São Benedito

A religião é um dos assuntos mais polêmicos de todo o planeta. Isso porque, o mundo é essencialmente religioso, sendo mais da metade de sal população humana adepta de alguma seita ou doutrina de ordem religiosa. Para se ter uma ideia do poder das religiões, existem no mundo hoje mais de 3 mil religiões, além de outros milhares mais de seitas e doutrinas.

O Cristianismo é, de longe, a maior religião de todo o globo terrestre, concentrando em suas vertentes mais de 2,2 bilhões de fieis, número esse que corresponde a 30% da população mundial. Em segundo lugar, vem o Islamismo, com mais de 1,7 bilhão de seguidores. Por fim, em terceiro, vem o hinduísmo.

O Cristianismo, por exemplo, pode ser dividido entre 3 vertentes principais, que  é o catolicismo, o protestantismo e a Igreja Ortodoxa. O catolicismo, como já deve ser de conhecimento, é a vertente mais conhecida e difundida do cristianismo.  Com essa vertente, o Cristianismo atingiu patamares impensáveis na sua época e, até os dias de hoje, continua a coletar devotos em todas as áreas.

Uma das características que diferenciam o catolicismo das demais vertentes Cristãs é a veneração de personalidades ou pessoas que, durante a sua vida, realizaram trabalhos que mudaram a realidade das pessoas em sua época. É o caso de São Benedito. Nesse artigo, você irá conferir um pouco mais sobre a história do “Santo Cozinheiro”, bem como algumas outras informações interessantes a respeito do tema. Vamos lá?

O Então Benedito

Também conhecido por Benedito, o Mouro; Benedito, o Negro e Benedito, o Cozinheiro, São Benedito nasceu na ilha de Sicília, na Itália, no longínquo ano de 1524, 24 anos depois da chegada dos navegadores europeus às novas terras do planeta.  Sua família não tinha muitas condições financeiras. Descendente direto de escravos proveniente da Etiópia, São Benedito já tinha decidido, aos seus 18 anos, que queria realizar serviços à Deus. Algumas versões da história sugerem que Benedito era um escravo que foi capturado para servir na região da Sicília, não sendo um cidadão natural dessa porção do país.

Aos 21 anos, um monge que fazia parte dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis o solicitou, convidando-o para viver com eles. De prontidão, Benedito aceitou. Para que pudesse viver entre eles, foi necessário que Benedito realizasse votos de castidade, de pobreza e de obediência. Para isso, perambulava pelas cidades sem estar com nenhum calçado, além de dormir nas ruas sem nenhum tipo de cobertor. Benedito tinha certo prestígio com o povo, que sempre o procurava em busca de conselhos e opiniões.

Depois de passados quase 20 anos de sua estadia entre os irmãos eremitas, Benedito foi designado para trabalhar na cozinha do Convento dos Capuchinhos, indo para lá com a mesma personalidade e humildade que o consagrou perante os fieis.  Sua sabedoria, combinada com piedade e santidade fizeram com que os membros do convento começassem a dar atenção para Benedito, que foi elevado a Superior do Convento poucos anos depois de ter assumido a cozinha do local. Apesar de ser analfabeto e muito leigo nos assuntos administrativos, Benedito se mostrou um grande gestor, tendo o respeito de todos os sacerdotes do Convento. Os membros do local consideravam que Benedito era um ser iluminado pelo Espirito Santo, por ele ditar várias profecias que iriam acontecer durante os anos. Reafirmando a sua humildade, ao término de sua gestão como superior do convento, Benedito retirou-se e passou a se dedicar novamente à cozinha do templo.

São Benedito era um ser muito preocupado com os mais necessitados, e, sempre que podia, realizava trabalhos solidários. Sempre que podia, retirava alguns mantimentos do convento e, de maneira discreta, levava até aos muito sem-teto que haviam em ruelas nas redondezas do convento. A história tradicional conta que, uma vez, durante as suas saídas para visitar tais pessoas, o novo superior que veio ocupar o seu lugar no comando, perguntou – lhe o que ele estava escondendo embaixo de suas roupas. Benedito, de forma humilde, disse que eram rosas. Ao abrir o seu manto, de fato, surgiram as mais belas rosas que ambos tinham visto, e não os alimentos escondidos por ele para serem destinados aos mais pobres.

São Benedito teve uma vida, para os padrões da época, relativamente longa, vindo a falecer no dia 4 de outubro do ano de 1589, aos 65 anos, na cidade de Palermo, na Itália. No seu quarto no convento, mais conhecido por Cela, existe uma placa em homenagem ao santo, que indica o ano de seu nascimento (1524) e o ano de morte (1589). Muitos estudiosos defendem que a real data de nascimento de Benedito foi dois anos depois da data inicial, em 1526, mas os frades do convento tem convicção que a data de nascimento de Benedito é, realmente, o ano de 1524.

Veneração À São Benedito

São Benedito é considerado o padroeiro dos cozinheiros, sendo normal a presença de uma imagem do santo nas cozinhas, e também protege os negros, já que é um santo negro e que remete as humilhações que os negros sofreram em sua história como escravos nos grandes engenhos de açúcar.  O dia da celebração de sua festa litúrgica acontece a todo dia 5 de outubro, sendo celebrada em todo o mundo.

Em Portugal, por exemplo, é realizada uma missa, em seguida à celebração da Páscoa, em sua memória, tendo uma festa, geralmente, para homenagear São Benedito. Tais festividades são realizadas na localidade de Coval, em Santa Comba Dão.

No Brasil, existem várias cidades que celebram a vida do “santo cozinheiro”: Em Porto Alegre, na Catedral do Divino Espírito Santo, há um vitral dedicado à São Benedito. Em Itajubá, Sul de Minas, há a Paróquia São Benedito, no qual o santo é o padroeiro das demais igrejas que fazem parte da paróquia.

São Benedito é um dos poucos santos de origem negra que habitam a veneração da Igreja Católica, assim como Nossa Senhora Aparecida, que é considerada a Padroeira do Brasil, cuja basílica esta localizada na cidade de Aparecida do Norte, interior do estado de São Paulo e que é considerado o maior templo dedicado à Maria em todo o planeta.


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Categoria(s) do artigo:
Santos

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