Santa Adelaide

A religião é um dos assuntos mais complexos do mundo. Isso porque, o mundo é essencialmente religioso. Mais da metade da população é adepta de alguma doutrina ou seita religiosa e, atualmente, existem mais de 3 mil de tais vertentes em atividade no meio social.

Entre esse leque religioso gigantesco, podem-se destacar três religiões principais, por conta do seu tamanho e influência no mundo: o Cristianismo, o Islamismo e o Hinduísmo.  O Cristianismo, por exemplo, angaria mais de 2,2 bilhões de fieis, algo que, convertido em porcentagem, equivaleria a pouco mais de 30% da população mundial. O Islamismo vem logo atrás, com estimados 1,7 bilhão de fieis, sendo uma das religiões que mais crescem no país e, mais ao longe, o hinduísmo, com mais de 850 milhões de praticantes.

O Cristianismo, como pode ser observado, é a maior religião do mundo, tanto em número de fiéis, quanto em influência. Dividido em várias vertentes, sendo as principais o catolicismo, o protestantismo e a Igreja Ortodoxa, a religião, embora tenha enfrentado um declínio após a Idade Média, ainda hoje, consegue chamar a atenção do mundo, principalmente na vertente católica, a qual o Vaticano é a sua sede. A todo momento, algum movimento ou decisão tomada pela autoridade máxima da Igreja, o Papa Francisco, é alvo de especulação e notícias por todo o mundo.

Por falar no catolicismo, essa é a vertente que é a prevalecente no Brasil, sendo que o país é considerado o maior em número de católicos. Estima-se que mais de 20% da população seja adepta da vertente. Não é à toa, também, que está localizado no país o maior templo dedicado à Maria: a Basílica de Aparecida, na cidade de Aparecida do Norte, em São Paulo.

Como muitas pessoas devem saber, no catolicismo, o respeito às pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a construção e propagação da palavra de Deus às pessoas. São os chamados “santos e santas”. E, no nosso artigo de hoje, você vai conhecer um pouco mais sobre essa que é uma das figuras mais icônicas da Igreja Católica: Santa Adelaide. Aqui,você vai saber mais sobre a vida dessa figura católica, bem como algumas informações bastante interessantes sobre ela. Vamos lá?

A Santa Adelaide

Conhecida por Adelaide de Borgonha, Adelaide da Itália ou, simplesmente, por Santa Adelaide, foi uma imperatriz consorte do Sacro Império Romano-Germânico e, além disso, rainha consorte da Germânia, que teve um fundamental papel ao fundar, enquanto esteve no poder, várias casas religiosas e, também, ajudar na conversão de inúmeros infiéis em seu reino.

Nascida na Borgonha, no ano de 931, Adelaide era filha de Rodolfo II da Borgonha e de Berta da Suábia. Como de costume e por imposição dos que a criavam, casou-se cedo, por volta dos 15 anos, com Lotário II da Itália, conhecido rei da época.

O casamento, porém, não durou muito tempo e, com 19 anos, Adelaide já enfrentava uma viuvez precoce. Sem contar que, com apenas seis anos, Adelaide se viu sem os pais, que morreram em um acidente. Por conta de interesses políticos, foi perseguida e, por fim, encarcerada por Duque Berengário e Wila, que era sua mulher. Apesar de todo o sofrimento pelo qual estava passando, Adelaide reagiu a essa situação de maneira resigna e com plena confiança nos planos de Deus.

Em um dia, com a ajuda de Martinho, um capelão do duque, consegue escapar, sendo auxiliada novamente por um marquês, refugia-se no castelo de Alberto Uzzo, que, na época, era o Duque de Canossa.

Adelaide ficou por lá por um longo período, até que Otão I, um imperador que era considerado um dos mais temidos da época, chegou à Itália e conseguiu afugentar o Duque Berengário e sua esposa.  Depois da conquista, dirigiu-se até Canossa e, lá, se apaixonou pela jovem Adelaide. Casaram-se em 951, no dia do Natal daquele ano, sendo que a união de ambos foi bastante estável e feliz.  Por ter se casado com um imperador, Adelaide foi elevada ao posto de dignidade imperial. Mesmo com um grande poder em mãos, passou a se apiedar, cada vez mais, pelos menos favorecidos.  A humildade e a vontade de servir ao próximo são objetivos que não foram alterados com a mudança de status social nem com o poderio econômico conquistado.

O destino, porém, determinou que Adelaide ficasse sozinha pela segunda vez, com o falecimento de Otão I. Para esperar que seu filho, Otão II, chegasse à maioridade e pudesse, enfim, assumir o trono que era seu e de seu pai, resolveu passar esse período como regente. Em 971, Otão II se relacionou matrimonialmente com Teofânia Escleraina, uma princesa grega que ficou conhecida pela inconveniência e pela grande ânsia de falar, além de hostilizar, publicamente, sua sogra Adelaide.

Otão II vem a falecer, em seguida e, assim, Adelaide resolve se retirar da corte, ficando a cargo de Teofânia liderar o reino deixado por seu marido, para que um dia, seu filho pudesse governar com mãos de ferro. No entanto, Teofânia também vem a perecer em 991, fazendo com que Adelaide, novamente, retornasse ao posto de imperatriz do reino.

Com a sua nova volta ao poder, Adelaide resolveu que era hora do povo conhecer os benefícios de ser parte do “povo Santo”, isso é, que seguiam os preceitos de Deus e Jesus Cristo. Isso porque, ela partia do pressuposto que uma nação só era progressista com a benção de Deus. E, com isso, passaram a implantar várias igrejas, casas de oração e casas de formação pelo reino afora.

Quando seu neto, Otão III, atingiu a maioridade para assumir o poder, resolveu se retirar, dessa vez de forma definitiva, da corte, e passou os últimos anos de vida em recolhimento profundo. E, no ano de 999, em Alsácia, no dia 16 de dezembro daquele ano, Adelaide falece. Quase 100 anos após a sua morte, a Igreja Católica reconhece que os feitos de Adelaide contribuíram para a propagação da palavra divina em seu reinado, reconhecendo também o amor e a solidariedade da monarca, o que levou a sua canonização no ano de 1097. Hoje, é uma das santas mais conhecidas da Igreja Católica.

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Categoria(s) do artigo:
Santos

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