História de sua Vida
Bárbara Maix, que tinha seu nome religioso sendo Maria Bárbara da Santíssima Trindade, nasceu em Viena, na Áustria no dia vinte e sete de julho de mil oitocentos e dezoito. Era filha de filha de Joseph Maix e Rosália Mauritz, seu pai Joseph trabalhava como funcionário do Palácio de Schönbrunn, onde exercia a função de criado doméstico, e tempos depois se tornou camareiro do Imperador da época. Apesar de a família conhecer o luxo em que era o palácio, era extremamente humilde. Os pais tiveram nove filhos, que viviam em uma situação bastante precária, inclusive alguns irmãos de Bárbara morreram por doenças como o tifo. A própria Bárbara passou por uma provação ao adquirir a doença, que acabou por deixa-la com sequelas em seu organismo.
Porém foram as provações desde muito jovem que tornaram Bárbara na boa pessoa que foi, os pais eram muito religiosos e Bárbara conseguiu herdar deles a fé inabalável que a assegurava que mesmo em sofrimento ela poderia mudar o mundo, fora uma jovem muito destemida e segura de seus objetivos. Quando seus pais morreram, por volta dos seus quinze anos, ela vivia com mais cinco irmãs na casa de empregados do palácio, com a morte do pai elas acabaram por perder a casa. Bárbara fez curso de modista, começou a costurar e também a ensinar corte e costura, conseguiu se sustentar bastante bem sozinha, nas suas horas vagas passava seu tempo rezando na Igreja de Nossa Senhora da Escada. Mas Bárbara conhecia todas as necessidades pelas quais o povo de Viena, inclusive ela, passavam, por conhecer a pobreza muito de perto ela se empenhou para mudar o quadro socioeconômico da cidade ou ao menos ajudar os menos favorecidos como ela.
Bárbara fundou a congregação religiosa dedicada ao Imaculado Coração de Maria, e no ano de mil novecentos e quarenta e três ela fundou também uma pensão para jovens desempregadas. Ela conseguiu notar que a maioria das crianças órfãs vinha de mães solteiras que realmente não tinham condições de cria-las, e que muitas vezes na hora da necessidade acabavam se prostituindo ou prestando outros trabalhos humilhantes. Bárbara não estava sozinha, muitas outras mulheres de coração bom se reuniram a ela para ajudar as jovens da pensão, que no inicio foi montado por cerca de dezessete jovens.
Por volta de mil oitocentos e quarenta e oito começou a ocorrer em Viena a revolução liberal, a situação do país estava mudando e com isso muitas pessoas estavam perseguindo as entidades religiosas (que dominavam o cenário do país até então), a congregação que Bárbara havia fundado já contava com vinte e uma jovens, e temendo o que poderia lhes acontecer decidiram mudar de país, com destino a América do Norte. Enquanto elas aguardavam no porto para sair do seu país, aportou um navio com destino ao Brasil, Bárbara entendeu aquilo como uns sinais de Deus então vieram todas para o país.
Registros mostram a declaração de uma das irmãs que a acompanhavam, segundo anotado por Madre Isabel elas chegaram ao Rio de Janeiro em nove de novembro de mil novecentos e quarenta e oito, sem dinheiro algum, sem conhecer ninguém daquele país, sem saber falar a língua nativa, todas estavam com muita fome porém mesmo assim confiavam no amor de Deus e de Nossa senhora. As jovens foram acolhidas por uma outra congregação durante seis meses, até que se pudesse celebrar a consagração religiosa da mesma, tornando a congregação delas oficial, e elas pudessem se colocar a serviço de Deus e da população. No dia oito de maio de mil oitocentos e quarenta e novo ficou juridicamente firmada a Congregação do Imaculado Coração de Maria, e Bárbara Maix recebeu o nome de Madre Maria Bárbara da Santíssima Trindade.
Assumiu então a responsabilidade de cuidar dos pobres e necessitados, ajudava a todos que a procuravam, além disso, passou a exercer papel de educadora, pois as mulheres não iam à escola. Além de oferecer educação e abrigo a muitos, passou também a realizar serviços de enfermeira em hospitais, pois o Brasil passava por um período de epidemia de cólera e febre amarela, além de estar no período da guerra do Paraguai, onde haviam muitos enfermos.
A irmã Bárbara era um destaque na sua forma de administrar sua congregação, não aceitava hierarquia, todas tinham que fazer os mesmo serviços, além de não se dedicar somente a vida religiosa, ela acreditava que unir a religião ao bem social era o caminho certo. Após tempos de administração começaram a haver alguns problemas com ela, segundo fontes havia membros da maçonaria infiltrados em sua congregação, e eles tinham o objetivo de separa-la da mesma. Durante um período em que as irmãs de sua congregação administravam um local que recolhia bebês nascidos fora do casamento, houveram reclamação pela forma que estava sendo direcionado o local, o que ocasionou a expulsão da irmã Bárbara da própria congregação que havia fundado. Mas em sua maioria, a população admirava ela por ser uma pessoa tão simples e boa com a comunidade.
Madre Bárbara partiu para o Rio de Janeiro em trinta e um de dezembro de mil novecentos e setenta, onde assumiu a escola Doméstica para meninas órfãs. Viveu ali até o ano de sua morte, em dezessete de março de mil oitocentos e setenta e três. A sua saúde já vinha debilitada a algum tempo, com asma e problemas cardíacos. Morreu aos cinquenta e quatro anos, após sair de uma missa. Depois de sua morte foi descoberto que as irmãs da antiga congregação que a acusaram haviam se arrependido de seus atos, enviando inclusive uma carta as autoridades religiosas contando que a Madre Bárbara na realidade era uma incrível administradora e a pedindo perdão, Madre Bárbara escondeu essas cartas para que as irmãs não se humilhassem. Em mil novecentos e cinquenta e sete seus restos mortais foram levados para Porto Alegre para descansar onde realizou seus principais trabalhos.
Milagre e Beatificação
O milagre que fora confirmado e fez o Vaticano reconhecer o poder e a santidade de Bárbara Maix, ocorreu em mil novecentos e noventa e quatro, em Santa Lúcia do Piaí, distrito de Caxias do Sul, com um menino de quatro anos de idade chamado Onorino Ecker. Enquanto a criança brincava com outros irmãos ao redor de uma fogueira, se desequilibrou e caiu em cima dela, caindo ainda em cima dele uma panela de agua fervendo, e pela queda, fazendo o menino respirar cinzas e vapor. Levado ao hospital com fortes queimaduras de terceiro grau, foi dito que sua morte era iminente, pois por ser muito pequeno e estar muito debilitado as chances de vida eram poucas. Os familiares motivados pela Irmã Dulcídia (Elisia) Granzotto, juntaram-se a comunidade e pediram por intercessão da Madre Bárbara Maix. Após quinze dias de orações o garoto saiu do hospital sem sofrer nenhuma sequela e com nenhuma marca ao longo do seu corpo.
O processo de beatificação da Madre Bárbara Maix começou sua primeira fase no ano de mil novecentos e noventa e três. O decreto do milagre (ocorrido com o garoto) foi aprovado em vinte e sete de março de dois mil e dez pelo Papa Bento XVI. Ela foi beatificada no dia seis de novembro de dois mil e dez em uma celebração ocorrida em Porto Alegre.