aumentado. Porcentagens menores (embora crescentes) de brasileiros se identificam com outras religiões, com as afro-brasileiras, ou não tem nenhuma crença, segundo dados de censo demográfico.

Embora o protestantismo seja a religião que mais cresce no Brasil, o número de brasileiros que pertencem a uma das muitas religiões afro-brasileiras também é crescente. Neste grupo, as duas religiões mais populares e amplamente praticadas são a umbanda e o candomblé.

Umbanda

Umbanda é uma religião brasileira que combina as influências de religiões ameríndias indígenas, africanas, catolicismo e espiritismo. É praticada, principalmente, nas regiões do sul do Brasil, e em menor número em países como Argentina e Uruguai. Não existe um sistema uniforme entre todos os seguidores da Umbanda, mas há certas crenças que são comuns entre a maioria de seus adeptos.

Os praticantes da Umbanda acreditam em uma divindade suprema chamado Olorum (ou Zambi), que possui uma grande variedade de representações. Muitos seguidores acreditam, também, que vários santos católicos e energias divinas emitem forças chamadas Orixás. Alguns seguidores buscam interação com os espíritos dos mortos, e as ideias de karma e reencarnação são também temas centrais desta religião.

Historiadores e teólogos dizem que a religião Umbanda é realmente resultado da mistura de várias religiões diferentes. Seus seguidores creem em uma divindade suprema e reverenciam os santos católicos. A crença de que seus seguidores podem se comunicar com os mortos através de médiuns é adaptada de espiritismo, enquanto a adoção e a deificação de Orixás vem das religiões indígenas.

Candomblé

O Candomblé foi fundada no século XVI por nativos africanos que foram trazidos ao Brasil como escravos durante o domínio Português. A maioria dos religiosos são nativos do Brasil, embora haja também seguidores em outros países da América Central e do Sul e Europa.

No total, os especialistas estimam que a religião tenha cerca de 2 milhões de seguidores em todo o mundo. Os praticantes do Candomblé fazem vários tipos de sacrifícios aos espíritos, pedindo a eles a cura para diversos males. Assim como na Umbanda, o Candomblé ensina seus seguidores que alguns espíritos adorados por ele são, de fato, santos católicos.

Especialistas religiosos e sociais acreditam que o Candomblé é o resultado do sincretismo religioso que combina religiões trazidas do continente Africano com os ensinamentos dos missionários católicos no Brasil do século XVI. A cerimônia de candomblé típica envolve o sacrifício de animais e possessão de espíritos, além de canto e dança.

O Candomblé é uma religião politeísta, ou seja, que acredita em muitos deuses, mas tem, no entanto, um deus principal, chamado Olodumare ou Olorun. A origem da maioria das divindades adoradas pelos praticantes do Candomblé pode ser encontrada nas mentes de uma ou mais das religiões de origem africana e santos católicos. Existe uma vertente do Candomblé que possui uma forte influência islâmica, que vem dos escravos que foram trazidos para o Brasil do norte da África durante o tempo em que o Islã dominou a região. Os que aderem a este segmento são chamados de varões e têm diferentes crenças e práticas de outros adeptos do candomblé. Eles interagem com diferentes espíritos, têm diferentes dias festivos e suas roupas são semelhantes as dos muçulmanos do Oriente Médio.

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