A cidade de São Martinho é um pequeno município pertencente ao estado de Santa Catarina, com cerca de três mil, duzentos e trinta e dois habitantes. Na pequena cidade, além das belezas naturais como cachoeiras, matas e trilhas, há também um museu que pode ser interessante para turistas, além disso, nela se localiza o Santuário Diocesano Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock, um local onde você pode estar em contato com a história dessa beata brasileira que conta com uma história de muita fé.
História de Albertina
Albertina Berkenbrock nasceu em Imaruí, uma pequena comunidade de Santa Catarina, no dia onze de abril de mil novecentos e dezenove. Foi batizada no dia vinte e cinco de maio do mesmo ano, filha do casal de agricultores Henrique e Josefina Berkenbrock, que tinham ainda mais oito filhos. Viviam uma vida simples, no meio rural, cuidando de plantações e de criações de gado. A família era muito religiosa, e Albertina despertou em si grande apreço pela religião. Desde muito jovem aprendeu as orações católicas, e se matinha muito fiel em faze-las todos os dias, sempre que havia missas e celebrações a menina participava. A jovem se empenhava na igreja no tempo em que não estava ajudando os pais, ficou muito feliz durante a sua preparação para a sua primeira Eucaristia, com apenas seis anos crismou-se e com nove anos realizou sua primeira comunhão. Após esse feito, ela dizia que fora o dia mais belo e feliz da sua vida.
A menina tinha adoração por Nossa Senhora, sendo grande devota dela, e também a São Luíz Gonzaga. A eles a jovem fazia orações diárias, tanto sozinha como junto dos seus familiares, onde sempre pedia a salvação de suas almas. Com essa formação religiosa foi se tornando uma menina muito bondosa, dentro do possível fazia sempre coisas boas as pessoas de sua comunidade. Como divertimento gostava de fazer pequenas cruzes de madeira e as enfeita-las com flores. Era uma jovem muito obediente, dócil e paciente. Conta-se que os seus irmãos, um pouco mais malvados, as vezes a maltratava e a batiam, mas ela aguentava em silêncio, dedicando seus sofrimentos a Jesus.
Dentro e fora de casa era um exemplo, na escolinha que frequentava tinha a simpatia de seu professor, a quem ela impressionava com a sua dedicação aos estudos. Ela também parecia mais velha e amadurecida que os demais, sendo um exemplo para os colegas seguirem. Naquela época na escola o catecismo era muito forte, e lhe chamou atenção, por isso ela se dedicou tão fortemente, seguindo todos os mandamentos da igreja. Por ser tão correta em tudo, as vezes sofria também nas mãos dos colegas, mas a jovem se mantinha calma e dócil, nunca tentando brigar ou se vingar daqueles que lhe causavam mal.
Ela era muito caridosa com as pessoas da comunidade, em especial com as pessoas com piores condições que ela. Na escola dividia o lanche que levava com aqueles que não possuíam, ajudando os também nas aulas. As pessoas que ela mais gostava de ajudar eram os filhos daquele que posteriormente iria lhe tirar a vida. Em sua casa trabalhava Indalício Cipriano Martins, ou Maneco Palhoça como era conhecido, ele possuía filhos pequenos e condições financeiras piores que a da família de Albertina. Ela então tinha grande preocupação com os filhos de Maneco, vivia levando comida para os meninos e também para Maneco, além de brincar com eles sempre que podia. A família era negra e havia um alto teor de racismo naquela época, Albertina nunca ligou para isso, tratando o melhor que podia a todos.
No dia quinze de junho de mil novecentos e trinta e um, quando Albertina tinha doze anos, ela foi brutalmente assassinada.
