A religião é uma das coisas que está mais intrínseca no planeta. E isso se dá, principalmente, por conta da presença maciça de várias religiões no planeta. Por exemplo, existem mais de 3 mil delas em atividade por todo o planeta. E isso ajuda a indicar que mais da metade da população da Terra, que atualmente está em mais de 7 bilhões, são adeptas de alguma seita ou doutrina religiosa.
Desse grande leque, se destaca o Cristianismo, que é, de longe, a principal religião de todo o planeta, por conta de sua grandeza e do que ela representa para muitas outras doutrinas que são nela inspiradas. Isso se dá por conta do grande número de adeptos de suas várias vertentes (um número que chega a mais de 2,2 bilhões de pessoas em todo o planeta) e, que, por milênios, foi decisiva para tornar a sociedade o que ela é hoje.
O Brasil, por exemplo, é o maior país do mundo quando se fala em catolicismo, e isso tem uma explicação, já que a colonização brasileira teve uma grande influência da religião Cristã já que, na Europa, vivia o seu auge, para depois entrar em declínio. Esse declínio não afetou o crescimento da religião no país, que, até hoje, tem um fundamentalismo pautado bem grandemente sobre o cristianismo católico.
Uma das diferenças do catolicismo para outras vertentes dentro do cristianismo é, justamente, a possibilidade de se reverenciar àquelas pessoas que, de alguma forma, puderam contribuir para que a palavra de Deus não se perdesse e fosse cumprida, bem como se essa pessoa, iluminada por Deus como se espera, ajudou alguma pessoa em algum milagre ou graça que possa ter sido concedida. Essas pessoas são as chamadas “santas”, que, depois de um longo processo de identificação, coleta de dados, apuração e decisões, passam a ser venerados. Existem alguns casos, no entanto, que ainda precisam de mais detalhes, como é caso de Nhá Chica, que é o tema desse artigo de hoje. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre esse importante figura da Igreja Católica mineira, bem como algumas informações sobre ela e, também, a sua oração, caso você deseje pedir alguma graça a ela. Vamos lá?
A História de Nhá Chica
Francisca Paula de Jesus nasceu em São João Del Rei, quando a cidade ainda era uma freguesia, no ano de 1810, época que coincidia com a chegada do Reino de Portugal ao Brasil, por conta dos conflitos que tomaram a Europa por conta de Napoleão, governador da França, e, também, com os movimentos que buscavam questionar a escravidão. A própria Francisca era filha e neta de escravos, tendo ficado em São João durante uma curta passagem de sua vida. Antes mesmo de crescer e ter a oportunidade de apreciar a cidade, sua família se mudou para o interior de Minas – mais precisamente, para o Sul- e se fixou na pequena cidade de Baependi, local onde ela se fixou de vez e viveu até o último dia de sua vida, em quatorze de junho de 1895, aos 85 anos.
Apesar de ter o amparo de sua família, Nhá Chica ficou órfã muito cedo, o que chegou a comprometer, inclusive, o seu crescimento psicológico. Mas, sem perder a humildade, Nhá Chica mostrou à sociedade que a sua devoção por Deus não se abalara. Era fervorosa veneradora de Nossa Senhora da Conceição, e, depois de um pedido de sua mãe, antes de falecer, Nhá Chica percebeu que o seu lugar era, justamente, ajudando os mais necessitados e enfermos que viviam aos montes ao seu redor. Com suas ações, principalmente voltadas às pessoas pobres, fora chamada de “matriarca dos pobres” ainda em vida, o que chamou a atenção não somente da classe mais humilde da população, mas, também, de pessoas ligadas à elite e ao império português. Além de sua incansável missão de ajudar o próximo, Nhá Chica passou trinta anos arrecadando recursos para poder construir a Capela de Nossa Senhora da Conceição, na cidade, que é hoje um grande alvo de visitação.
Apesar de hoje ela estar beatificada, Francisca já era chamada de “santa dos pobres” enquanto ainda era viva, mas ela rechaçava tal apelido. Quando morreu, em 1895, muitas pessoas já começavam a indicar que era necessário realizar sua beatificação junto ao Vaticano. E essa ideia foi sendo maturada com o passar do tempo, sendo que, a primeira solicitação de canonização diretamente (sem passar pelo crivo da beatificação) chegou em 1952. No entanto, como muitos devem saber, o processo de canonização (bem como o de beatificação) é bastante complexo, haja vista que se deve pesquisar a fundo sobre a vida do candidato, bem como investigar, também, se houve algum tipo de milagre ou graça alcançada por intermédio do candidato ou candidata ao processo.
Nesse último quesito, Nhá Chica não teve problemas, já que foram muitas as atribuições de milagres com o intermédio da hoje beata: uma professora residente da cidade de Caxambu possuía uma doença muito grave na parede muscular do coração e só poderia ser resolvida com intervenção cirúrgica. Depois que ela pediu para Nhá Chica para ajuda-la a atravessar esse momento difícil, novos exames realizados mostraram que nada havia no seu coração, e de que, de uma forma bastante milagrosa, ela estava curada dessa enfermidade. Logicamente que esse milagre foi relatado ao Vaticano, que acatou depois de uma análise profundada. Esse caso ocorreu em 1995, e só em 2013 veio a ter uma decisão: Nhá Chica seria beatificada, em uma cerimônia que ocorreu em 4 de maio daquele ano: com uma multidão de fiéis, Nhá Chica foi beatificada e, agora, falta pouco para que ela possa se tornar, de fato, santa. No entanto, ultimamente o processo passou por uma turbulência, por conta da troca de juízes que ocorreram, relegando à Baependi apenas um juiz para atender aos casos da cidade uma vez por semana. Segundo os religiosos, isso poderia atrasar o processo de canonização, já que, sem juízes fixos, o Vaticano não cederia o status de santa para Nhá Chica. Mas, ao que parece, isso já foi solucionado.
Nesse link, está disponibilizada a oração de Nhá Chica!
