A religião é um dos assuntos mais complexos do mundo atual. Isso porque, o mundo é essencialmente religioso. Acredita-se que mais da metade da população é adepta de algum tipo de religião, dentre as mais de 3 mil que existem, entre doutrinas e seitas.
Dessas doutrinas religiosas, o Cristianismo se destaca como sendo a maior religião do planeta, embora tenha experimentado um forte declínio dos anos seguintes ao fim da Idade Média, onde a Igreja perdeu diversas fontes de poder, e , enfim, perdeu grande parte da influência que a regeu por séculos. Embora essa influência tenha se perdido com os anos, ainda hoje, a instituição cristã é uma das mais fortes atualmente. Por exemplo, qualquer que seja um anúncio feito no Vaticano, local onde é a sede da Igreja Cristã Católica no mundo, é motivo de atenção a nível mundial.
Como se deve saber, o Cristianismo é divido em três vertentes diferentes, nas quais podemos destacar o catolicismo, o protestantismo e a Igreja Ortodoxa. Essas três vertentes e as outras mais existentes são as responsáveis pela religião cristã angariar mais de 2,2 bilhões de fieis ao redor do mundo. Tal número corresponde a pouco mais de 30% da população mundial. O Islamismo, com seus 1,7 bilhão de fieis vêm logo atrás, sendo seguida, mais a longe, pelo hinduísmo, com pouco mais de 850 milhões de adeptos. O Islamismo, aliás, é a religião que mais vem crescendo atualmente, principalmente em países europeus.
Voltando ao Cristianismo, mais especificamente, ao catolicismo cristão, uma das características dessa vertente, que foi, inclusive, a primeira a surgir, era a importância em reconhecer aquelas pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a propagação da palavra de Deus aos homens. A essas pessoas, damos o nome de santo ou santa. Também é característica católica reconhecer em uma mulher como sendo a mãe de Jesus e, consequentemente, a mãe de Deus. E essa mulher é Maria. Como muitos (ou, provavelmente, poucos devem saber) é que, a Virgem Maria tem diversas variações por onde passa, no qual pode ser utilizada uma alcunha para a sua identificação. Por exemplo, a padroeira do Brasil é Nossa Senhora Aparecida, que é uma variação da Virgem Maria. Nossa Senhora de Fátima, também, é a Virgem Maria que apareceu em Fátima, Portugal, a três pastorinhos, segundo a religião cristã, com o intuito de fazer algumas revelações às três crianças.
E, no nosso artigo de hoje, iremos falar sobre uma outra variação da Virgem Maria, que é também muito conhecida no meio católico: A Nossa Senhora da Abadia. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre a história da santa, bem como algumas informações bastante interessantes a respeito dela. Vamos Lá?
A Nossa Senhora da Abadia
Como já explicado antes, a Virgem Maria possuí diversos títulos por todos os locais do mundo. E, “Nossa Senhora da Abadia” é um de tais títulos. A origem desse nome é provinda de Santa Maria do Bouro, freguesia do concelho de Amares, localizada no norte de Portugal. A devoção para com Nossa Senhora da Abadia teve início de uma imagem que teve origem do Mosteiro das Montanhas, que está localizado em Braga, em Portugal, no ano de 883. Não é somente em terras lusitanas que a imagem de Nossa Senhora da Abadia é cultuada; no Brasil, a imagem é venerada com maior louvor em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Tocantins.
Abadia é derivada da palavra “Abade”, que significa “superior’ em uma comunidade em que estão presentes somente monges, no qual os próprios comunitários o escolhem”. Por conta disso, Abadia pode ter dois significados distintos: pode significar a residência dos monges ou, também, comunidade religiosa. A Virgem Maria, retratada como Nossa Senhora da Abadia, tem como imagem os seguintes elementos: Maria está de pé, segurando, com a ajuda das mãos, o menino Jesus com uma coroa. Utilizando vestimentas bastante bonitas e uma coroa, a Virgem Maria, caracterizada como Nossa Senhora da Abadia ainda carrega um cetro em uma das mãos, para representar o seu papel como “guia” das pessoas.
Quando do início da veneração de Nossa Senhora da Abadia, Portugal e Espanha estavam vivendo uma série de invasões mouras, que tinham como religião oficial o islamismo. Com medo de possíveis conflitos, os monges que estavam no Mosteiro de Bouro que, já exista há muito tempo, resolveram deixar o local. Antes, para evitar que a imagem da Virgem Maria fosse vandalizada pelos invasores, os monges resolveram, então, escondê-la. Passaram-se vários séculos até que um conjunto de ermitãos, estando juntamente no grupo o fidalgo Pelágio Amado, estava em um vale, próximo de onde o mosteiro se localizava. Uma vez, à noite, uma luz foi vista pelos ermitãos, sendo que eles constataram que ela estava demasiadamente forte.
Na noite seguinte, novamente, o clarão se repetiu, o que encorajou o os ermitãos a, no dia seguinte, bem cedo, irem vasculhar até o local de onde partiu a claridade para tentar descobrir o motivo dessas aparições de luz. No dia seguinte, chegando ao local, se depararam com uma imagem mariana entre as pedras. Maravilhados e certos de que dois milagres tinham ocorrido – já que a luz brilhou por duas vezes- os ermitãos recolheram a imagem e passaram a venerá-la como a Virgem Maria. No entanto, muitos eremitas resolveram se fixar, definitivamente, no local onde a imagem foi encontrada, fazendo com que ela voltasse ao seu lugar de origem, agora sobre um altar improvisado pelos eremitas. O Arcebispo de Braga, ao saber da história, se sensibilizou e resolveu visitar a imagem. Lá, decidiu que era preciso construir uma igreja para que a Santa pudesse ser abrigada, sendo assim feito: a igreja fora toda confeccionada com pedra lavrada.
Outros religiosos, maravilhados pela descoberta, resolveram se mudar para mais perto também, no qual iniciou, então, a constituição de uma abadia, já que, com o número de religiosos crescendo em termos de moradia, nada mais justo do que essa designação. A devoção, nessa época, ficou conhecida por todo o paí e, também, pelo mundo, o que motivou para que a imagem mariana passasse a se chamar Nossa Senhora da Abadia.