Era uma manhã normal para a menina, a mando de seu pai saiu em procura de um boi que havia fugido. A menina avistou chifres e foi até o local achando que se tratava do boi que procurava. Junto deles estava Maneco, carregando feijão em sua carroça. Albertina perguntou a ele se ele havia visto o boi que fugirá, Maneco diz então a Albertina que havia avistado o boi em uma região isolada, a menina acredita e se encaminha para o local. Mas era uma informação falsa, Maneco pretendia manter relações sexuais com a menina, e mandou ela para um local onde não se podia chamar atenção, mais tarde quando foi preso, ele contou que planejou naquele dia matar alguém, e que viu em Albertina uma oportunidade de se aproveitar, mandando então a menina para longe.
Albertina foi para o local que ele indicou, e ele a seguiu, quando ela ouviu ruídos na mata, achou que era o boi, mas era Maneco. Maneco então propôs a Albertina que eles mantivessem uma relação sexual, a jovem, muito crendo as vontades de Deus acreditava que aquilo seria pecado, e recusou prontamente. O homem tentou da mesma forma o que queria, mas Albertina lutou com ele, não se sabe ao certo, mas pelo que foi contado, ela quase conseguiu o derrubar, e quando ele a segurou, ela manteve-se segurando o seu vestido para que ele não pudesse fazer nada com ela. Apesar da luta, Maneco conseguiu por fim a vida de Albertina, ele não quis porém a viola-la. Assassinou ela com um corte profundo em seu pescoço.
Após o assassinato, Maneco vai até a comunidade e diz que encontrou o corpo da menina, e que sabia que o assassino era um homem que havia passado pela comunidade mais cedo. As pessoas motivadas pelo crime começam a buscar esse homem então, que era João Candinho, e o prendem, apesar de ele dizer que nunca havia visto a menina. Enquanto o corpo da jovem era velado, Maneco se aproximou diversas vezes, quando ele aproximava a ferida no pescoço de Albertina começava a sangrar de forma incontrolável. Após dois dias o corpo continuava a sangrar, o prefeito da cidade pediu para que João Candinho fosse até o corpo da menina com um crucifixo, e em cima dela jurasse que não havia cometido o crime, só assim ela parou de sangrar. Enquanto isso Maneco fugiu, porém o povo conseguiu capturá-lo e prendê-lo.
Apesar da morte triste, Albertina se tornou um exemplo para sua comunidade e para as pessoas da região que começaram a fazer procissões para visitar seu tumulo e pedir glórias. Em mil novecentos e cinquenta e dois iniciou o processo de beatificação dela, porém foi interrompido em mil novecentos e cinquenta e nove e so foi retomado no ano dois mil. Com a retomada do processo seus restos mortais foram exumados, e como o processo seguiu todas as regras da igreja católica, eles puderam ser colocados dentro da Igreja de São Luís, num sarcófago de granito. Para acompanhar a inumação dos restos da menina peregrinos de diversas regiões do país estiveram presente. Albertina Berkenbrok foi beatificada oficialmente numa Solene Celebração Eucarística realizada no dia vinte de outubro de dois mil e sete, em frente a Catedral Diocesana de Tubarão. Ela foi beatifica pelo martírio, apesar disso, fiéis a ela atribuem a ela a realização de alguns milagres.
Oração a Beata Albertina Berkenbrock
“Deus, Pai de todos nós! Vós nos destes vosso Filho Jesus, que derramou seu sangue na cruz por amor a cada um de nós.
Vossa serva Albertina foi declarada bem-aventurada pela Igreja, porque, ainda jovem, também derramou seu sangue para ser fiel à vossa vontade e defender a vida em plenitude.
Concedei-nos que, por seu testemunho, nos tornemos fortes na fé, no amor e na esperança, vivamos fielmente os compromissos do nosso Batismo, façamos da Eucaristia a fonte e o cume da nossa vida cristã, busquemos continuamente o perdão através da Confissão, sejamos plenos do Espírito Santo, vivenciando a Crisma, e cultivemos os valores do Evangelho.
Por intercessão de Albertina, alcançai-nos a graça que neste momento imploramos de vós (expressar a graça que se deseja). Nós vo-lo pedimos por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”