No dia trinta de agosto comemora-se o dia do Padre Eustáquio. No Santuário Arquidiocesano da Saúde e da Paz, ou Igreja do Padre Eustáquio, realizam-se celebrações em sua homenagem, sendo presididas no total nove missas durante o dia, e a última delas sendo a mais frequentada. Mas afinal, quem foi padre Eustáquio?
Biografia
Eustáquio van Lieshout nasceu Aarle-Rixtel na província de Brabante do Norte, na Holanda, no dia três de novembro de mil oitocentos e noventa. Veio de uma família humilde, de agricultores, ainda jovem foi matriculado na escola de latim de Gemert, e dois anos depois, iniciou seus estudos na Congregação dos Sagrados Corações. Foi em mil novecentos e treze que se tornou membro da congregação, fazendo os votos de pobreza, castidade e obediência. Alguns anos mais tarde proferiu seus votos perpétuos. Passou a cursar pela congregação filosofia e teologia. No ano de mil novecentos e dezenove foi ordenado sacerdote por Dom Henrique Hopmans, sendo encarregado de trabalhar com auxiliar do mestre de noviços e vigário paroquial na comunidade de Roelofarendsveen. Se dedicou também em trabalhos em comunidades de refugiados belgas que tiveram que deixar o seu país pela invasão alemã, sendo o ministério sacerdotal na comunidade de Maassluis.
Vinda ao Brasil
Em mil novecentos e vinte e quatro recebeu ordens superiores para se tornar missionário na América do Sul, então foi até a Espanha afim de aprender a sua língua, juntamente de mais outros dois padres. Em quinze de junho de mil novecentos e vinte e cinco, os três companheiros religiosos chegaram ao Brasil mais precisamente em Romaria, no Triângulo Mineiro. Eles vieram afim de assumir a pastoral do santuário episcopal e da paróquia de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja e das paróquias de São Miguel de Nova Ponte e Santana de Indianópolis, todas situadas na Arquidiocese de Uberaba.
Padre Eustáquio era o vigário paroquial, e tinha como sua missão atender as comunidades de Nova Ponte e todas as capelas que haviam nelas, dessa forma, ele levava as palavras de Deus as regiões mais distantes. Pelo desempenho admirável em seu trabalho, conseguiu se tornar reitor do Santuário de Nossa Senhora da Abadia, além de também ser o pároco das três paróquias que foram citadas juntamente da paróquia de Iraí de Minas, assim como se tornou o conselheiro da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil. Ou seja, era um homem abençoado, que aceitava os trabalhos a ele oferecido com visão de futuro e de melhoria para todos.
Padre Eustáquio não somente controlava bem a parte administrativa de suas comunidades, a ele chegavam diariamente diversas pessoas com enfermidades físicas, a quais o Padre dava toda atenção necessária. Ele carregava consigo o “Manual de Medicina no Campo”, no bolso de sua batina juntamente de seus objetos religiosos, e seguia muito a risca o que era falado nele, dessa forma, ele conseguia indicar aos necessitados remédios naturais fáceis de se conseguir, além de extremamente seguros. Relatos contam que antes de dar alguma benção ou fazer qualquer indicação, ele consultava o seu manual, além disso, ele também tinha o trabalho de coletar as folhas e raízes indicadas no livro, para que pudesse testar as suas ações. Dessa forma o Padre se tornou uma espécie de farmacêutico ou até mesmo médico para os que viviam naquelas comunidades que ele atendia.
Após um tempo, foi transferido para Poá em São Paulo. Lá ele continuou a realizar seu trabalho de maneira encantadora, incentivando a religião, fazendo bençãos, e ajudando a todos. Os fieis confiavam tanto em sua benção da água que começaram a levar garrafas de água para serem abençoadas em suas celebrações. Foi em Poá que surgiram notícias de que a água que ele abençoava trazia curas, e com isso, começaram a aglomerar-se pessoas na comunidade, fazendo com que o Padre fosse transferido para que se evitasse transtornos. Ele teve que se manter um tempo de reclusão, onde passou a se comunicar por cartas. Foi transferido para Belo Horizonte no dia sete de abril de mil novecentos e quarenta e dois. O Padre já possuía um nome, e assim que chegou a cidade, começou a ser bastante procurado por fieis na capela de Cristo Rei, que era onde ele estava trabalhando no momento.
O Padre Eustáquio tem uma forte ligação com o povo de Belo Horizonte, e eles lhe concedem a realização de várias bençãos. No ano de mil novecentos e quarenta e dois, Juscelino Kubitscheck, o presidente da capital, doou um terreno para que se construísse uma igreja, a Igreja dos Sagrados Corações. Juscelino acreditava que havia sido abençoado por um milagre por intercessão do Padre Eustáquio. Para a construção da igreja, a pedra fundamental foi abençoada por Dom Cabral, após a cerimônia da benção da pedra, Padre Eustáquio disse a algumas pessoas que se encontravam ali presente:”Não verei o fim da guerra. Comecei a igreja, mas não a terminarei”.
Apenas um ano depois de assumir a paróquia em Belo Horizonte, no ano de mil novecentos e quarenta e três, Padre Eustáquio estava num retiro de pregação às alunas Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, e demonstrou-se extremamente abatido. No dia seguinte já se encontrava acamado, com febre e tremuras, no dia seguinte, vinte e três de agosto, dirigiu-se a igreja para rezar a missa, estava com febre e extremamente abatido. Após acabar a cerimônia dirigiu-se a sacristia, e lá se sentou, desfalecendo minutos depois, no tempo que lhe restou ficou rezando, e clamou pelo seu amigo de longa data que havia vindo da Holanda para o Brasil com ele, Padre Gil. Fez a renovação de seus votos religiosos enquanto estava ali sentado, repetindo as seguintes palavras: “”Eu, Eustáquio, conforme as Constituições, Estatutos e Regras, renovo os meus votos de pobreza, castidade e obediência como irmão da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, em cujo serviço quero viver e morrer. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Mas Padre Eustáquio não queria ir embora sem antes ver seu grande amigo Padre Gil, que só chegou para ve-lo uma semana mais tarde, no dia trinta. Ao ver o amigo, Eustáquio se levantou, dizendo “”Padre Gil, Graças a Deus!” e após isso encontrou seu fim. A causa de sua morte foi tipo exantemático, que ocorreu por uma picada de carrapato.
Beatificação
Foi iniciado o processo de beatificação do Padre em mil novecentos e noventa e sete, que já era considerado santo em vida. O milagre que lhe foi atribuído foi a cura de um câncer de um devoto, sendo constado cientificamente que seria impossível cura médica. Diversas pessoas relatam outros milagres em intercessão ao Padre Eustáquio. A cerimônia de beatificação ocorreu no dia quinze de junho de dois mil e seis, no estádio do mineirão.
Orações
“Bondoso Padre Eustáquio, grande amigo e benfeitor das almas sofredoras, alcançai-me por vossa intercessão junto a Deus a graça que tanto almejo… Eu renovo meus compromissos do Batismo de viver como bom cristão e desejo rezar e colaborar para que, em breve, sejais reconhecido como Santo, para a maior glória de Deus e da Santa Igreja. Amém.”