Religião Carijismo

A religião é um dos assuntos mais conhecidos no mundo, visto que ele é essencialmente religioso. E, com um vasto campo religioso, onde estimativas apontam que existam mais de 3 mil religiões em atividade no planeta, o Cristianismo se destaca nesse enorme iceberg, sendo a maior religião do mundo.

Em números, o Cristianismo angaria pouco mais de 30% da população mundial, algo em torno de 2,2 bilhões de pessoas, que estão divididos entre as suas várias vertentes, nas quais podemos destacar o Catolicismo, o Protestantismo e a Igreja Ortodoxa, sendo a primeira dessas vertentes a maior delas, talvez por ser a primeira a existir, antes das reformas e revoluções luteranas acontecerem.

O sistema que o Cristianismo segue é o monoteísta, ou seja, a crença em apenas um Deus, somente. Esse também é o sistema do Islamismo, a segunda maior religião do planeta, que também é divida em diferentes vertentes. Inclusive, iremos falar sobre uma dessas vertentes no nosso artigo de hoje, que é o Carijismo. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre a doutrina Carijita, bem como algumas informações importantes acerca dela. Vamos lá?

A Vertente Carijita

Os Carijitas, também conhecidos como Caridjitas, são os fieis do Islamismo que seguem a vertente Carijita da religião, por se identificarem com os seus preceitos. Foi a primeira vertente islâmica a se formar, depois de desavenças entre Ali e Muawiyah, sobre quem deveria ser o novo califa da doutrina islâmica, entre os anos de 655-661, quase 30 anos depois da morte de Maomé, considerado pelos muçulmanos como o verdadeiro messias enviado por Deus.

Depois que o terceiro califa escolhido para suceder os trabalhos de Maomé, chamado Otman, veio a falecer, os trabalhos para a escolha de um novo líder começaram. A partir daí, iniciaram-se, também, uma disputa pelo cargo, entre Ali, que, além de primo de Maomé, era casado com uma de suas filhas, chamada Fátima; e Muawiyah, que governava com mãos de ferro a região de Damasco e era primo de Otman. 

Então, para que o imbróglio fosse resolvido, as forças de Ali e Muawiyah entraram em conflito, no mês de julho de 657. No entanto, depois de muitas batalhas, nenhum lado consagrou- se vencedor e, portanto, o impasse continuava.

Para acalmar os ânimos e por fim a este episódio, Ali resolveu acenar para Muawiyah, oferecendo uma arbitragem, que foi prontamente aceita pelo rival. No entanto, alguns dos apoiadores de Ali discordaram totalmente da decisão tomada pelo candidato a califa, dizendo que tal ação –a de decidir quem, de fato, merece ocupar o posto de califa- pertencia somente a Deus. Por conta disso, os seus seguidores que não concordavam com a postura de Ali resolveram romper com o primo de Maomé e se juntarem com outros dissidentes, que perceberam que a medida tomada por Ali se tornaria desastrosa, o que aconteceu mais tarde.

Um ano mais tarde, em julho de 658, outra batalha envolve Ali e os homens que tinham retirado o seu apoio para a eleição dele como Califa. Liderados pelo Ibn Wahb, que também era o líder da revolta dos homens contra a medida de Ali, os homens e os combatentes de Ali entraram em guerra, onde alguns dos homens contrários a Ali, incluindo o líder Wahb, foram mortos pelos homens de Ali. No entanto, não foram todos os homens executados, fazendo-os retornar para suas terras para planejaram um ataque de vingança. 

Assim, no ano de 661, na cidade de Kufa, Ibn Muljam, um dos sobreviventes da guerra entre os dissidentes e os homens de Ali, assassina o primo de Maomé.  Após esse crime, os dissidentes, que passariam a ser conhecidos como Carijitas, começam a rejeitar todos os candidatos a califa que foram apresentados, se especializando em realizar ataques para demonstrar a sua posição. Por causa disso, passaram a ser chamados de infiéis pelos outros muçulmanos.

Os Carijitas acreditam que o califado pode ser exercido por qualquer pessoa, desde um governante até mesmo um escravo, bastando apenas que ela tenha boa aceitação pessoal, saiba manter laços de amizade e tenha todas suas atividades baseadas no que pregava o Alcorão, que é a bíblia Islâmica. Além disso, consideravam válido o questionamento, por todos os muçulmanos, da escolha injusta de um líder para se dedicar ao califado.

Por conta dessas atribuições, os Carijistas foram uma porta de entrada ao mundo islâmico pelas tribos que se sentiam excluídas pelo resto dos muçulmanos, por vários motivos, inclusive, por conta de ser um islâmico sem descendência árabe. Por conta disso, eram discriminados pelos outros muçulmanos e obrigados a pagarem alta carga tributária. 

Os Grupos Carijitas

Os carijitas apresentam divisões dentro da vertente, que evidenciava cada uma de suas particularidades. Confira, agora, um resumo sobre elas.

Azraquitas: Os membros desse grupo são considerados os mais radicais, por considerarem outros grupos muçulmanos infiéis e, por conta disso, perseguí-los. Nasceu de uma revolta que aconteceu em meados do ano de 684.

Najadat: É um grupo que, em 685, conquistaram o Bahrein e, mais tarde, uma parte de Omã e do Iêmen. Suas tradições recusam os chamados “assassinatos políticos”, que consistiam em mortes a muçulmanos considerados infiéis. 

Sufris: Os Sufris, assim como os Najadats, repudiavam os assassinatos políticos e praticavam a dissimulação da fé, vindo a se instalar em regiões do norte da África.

Ibaditas: O grupo dos Ibadistas se opõe firmemente contra a postura radical tomada pelos Azraquitas, embora mantenham a intransigência moral. Foram muito importantes para que a dinastia omíada viesse a cair, em 782. Anos mais tarde, em 791, um imã Ibadita foi eleito, na cidade de Nizwa.  Os Ibaditas praticaram certo isolamento do resto do mundo muçulmano, o que pode ter contribuído, em partes, para que os Carijitas ainda existam nos dias de hoje, mesmo que, naquela época, as perseguições contra eles fossem intensas.

O norte da África, durante uma dinastia, foi um dos maiores focos para os Ibadistas, que planejavam levar sua cultura até lá. Foi um dos grupos que mais se espalharam, levando um pouco de suas características para outros muçulmanos. 

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Categoria(s) do artigo:
Religiões

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