O Papa João Paulo II nasceu sob o nome de Karol Józef Wojtyla, tendo origem polonesa, mais precisamente na cidade de Wadowice. Seu papado foi o terceiro maior da história da Igreja Católica até os dias de hoje.
João Paulo II foi considerado um líder muito importante no século XX. Foi importante em relação às instabilidades políticas que ocorriam no mundo inteiro, além disso, estreitou a relação da Igreja Católica com diversas outras religiões, como o hindu, judaísmo, dentre outras diversas religiões, tanto orientais como ocidentais. Foi também um dos líderes da Igreja que mais viajaram, visitando 129 países diferentes. Ele falava treze línguas diferentes. Era um exímio defensor dos direitos humanos, apesar disso, foi criticado devido a alguns posicionamentos feitos por ele.
Quanto Tempo Durou O Papado De João Paulo II?
Seu papado teve duração total de 26 anos, sendo o terceiro maior da história da Igreja Católica. Ele assumiu esse cargo aos 58 anos, no dia 16 do mês de outubro do ano de 1978. Foi destaque por ser o primeiro papa não italiano nos últimos 455 anos. Foi o chefe da Igreja até o fim da sua vida, que ocorreu no dia 2 do mês de abril do ano de 2005. Ele faleceu devido a complicações na sua saúde causadas pela doença Mal de Parkinson.
Como Foi a Vida De João Paul II E a Sua Ascensão Ao Papado?
Ele nasceu em uma pequena vila ao sul da Polônia, no dia 18 do mês de maio do ano de 1920, onde era o mais novo de uma família composta por três filhos. Sua mãe morreu quando ele tinha apenas 8 anos de idade, então ele passou a ser criado principalmente pelo seu irmão mais velho, chamado Edmund.
Quando criança demonstrava interesse por esportes e quando foi crescendo teve seu primeiro contato com a religião judaica, durante jogos de futebol. Mudou-se para Cracóvia junto do pai para estudar na Universidade Jaguelônica. Lá ele começou a estudar filologia e passou a ser voluntário na biblioteca da instituição. Foi obrigado a servir o exército, no entanto, ele se recusou a usar as armas de fogo. Tinha talento para várias coisas, dentre elas a aprendizagem de línguas, tanto é que acabou aprendendo 12 delas ainda bem novo.
Sua faculdade foi fechada devido a Segunda Guerra Mundial e ele passou a trabalhar para um restaurante. Seu pai morreu quando ele tinha apenas 21 anos, nessa época seu irmão também já estava morto, então se tornou o único membro restante da sua família. Se vendo sozinho no mundo considerou a ideia de se tornar sacerdote, e assim o fez no ano seguinte, tendo aulas em um seminário clandestino.
Nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial ele conseguiu evitar que fosse preso pelos nazistas e ajudou diversos judeus que cruzaram a sua vida. Foi ordenado padre no dia 1 do mês de novembro do ano de 1946 e depois foi estudar Teologia em Roma, fazendo primeiro licenciatura e depois doutorado na área.
Retornou a Polônia no ano de 1948, e a partir de então trabalhou como sacerdote e professor em diversas cidades. Enquanto professor reuniu um grupo de jovens que se encontravam para ajudar os necessitados, rezar e discutir filosofia. Tornou-se doutor em filosofia em 1954.
No ano de 1958 foi elevado ao cargo de bispo-auxiliar de Cracóvia, e ainda nesse ano se tornou bispo, sendo o mais jovem já consagrado na Polônia, com apenas 38 anos. Participou do concílio do vaticano do não de 1962, onde demonstrou ser aberto ao ecumenismo. Tornou-se arcebispo da Cracóvia em 1964. Ele era realmente um destaque em seus estudos, e mantinha uma opinião forte sobre o que achava correto, contrariando o governo em alguns episódios.
