A ICAR – sigla para Igreja Católica Apostólica Romana- é uma das instituições cristãs mais conhecidas de todo o mundo. Sendo uma das responsáveis pela formação da sociedade europeia entre os primeiros séculos até o fim da Idade Média, a Igreja Católica era uma instituição forte, tanto economicamente quanto politicamente. As decisões tomadas na época pelos reis deveriam ter o aval da instituição religiosa para acontecer.
A ICAR surgiu com o Cristianismo, religião fundada por Jesus Cristo, sendo que a instituição reinou invicta desde os primeiros séculos até o fim da Idade Média, onde reformas e revoltas protestantes deram início ao Protestantismo, que virou uma vertente Cristã.
Apesar de o catolicismo experimentar um declínio séculos após a revolução protestante liderada por monges católicos como Martinho Lutero, a vertente católica ainda é muito forte mundo afora. O Brasil, por exemplo, é o país com o maior número de católicos do planeta (embora o número de pessoas que se diziam católicas terem diminuído drasticamente).
Uma das figuras centrais da Igreja Católica, depois de Deus e Jesus Cristo, é o Bispo de Roma, ou seja, o Papa, que é o chefe do Vaticano, pequeno país localizado em Roma e que é a sede oficial da Igreja Católica. Estando atualmente sob governo do Papa Francisco, a Igreja já teve mais de 265 papas, como o Papa Bento XVI, que é o assunto do nosso artigo de hoje. Aqui você vai conferir um pouco mais da vida do sacerdote Ratzinger, bem como algumas informações importantes. Vamos lá?
O Sacerdote Joseph Ratzinger
Nascido em abril do ano de 1927, em uma pequena aldeia na Baviera, cujo local ficava às margens do Rio Inn, na Alemanha, Joseph Aloisius Ratzinger era filho de Joseph, um comissário de polícia, sendo considerado um agente policial rural, e também de Maria Ratzinger, que tinha origens austríacas. O pai de Joseph era um homem com religiões profundas. Tamanha era sua posição política e religiosa, que esse comportamento quase veio a prejudicar a família, já que, Hitler estava no comando do país durante a infância e adolescência de Ratzinger. Aliás, um primo seu, que era portador da Síndrome de Down, foi morto pelas tropas nazistas que estavam em campanha a favor da eugenia.
Quando adentrou na adolescência, Ratzinger foi anexado ao exército alemão, em 1943,então com 16 anos. No entanto, não trabalhou diretamente na guerra, mas sim, na fabricação de produtos aéreos que seriam destinados aos aviões e outros equipamentos. Foi dispensado no ano seguinte, mas voltou a ser enviado a um campo de trabalho, onde foi obrigado a realizar serviços. Logo após a rendição alemã na Segunda Guerra Mundial, Ratzinger foi preso junto com outros 40 mil jovens, em 8 de maio, sendo liberto no mês seguinte. Quando retornou para sua casa, em uma sexta feira do Sagrado Coração, Ratzinger já era maior de idade, ou seja, já tinha completado seus 18 anos.
Depois de passar por todas essas etapas, Ratzinger, junto com seu irmão, Georg, resolveram seguir os passos religosos. Ambos entraram em um seminário católico e, no ano de 1951, foram ordenados sacerdotes pelo Arcebispo da cidade de Munique, o Cardeal Faulhaber. U mano mais tare, em 1952, começou a exercer a carreira de professor, em uma escola de teologia em Frisigna, onde lecionava as matérias de teologia dogmática e fundamental. E, logo em seguida, obteve o doutorado em teologia. Lecionou em vários outros institutos, por onde pode ensinar e aprender um pouco mais sobre a teologia e os tópicos que o cercam.
Juntamente com outros dois teólogos, Ratzinger fundou a revista Communio, que tinha por objetivo, mostrar ao público uma resposta positiva sobre a crise cultural e teológica que rondavam o catolicismo, após o Segundo Concílio do Vaticano.
Os seus passos até se tornar Papa começaram em 1977, quando foi designado Arcebispo de Munique e Frisigna, pelas mãos do Papa Paulo VI. Em 1981, já com João Paulo II ocupando o lugar de Papa, foi condecorado pelo mesmo com a Prefeitura da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que ocupou até o falecimento de João Paulo II. Aliás, Ratzinger participou do conclave que veio a eleger o Papa João Paulo I, em 1978, e em outro conclave no mesmo ano, que veio a colocar João Paulo II no cargo de Chefe do Vaticano.
Por falar em João Paulo II, Ratzinger era um grande amigo deste, já que compartilhavam das mesmas ideias ortodoxas. Além disso, era um dos integrantes mais fervorosos da Cúria Romana. Tamanha eram seus ideais ortodoxos, que o mesmo fez com que Leonardo Boff, um teólogo brasileiro, fazer seu voto de silêncio por conta de seus ideais que se assemelhavam ao que Karl Marx pregava, ou seja, Boff, um dos maiores nomes da Teologia da Libertação, tinha ideias marxistas.
Em 2005, depois de mais de 25 anos de pontificado, o Papa João Paulo II, acometido à tempos com doenças, tanto genéticas quanto às relacionadas com sua idade avançada, não resistiu, e veio a falecer no dia 2 de abril do mesmo ano. Quase 20 dias depois, em 18 de abril, foi aberto o conclave que iria decidir qual o novo nome que iria ocupar o cargo deixado por João Paulo II. Foi decidido, depois de três votações, que o novo papa seria Joseph Ratzinger, que adotou, então , o nome pontifício de Papa Bento XVI.
O nome “Bento” foi especulado como escolhido por Ratzinger por conta do Papa Bento XV, que foi considerado o Papa da Paz. Um de seus objetivos a frente do Vaticano era a “recristianização” da Europa, berço do catolicismo e onde a Igreja experimentou um declínio com o passar dos anos.
Ficou no cargo de pontífice por quase 8 anos, vindo a renunciar em fevereiro de 2013. No mesmo ano, o eleito para ocupar seu lugar foi Jorge Mario Bergóglio, o Papa Francisco, que tinha ficado em segundo lugar no conclave de 2005, onde perdeu para Ratzinger. É a primeira vez, em 600 anos, que a Igreja possui dois papas, sendo um emérito, que é o Papa Bento XVI.