O Deus do Islamismo de acordo com o Alcorão se chama Alá (em árabe Allāh) e se caracteriza por ser onipotente e onisciente tal qual o Deus da Bíblia dos cristãos. As escrituras sagradas islâmicas enfatizam que há apenas um Deus que é todo poderoso, ou seja, ele é singular (tawhid).
A manutenção da ordem como conhecemos é entendido como um ato misericordioso de Alá pelo qual todas as criaturas devem ser gratas. Conforme as crenças islâmicas Alá existe sem um lugar e não há uma visão que possa contemplá-lo, Ele responde ao chamado dos necessitados quando existe fé verdadeira em seus corações.
99 Nomes Para Deus
De acordo com a tradição do Islã existem 99 nomes possíveis para Deus sendo que cada um deles refere-se a um tributo específico Dele. Contudo, todos esses nomes referem-se a Alá, o grande nome que contempla todas essas características que tornam o Deus do Alcorão tão poderoso. Destacam-se como os nomes mais mencionados dentre esses 99: “O Compassivo” (al-rahman) e “O Misericordioso” (al-rahim).
Mesmo Deus dos
Embora existam inúmeras diferenças marcantes entre a religião islâmica e o cristianismo é interessante mencionar que o Deus considerado único para ambas é o mesmo. Também é o mesmo Deus do Judaísmo e de todas as religiões abraâmicas (com origem identificada em Abraão). As diferentes doutrinas levam a veneração do mesmo Deus.
O Alcorão apresenta Alá como o mesmo Deus de Israel uma vez que é o Deus de Abraão (ponto em comum entre as religiões), porém, de uma forma um tanto mais vaga do que Ele é apresentado na Bíblia. Da mesma forma como acontece no Judaísmo, o Islã, não reconhece a Santíssima Trindade.
Unicidade de Alá
Um dos pontos cruciais de diferença entre o Islamismo e o Cristianismo está na questão da unicidade atribuída a Alá. Ao entender que Deus é único e singular (Tawhid) se ignora a ideia da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) que é a base do cristianismo. Os muçulmanos acreditam que Alá é o princípio e o fim de tudo não existindo nenhuma força que se compare a sua. Ele não gerou e nem foi gerado.
Dessa forma a soberania de Alá é indivisível assim como existe a rejeição da ideia de que as forças do bem e do mal são geradas por Ele, os muçulmanos repudiam modos de pensamentos binários. O Deus do Islã é universal e não aceita nenhuma forma de mal. O princípio do Tawhid é o principal do Alcorão. Venerar qualquer entidade criada é considerado como o único pecado imperdoável no Alcorão.
Paralelo Entre o Islã e o Cristianismo
No Alcorão são mencionados inúmeros personagens bíblicos, embora tenha um de vista diferente do cristianismo, o islamismo, possui escrituras sagradas semelhantes. Abaixo apontaremos alguns desses pontos de contato entre os dois livros sagrados.
O Islã nasceu no século 7, cerca de mil anos após o Velho Testamento ter sido escrito e cerca de 600 após o Novo Testamento. Essa religião teve origem a partir de uma combinação de elementos culturais tribais árabes com o cristianismo e o judaísmo.
Abraão
É interessante observar que a saga dos muçulmanos começa exatamente da mesma forma que a dos judeus e cristãos, ou seja, com Abraão (em árabe Ibrahim) recebendo a revelação de um livro sagrado por Alá. O mesmo que Alá faria alguns séculos mais tarde com o profeta Maomé ao lhe ditar as escrituras do Alcorão.
O livro entregue a Abraão teria sido perdido e por isso a restauração desse livro na forma do Alcorão seria uma maneira de voltar a tradição original da religião. Numa passagem do livro sagrado do Islã está escrito que Abraão não era judeu e sim monoteísta e muçulmano.
Dois Filhos, Dois Povos
Na Bíblia Deus pede a Abraão que sacrifique um de seus filhos, nesse texto o escolhido é Isaac que era também filho de Sara, esposa do patriarca. Já no Alcorão Abraão sacrifica Ismael que era filho também da escrava Hagar. Conforme a narrativa islâmica os judeus descendem de Isaac enquanto os árabes descendem de Ismael.
Abraão aceita o desígnio de ter que sacrificar o filho favorito e este concorda com o destino até que Deus interfere dizendo que não é necessário que o ato se concretize afinal o teste era a respeito da sinceridade de Abraão em sua fé e ele passou tornando-se o patriarca. Alá então lhe disse que seus dois filhos dariam origem a dois povos grandes povos.
O povo advindo de Isaac seria próximo ao patriarca enquanto o de Ismael lhe seria distante. Hagar partiu com o filho para deserto da Arábia procurando um lugar chamado Meca. O patriarca visitou a ex-escrava e Ismael muitas vezes e em Meca construíram a Caaba que é considerado o epicentro do islamismo.
Moisés
Da mesma forma que na Bíblia a história de Moisés no Alcorão diz que ele foi colocado num cesto por sua mãe biológica sendo encontrado pela mulher do faraó e criado como um egípcio.
Após matar um homem ele é exilado em Midian onde constitui família e posteriormente recebe o chamado de Alá para cumprir a missão de salvar seu povo da escravidão. Moisés recebeu o título de Kalimullah (aquele que fala diretamente com Deus).
Jesus
No Alcorão consta a passagem em que o anjo Gabriel anuncia para a Virgem Maria que ela será mãe do Messias. A jovem se surpreende e pergunta como isso seria possível se ela jamais foi tocada por qualquer homem e então o anjo lhe diz que para a vontade de Alá basta dizer “que assim seja”.
Os muçulmanos consideram um profeta e não o filho de Deus como os cristãos. No Alcorão todos os profetas são reconhecidos por terem uma das características de Deus em maior destaque sendo que Jesus se diferenciava por sua extrema pureza. De acordo com o Alcorão Jesus retornará para estabelecer o reino de paz na Terra até o dia da chegada do Juízo Final.
Noé
A história de Noé (em árabe Nuh) se torna mais dramática no Alcorão já que nem todos os seus filhos puderam entrar na arca. Um dos herdeiros foi castigado por Alá a morrer na imensurável inundação.