A filosofia de origem japonesa chamada de Seicho-no-ie (Lar do Progredir Infinito em português) foi desenvolvida a partir de 1930 e se difundiu pelo mundo todo. Em nosso país essa filosofia tem presença ampla tendo como características principais o não-sectarismo, olhar para os antepassados e o desejo de estar sempre se aperfeiçoando. Um dos conceitos atualmente defendidos por essa filosofia religiosa é o da harmonia entre a humanidade.
Fundação do Seicho-no-ie
O fundador do Seicho-no-ie foi Masaharu Taniguchi, um escritor japonês de grande destaque que após ter tido revelações em 1929 deu origem a essa filosofia em 1° de março de 1930. A forma como Taniguchi apresentou essa religião foi como a essência de outras religiões e também como uma possibilidade de cura de problemas físicos e emocionais através da contemplação da Imagem Verdadeira do Universo.
Algo interessante é que o escritor já havia contribuído com escritos a respeito de outra religião chamada de Omotô (que em português significa Grande Origem). Sendo um intelectual esse escritor teve diferentes influências para desenvolver os seus pensamentos especialmente o Novo Pensamento Americano. Essa religião manteve cunho nacionalista até 1945, após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial os escritos não precisaram mais seguir a doutrina imperial.
Seicho-no-ie em Outros Países
Foi a partir da década de 1960 que o movimento religioso do Seicho-no-ie se expandiu para além das fronteiras do Japão. Porém, há que se destacar que antes desse período a religião já tinha alguns representantes em outros países, em geral eram focos que tinham início devido a imigração de japoneses. Para se ter uma ideia da transformação cultural em volta dessa religião devemos dizer que em nosso país cerca de 95% dos adeptos do Seicho-no-ie não tem ascendência japonesa.
Questões Humanitárias
Conforme o tempo passou a religião teve seus conceitos e bases renovados para atender as demandas atuais. No escopo do que defende o Seicho-no-ie estão o combate ao fundamentalismo, defesa do meio ambiente bem como a promoção dos direitos humanos. Os líderes desse movimento religioso viajam internamente no Japão e pelo mundo falando a respeito e tentando influenciar mais pessoas a olharem com carinho para essas questões.
Discussões
Dentre do grupo de adeptos do Seicho-no-ie existem algumas discussões que dividem opiniões e que criam subgrupos dentro do grupo geral. Uma das questões mais comentadas é o fato de que o teor nacionalista dos textos dessa religião foram modificados após 1945. Para muitos seguidores da religião é fundamental retornar aos estudos dos textos originais de Masaharu Taniguchi deixando de lado a renovação temática e a adaptação da filosofia a cada país em que está inserida.
Jisô ou Imagem Verdadeira
A doutrina do Seicho-no-ie tem como base três das principais religiões que se desenvolveram no Japão ao longo dos séculos que foram o Xintoismo, Cristianismo e Budismo. O principal tópico da crença dessa religião é Jisô ou Imagem Verdadeira que representa a natureza por meio de suas melhores características como abundância, a não-transitoriedade e a perfeição.
Para essa doutrina quem é filho de Jisô compartilha de sua essência divina sendo o principal objetivo chegar a esse status. Um ponto em que o Seicho-no-ie se desvia do Cristianismo é em relação ao homem ser pecador, para os adeptos dessa religião isso não é verdade uma vez que o homem tem natureza impoluta sendo filho de Deus. Nessa filosofia existe a crença de que tudo converge para o centro.
Até o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 esse centro era o Trono Japonês, contudo, com a maior abertura do regime esse conceito nacionalista foi se transformando. Também tem forte base na reverência aos antepassados uma vez que eles são como raízes que permitem ter um tronco familiar e assim chegar ao sucesso. Há for presença de conceitos de ecologia no escopo do Seicho-no-ie.