Quem Foi o Primeiro Missionário no Brasil?

O Brasil possui uma das maiores populações evangélicas do mundo, mais de 40 milhões de adeptos, algo impressionante quando se considera o processo de evangelização protestante tardio pelo qual o país passou. Até metade do século 20 o país foi campo missionário e hoje em dia contribui para a difusão de missões com o objetivo de aumentar o alcance da palavra.

No entanto, é bem provável que você esteja se perguntando quando e como a evangelização teve início no Brasil. Continue lendo para conhecer melhor essa história e ficar a par de quem foi o primeiro missionário.

O Movimento Protestante no Brasil

As terras brasileiras foram descobertas em 1500 pelos portugueses e em 1532 já era considerada uma colônia portuguesa. A Reforma Protestante na Europa teve início no ano de 1517 e em menos de 50 anos do início desse processo missionários já estavam por aqui. Contudo, no começo enfrentaram algumas dificuldades.

No ano de 1557 um grupo de protestantes franceses (os huguenotes) sob a liderança de Nicolau Villegagnon e com o apoio do Almirante Gaspar Coligny refugiaram-se em nosso país. Eles tinham o objetivo de se fixar na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, porém, se instalaram nas ilhas que são conhecidas como Villegagnon, Laje, Flamengo e do Governador (o que se chamou de França Antártica).

No dia 10 de março de 1557, uma quarta-feira, aconteceu o primeiro culto protestante no Brasil. A primeira Santa Ceia foi realizada no dia 21 de março de 1557, um domingo. Os huguenotes tiveram problemas com Nicolau Villegagnon e acabaram sendo expulsos da ilha em que estavam instalados.

Isso fez com que eles entrassem em contato com os índios tupínambás, povo que eles começaram a evangelizar. Esse entrou para a história como o primeiro contato missionário protestante realizado com um povo de origem não europeia. Com o passar do tempo os huguenotes se sentiram frustrados e resolveram voltar para a Europa.

Confissão de Fé da Guanabara

Quando os colonos franceses resolveram voltar para a Europa enfrentaram certa dificuldade em manejar o barco então cinco dos integrantes da comitiva resolveram ficar, seus nomes eram: Pierre Bourdon, Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Jacques Le Balleur e André Lafon. Assim que colocaram seus pés em solo brasileiro foram aprisionados por Villegagnon que exigiu deles respostas por escrito para questões teológicas.

Os leigos então redigiram um documento que recebeu o nome de Confissão de Fé da Guanabara. Contudo, Villegagnon não tinha a mesma fé protestante do grupo e o fato deles não recuarem diante de suas crenças fez com que perdessem a vida. Somente André Lafon foi mantido vivo por ser o único alfaiate da colônia. No entanto, ele foi proibido de divulgar ideias religiosas.

Confissão de Fé da Guanabara

Confissão de Fé da Guanabara

Em 1557, apenas 40 anos após a Reforma Protestante na Europa, foi realizada a primeira ceia, o primeiro culto protestante e primeira contato de evangelização de protestantes com um povo não europeu em solo brasileiro. Também se deve a primeira Confissão de Fé e estabelecimento dos primeiros mártires.

Jacques Le Balleur (João Bolé)

Na história da difusão missionário da fé protestante no Brasil é importante mencionar Jacques Le Balleur (também chamado de João Bolé) que por ter utilidade para os portugueses foi liberado para fazer pregações em São Vicente. Porém, o padre local, Luís da Grã, se sentiu incomodado com a disputa de ideias teológicas denunciando o protestante para a Inquisição.

Jacques Le Balleur

Jacques Le Balleur

Devido a grande pressão do grupo de jesuítas, João Bolé, foi aprisionado em Salvador (que era a capital colonial) ente os anos de 1559 e 1567. No ano de 1567 o missionário foi levado para o Rio de Janeiro pelo governador geral Mem de Sá onde acabou sendo enforcado. José de Anchieta descreveu João Bolé como sendo um homem letrado e grande conhecedor das escrituras sagradas, porém, herege. Inclusive há menção na literatura evangélica de uma perseguição intensa empreendida por Anchieta contra Bolé tendo acelerado o seu enforcamento.

Hans Staden

Hans Staden

Hans Staden

Um protestante alemão que se valeu de sua fé para se manter vivo por nove meses como prisioneiro dos índios tupinambás em Ubatuba, São Paulo. Os nativos capturaram o alemão, mas ficaram com medo de lhe tirar a vida ao observar o fervor e respostas as suas orações. A fé profunda de Staden fez com que os índios tivessem interesse por ele, isso lhe ajudou a ganhar tempo.

A história do alemão teve um final feliz já que ele conseguiu fugir do seu cativeiro e retornar a Europa. No Velho Mundo ele escreveu um livro de testemunho da sua aventura que aconteceu em 1557. Na obra Staden descreve com detalhes cerimônias antropofágicas que assistiu, adicionou ao seu relato gravuras que ajudaram a imortalizar o ocorrido.

Durante o período de prisão em meio aos tupinambás ele clamava aos céus para que conseguisse escapar e prometeu que louvaria a graça divina para que todas as nações pudessem conhecer o milagre. Um exemplo de como a fé pode ajudar a conquistar realmente grandes coisas. Sem fé Staden não teria conseguido despertar o interesse dos índios e provavelmente teria sido morto.

Histórias de Inspiração

As histórias dos missionários se destacam por trazer grande inspiração para aqueles que desejam levar a sua fé para mais pessoas. Os grandes feitos de protestantes que mesmo em perigo não deixaram de acreditar em Deus é sempre válido para abrir novos horizontes para os evangélicos atuais. Quem deseja levar a palavra de Deus para mais pessoas precisa estar preparado para enfrentar uma série de desafios e descrédito. Não é fácil seguir nesse caminho missionário de difusão da fé evangélica.

Fé Evangélica

Fé Evangélica

É possível perceber que o movimento protestante não demorou a sair do Velho Mundo rumo ao Novo Mundo com o objetivo de promover mudanças significativas na vida das pessoas de fé. Algo comum em muitas histórias de missionários pioneiros é o enfrentamento da fé estabelecida. Divergências religiosas são sempre um terreno fértil para uma série de discussões acaloradas, o mais importante é conseguir promover o diálogo para que as duas partes possam ouvir.

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Curiosidades

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