A religião é um assunto muito complexo e que, no mundo de hoje, tornou-se um dos temas mais debatidos e abordados nas grandes massas populacionais. Isso porque, diante do grande leque de religiões existentes (cerca de três mil), muitas pessoas debatem sobre elas, expondo todos os costumes de determinada religião.
Por conta da enorme variedade religiosa existente, vários conflitos entre grupos religiosos acontecem, desde os primórdios da fundação de religiões até os dias de hoje, onde grupos extremistas agem com violência para impor uma religião de seu interesse.
Atualmente, o cristianismo é, de longe, a religião com maior número de adeptos, sendo que ela angaria cerca de 2,2 bilhões de fiéis por todo mundo, remetendo a pouco mais de 30% da fatia populacional do planeta. Através de suas três vertentes principais, que são o Catolicismo, o Protestantismo e a Igreja Ortodoxa, o cristianismo consegue manter uma grande influência no planeta. Prova disso é o Brasil, país com o maior número de cristãos (católicos) de todo o mundo.
No entanto, iremos falar de uma congregação protestante no nosso artigo de hoje. É o Exército da Salvação. Aqui, você vai saber um pouco mais sobre esse movimento, suas características e informações interessantes. Vamos lá?
A Fundação do Exército da Salvação
O Exército da Salvação teve origem na cidade de Londres, na Inglaterra, por meio das mãos de Willian Boot, sendo que a instituição é uma das mais benevolentes de todo o planeta. Denominada cristã protestante, o Exército da Salvação surgiu em 1865, em pleno auge da Revolução Industrial no território inglês e, a partir daí, se espalhou por mais de 126 países, desembarcando no Brasil há 94 anos, no ano de 1922.
Atualmente, com sede em São Paulo, o Exército da Salvação atua em várias regiões do país por meio de comunidades e igrejas parceiras da instituição, levando ajuda e o conforto da palavra de Deus para quem mais precisa.
Na época da fundação da instituição por Booth, em 1865, ele e a mulher, Catherine, resolveram que era hora de criar uma missão que ajudasse aos mais pobres. Naquele ano, surgiu a organização cujo nome era “Missão Cristã do Leste de Londres”, onde tanto ele quanto ela eram encarregados de pregar a palavra divina às pessoas.
Entretanto, havia uma diferença: enquanto Willian se encarregava de pregar aos mais pobres e necessitados, Catherine cuidava de pregar aos mais ricos, como empresários e comerciantes, de onde arrecadava fundos para que as obras missionárias aos pobres pudessem ser feitas. Catherine também atuava como Ministra Religiosa o que, naquela época, não era comum de se ver uma mulher ser ministra de religião.
Logo depois, com o sucesso de ambos na pregação da palavra divina e arrecadação de fundos, Willian passou a ser conhecido como o “General” do movimento, e Catherine, por sua vez, começaram a ser chamada como a “mãe do exército”. A partir dai, dando um tom mais militar ao movimento, ele passou a se chamar “Exército da Salvação”. Após a inclusão do novo nome, Willian disse que havia três “S” que eram primordiais para o funcionamento da instituição: a Sopa, que era o alimento, o Sabão, e depois a Salvação.
As ações do movimento começaram a surtir efeito. Os primeiros membros da instituição foram os alcóolatras que, ao encontrar refúgio no movimento, passaram a se converter ao protestantismo e, de quebra, ajudavam a instituição a crescer. E isso começou a incomodar.
Ao mesmo tempo do crescimento da instituição na Inglaterra, a insatisfação de alguns com os projetos sociais promovidos pelo Exército da Salvação crescia junto. O grupo mais revoltado com tais ações era justamente os de donos de bares e botecos que viram sua clientela sumir com a influência do movimento. Tamanha era a revolta que várias pessoas que faziam parte do movimento e ajudavam nos programas sociais instituídos pelo Exército da Salvação eram agredidos verbal e fisicamente por esses grupos, sendo que tais pessoas eram conhecidas por Skeleton Army – ou, na tradução direta, Exército de Esqueletos, em alusão ao nome da Instituição de Willian e Catherine.
Entretanto, nem a grande oposição encontrada pelos membros da organização conseguiu evitar o grande crescimento do Exército da Salvação, que experimentou o seu ápice entre o final do século XIX e o início do século XX.
O Exército da Salvação no Brasil
Voltando ao período da instalação do Exército da Salvação no Brasil, o mesmo foi feito pelo casal David Miche e Stelle Miche, que desembarcou na capital federativa do país na época, o Rio de Janeiro, no ano de 1922. Sua chegada em terras tupiniquins foi bastante tranquila e comemorada por populares cariocas, já que muitos conheciam a instituição pelas suas ações praticadas em países da América do Norte (como os EUA). No entanto, ainda assim, algumas pessoas olhavam com desconfiança aos projetos propostos pelos membros do movimento.
Logo após chegarem ao país, os membros do movimento logo se compadeceram da situação de miséria que viviam algumas pessoas, de modo que criaram vários órgãos que visassem ajudá-las. Um exemplo disso é que, em 1928, foi criado um núcleo de atendimento aos marinheiros da cidade de Santos, litoral de São Paulo, para conceder algum tipo de assistência a eles, justamente pelo perigo que a sua profissão o proporcionava.
Tempos depois, ao desenvolver esses e mais outros projetos, o Exército da Salvação espalhou-se rápido pelo país, com o propósito de levar a palavra de Deus aos mais pobres e, de quebra, mostrar a eles um horizonte diferente do que já estavam acostumados, que era a miséria e a falta de esperanças e perspectivas de um futuro melhor.
No panorama atual, o Exército da Salvação mantém em funcionamento no Brasil pouco mais de 30 escritórios destinados ao atendimento social, visando ajudar as pessoas necessitadas. Além de várias igrejas e instituições de caridades parceiras que estão espalhadas pelo vasto território brasileiro.
Sendo considerada, além de uma doutrina religiosa, uma ONG, o Exército da Salvação atua nos campos assistenciais, promocionais e educacionais, sendo o último, a força motriz para um mundo melhor.