O Conclave de agosto de 1978 elegeu o Papa João Paulo I, que morreu apenas 33 dias após a sua eleição. Com isso, se iniciou um segundo Conclave no dia 14 de outubro, e após 10 dias de discussões, os presentes estavam divididos entre outros dois arcebispos. O Arcebispo de Viena acabou considerando Karol para o seu voto, para ir contra aqueles candidatos padronizados. Devido a essa iniciativa inesperada, Karol foi eleito papa no segundo dia de votação, com 99 votos de 111. Ele dispensou a coroação papal, simplificando a sua cerimônia de posse.
Como Foi O Seu Papado?
João Paulo II foi considerado realmente uma nova face para a Igreja, originário de um país diferente da Itália, ainda por cima de que seguia um regime comunista, algo incomum. Além de ser uma nova face ela se esforçou para ser importante na política de diversos países, principalmente no Leste Europeu, onde auxiliou no estabelecimento da paz e também na superação de conflitos.
Quando a sua trajetória como Papa é citado, é fortemente apontado que ele batalhou pela justiça social e humana em todo o mundo. Ele ascendeu ao poder em um momento que o mundo estava dividido pelos conflitos entre os Estados Unidos e a União Soviética, a Guerra Fria. O debate entre o mundo capitalista e socialista estava em alta, e ele foi importante para conter uma possível tendência à esquerda que se iniciava.
Um grande marco do seu papado foi o fato dele ter voltado a Igreja para um caminho mais religioso. Na época em que ele assumiu, havia uma ideia mais fluída e individualista da Igreja, e ele a reconduziu para o seu papel original, que de certa forma se assemelha a algo mais conservador.
João Paulo II era um homem carismático e de opinião forte, que conseguiu usar todo o seu poder para empreender de forma muito inteligente no que ele acreditava que era certo. Ele achou relevante visitar vários locais do mundo para pregar, e ao mesmo tempo, como um importante meio de globalizar a Igreja. Ele era organizado, um ativista, um evangelista e ao mesmo tempo, teólogo, filósofo e escritor.
Ele realizou 104 viagens internacionais e 146 viagens dentro da Itália. Visitou sua terra natal nove vezes, já a França e os Estados Unidos foram visitados sete vezes cada. Ele foi o primeiro papa a visitar o Brasil, no ano de 1980, onde visitou 13 cidades. Na visita ao país fez pronunciamentos que defendiam os direitos humanos, a justiça social, a liberdade sindical e uma reforma agrária, em meio a um governo ditatorial militar. Voltou ao Brasil no ano de 1991, dessa vez visitou dez cidades. Retornou novamente ao país no ano de 1997, essa foi a sua última visita, dessa vez apenas no Rio de Janeiro.
Ele foi o primeiro Papa a viver em meio à mídia, sendo amplamente acompanhado pela impressa do mundo todo em tudo que fazia. Isso ocorreu tanto pela ascensão da mídia como pelo fato dele ser um líder muito importante, que se destacou na televisão e estava no poder durante o início da internet. Isso fez com que seus atos fossem testemunhados por todos, ao mesmo tempo, o final de sua vida, onde ele sofreu muito devido a sua doença, também foi transmitido amplamente.
Ele também se destacou pela quantidade de santos que canonizou. Em 26 anos e cinco meses de papado ele canonizou 482 santos. Esse era o recorde absoluto, que foi batido atualmente pelo Papa Francisco, que até agora canonizou 897 santos. Em 2013 ele canonizou de uma só vez 813 habitantes de uma vila que foi dizimada por tropas otomanas em 1480. Ele tirou parte da burocracia para canonizar os santos que existiam no Vaticano, diminuindo o número de milagres necessários, de quatro para dois. Foi ele a canonizar a primeira santa brasileira: Madre Paulina.
Sua canonização teve início somente 26 dias após a sua morte, pois o Papa Bento 16 dispensou uma norma que dizia que esse processo só poderia se iniciar cinco anos após a morte da pessoa. Ele já tinha fama de santo antes mesmo de sua morte. Ele foi beatificado no ano de 2011, seis anos depois de sua morte. Os milagres comprovados para sua canonização foram a cura de uma francesa da doença de Parkinson e de uma mulher da Costa Rica que se recuperou de aneurisma cerebral.