A religião é um dos assuntos mais complexos da sociedade. Isso é refletido por conta do alto número de pessoas no planeta que são adeptas de alguma religião ou seita específica. Com um leque de religiões que beiram os 3 mil em atividade em todo o mundo, a religião que mais desponta desse “hall” religioso é o Cristianismo.
O cristianismo católico é o mais presente no mundo, sendo que é a primeira das três vertentes principais do cristianismo que veio a se formar. Além dos católicos, existem os protestantes e os ortodoxos. O Brasil é um ótimo exemplo de país católico, onde a maioria da população é adepta do catolicismo. Não é à toa que o país abriga o maior templo dedicado á Maria no mundo, que é o Santuário Nacional de Aparecida, localizado na cidade de Aparecida, interior de São Paulo.
Uma das características do catolicismo é a admiração prestada pela Igreja para aquelas pessoas que, de alguma maneira, contribuíram com a pregação da palavra de Deus, seja por mostrar ao povo as maravilhas divinas, seja por se compadecer dos que mais precisavam, enfim. Para aquelas que dedicaram suas vidas a favor dos mais pobres. É o caso de Santo Marcelino, que você irá conferir no artigo de hoje. Aqui, você vai saber um pouco mais sobre a vida desse sacerdote, bem como algumas informações importantes sobre ele. Vamos lá?
A Origem de Marcelino
O nome original do sacerdote era Marcellin Joseph Benoît Champagnat, sendo que tal nome passou por um processo de aportuguesamento, onde foi transformado para Marcelino José Bento Champagnat. Nasceu no ano de 1789, no dia 20 de maio, na comunidade francesa de Marlhes, com localização próxima de Lyon. Seus pais eram instruídos, sendo que seu pai, João Batista, tinha uma educação considerada superior se comparada aos padrões da época, transmitindo ao seu filho tais ensinamentos.
Dentre os ensinamentos passados à Marcelino eram a honestidade, perseverança, esperança lealdade e, principalmente, verdade. Nessa época de instrução de Marcelino, a população estava em plena revolução Francesa. Sua mãe e sua tia, que eram devotas fervorosas da Virgem Maria, transmitiram tal devoção à Marcelino, que, aos catorze anos, recebeu a visita de um padre que, o fez descobrir que Deus o havia escolhido para ser um sacerdote da Igreja. Um fato interessante é que Marcelino não frequentava uma escola como os outros jovens de sua idade, por ter medo, já que, quando se matriculou em uma instituição de ensino, ele presenciou uma cena que era comum naquela época: um professor espancando um aluno em plena sala de aula.
E, depois desse chamado divino, Marcelino ingressou num seminário chamado Maior de Lião. Juntamente com outros jovens seminaristas, o futuro sacerdote planeja fundar uma Ordem de Padres, que viria a se chamar Sociedade de Maria. Logo depois, Marcelino percebeu que as crianças estavam sem um rumo certo para seguir, ou seja, estavam com falta de alguém para que os instruíssem.
A partir daí, Marcelino passou a convocar, com urgência, lideranças que pudessem lecionar para esses jovens. Ele dizia que não conseguia viver sem olhar para tais crianças e não mostrarem a elas o quanto Jesus Cristo as amava, e, por conta disso, criou a escola religiosa para os jovens. Além dessa assistência educacional, Marcelino ainda praticava outros, como a assistência social e econômica para as pessoas que mais necessitavam desse tipo de ajuda. E, anos mais tarde, Marcelino, com 27 anos de idade, abriu sua primeira casa para ajuda a essas pessoas, pois viu que o número de necessitados só tendia a crescer.
No entanto, logo sua casa também ficou pequena para receber tanta gente desesperada por ajuda. No entanto, os projetos guiados por Marcelino tinham sérios questionamentos por parte do alto clero da Igreja, que não entendia os preceitos catequéticos utilizados pelo sacerdote. Isso não o impediu o trabalho assistencial a que o sacerdote se propunha a fazer. Ele passou a intensificar os trabalhos, por conta da alta procura de pessoas mais pobres pela ajuda fornecida pelo sacerdote e sua equipe, sendo mais provenientes das zonas rurais.
Mais tarde, Marcelino e seus amigos fundaram uma casa ainda maior, com um lema que dizia que a missão dos irmãos era tornar Jesus Cristo conhecido e, consequentemente, amado por todos. Em 1836, a Igreja Católica, finalmente, reconheceu a Sociedade de Maria, lhe confiando a Missão de Oceania.
Durante os anos que se sucedeu, desde a fundação da Sociedade de Maria até o ano que a Igreja reconheceu, de fato, a ordem fundada pelo sacerdote, muitos foram os trabalhos realizados por ele, e, por conta do extensivo serviço realizado, Marcelino foi sofrendo as consequências do excesso de trabalho. E, no ano de 1840, aos 50 anos, Marcelino veio a falecer, justamente pelo trabalho extenuante que vinha realizando. Mas, antes de vir a falecer, em 1839, Marcelino elegeu Francisco Rivat, irmão da Sociedade, para tomar o seu posto como superior dos irmãos.
Desde essa época, o sacerdote já apresentava esgotamento físico, e a decisão de passar o comando para outro foi tomada devido a estas circunstâncias. Antes de morrer, deixou uma mensagem a todos os membros da Sociedade, no qual dizia que todos deveriam se tornar em apenas um coração e um único espírito, além de providenciar atenção às crianças, pois consideravam que elas eram puras como o Senhor, pela sua simplicidade e amor para com as outras crianças.
Canonização de Marcelino
Decorridos quase 160 anos de sua morte, o sacerdote Marcelino foi elevado à santo da Igreja Católica no dia 18 de abril do ano de 1999, na praça São Pedro, localizada no interior do Vaticano, sede oficial da Igreja Católica. O Papa João Paulo II – Hoje São João Paulo II, já debilitado na época por conta de doenças próprias de sua idade, argumentou que a sua canonização estava sendo realizada por conta de sua importante contribuição na missão de evangelizar e de olhar para os mais necessitados com compaixão e amor. E, hoje, Santo Marcelino é considerado o padroeiro dos professores e da educação.