É de conhecimento de maioria das pessoas que o assunto religião é um dos mais complexos que existem. Isso porque, o mundo é essencialmente religioso. Mais da metade da população é pertencente a alguma doutrina religiosa, onde, nesse cenário, o Cristianismo lidera, com folga, sobre o restante das religiões, que beiram as mais de 3 mil.
Como já dito, o Cristianismo é a maior religião do planeta atualmente, embora tenha experimentado, cada vez mais, um declínio, desde o fim do monopólio da Igreja Católica na Europa no fim da Idade Média. Outras religiões, como o Islamismo e o Hinduísmo, passaram a crescer muito nos últimos anos, sendo o Islão a doutrina que mais angaria devotos no planeta.
Apesar de essas três religiões dominarem o cenário mundial das religiões, muitas outras também conquistam espaço, como as religiões de matriz africanas, que possuí muitos praticantes no Brasil, por exemplo, além de outras seitas orientais. É o caso do Cheondoísmo, que é o assunto do nosso artigo de hoje. Aqui, iremos falar um pouco sobre essa religião que é uma das mais antigas do oriente, bem como algumas informações interessantes sobre ela. Vamos lá?
A Origem do Cheondoísmo
O Cheondoísmo, também conhecido como Chondoísmo é uma doutrina e movimento de ordem religiosa de origem coreana que começou a ganhar força no século XX, que é baseado em outro movimento coreano que teve grande importância no século XIX. Esse movimento anterior ao Cheondoísmo teve origem nas rebeliões de camponeses que aconteceram no território da Coreia (O rompimento na Coreia só ocorreu no século XX, no qual originou a Coreia do Norte e Coreia do Sul) em 1812, enquanto a Dinastia Joseon vigorava nas terras coreanas.
Apesar de estarem presentes em ambas as Coreias, a religião Cheondonísta tem maior incidência na Coreia do Norte, onde os preceitos religiosos da doutrina dizem que Deus está presente em cada uma das pessoas, e que as boas atitudes devem estar sempre presentes em suas ações cotidianas. Como dizem que Deus se encontra em cada um, os praticantes dessa religião dizem que a vida deve ser vivida de forma intensa no presente, já que não acreditam em uma possível vida após a morte, como pregam muitas doutrinas religiosas, como o Cristianismo.
O movimento religioso é apontado, segundo o regime da Coreia do Norte, como a principal religião do território, com cerca de 10% da população envolvida com a religião. No entanto, o Cheondoísmo chegou com força, também, na Coreia do Sul, no qual o país registra, ano após ano, um crescimento significativo de seguidores da doutrina Cheondoísta.
No ano de 2005, foi feito um censo que determinou que, na Coreia do Sul, mais de 1.131.00 pessoas eram adeptas do movimento religioso, contabilizando, também, mais de 280 templos religiosos da seita por todo o território.
Em suma, o Cheondísmo determina que o Céu – que, na verdade, representa todo o Universo- é o limite para todas as ações e realizações mundanas. Por conta disso, a vida, segundo eles, é somente essa, descartando uma possível vida pós-terrena. Diz ainda que o Céu atua como “um instrutor” na vida cotidiana dos fieis, no qual o Deus é encontrado em cada um, e não um somente na qual todos devotam. Cabe a cada um, buscar o Deus interior e, por fim, agir como um, como, por exemplo, em boas ações e projetos que não prejudiquem o próximo.
Por essa noção de não existir uma vida após a morte no paraíso, a crença da religião determina que o “Paraíso” deva ser feito na Terra, com atitudes que façam prosperar a cooperação, a humildade, a compaixão, o amor e, principalmente, a paz entre as pessoas.
Relação entre o Budismo e o Cheondísmo
É preciso dizer que, durante os anos, a religião cheondísta englobou diversas práticas de outras religiões orientais, como o budismo. A seguir, confira um resumo sobre essa doutrina religiosa.
O Budismo
O budismo é uma doutrina religiosa na qual não há um deus específico que rege as suas atividades, sendo, portanto, uma seita não- teísta. Essa filosofia de ordem religiosa tem por objetivo fazer transbordar por todos os locais os ensinamentos que foram criados por Buda, que é o líder máximo da doutrina –mas não pode ser considerado um deus- e que, segundo a história, aquele que atingiu as competências necessárias do budismo, que é o conhecimento da natureza interior do corpo. Mas, o primeiro Buda que é considerado nasceu , provavelmente, em Lumbini, cidade do Nepal, entre os anos de 500- 600 antes de Cristo.
Os preceitos budistas se assemelham e muito aos do Cheondísmo, no qual são baseados nas boas ações ao próximo, bem como um estado espiritual equilibrado. O conceito de “carma” também provém do budismo, no qual significa nas ações pessoais que levarão a um estado de retorno; ou seja, se uma pessoa praticar boas ações em sua vida, é esperado que boas ações sejam praticadas para ela, em um estado contínuo de boas ações se estas também partirem do receptor.
Segundo estudos, o budismo nasceu dois milênios antes do nascimento de Cristo, em correntes religiosas oriundas da Índia. Posteriormente, a religião teria se expandido por outros países asiáticos, sobretudo, na China, no qual a religião tem uma forte presença.
Ao contrário de outras religiões, os ensinamentos de Buda não foram transcritos para um livro, como foi feito com a Bíblia, livro no qual reúne vários depoimentos de pessoas importantes na história do Cristianismo, que se encarregaram de transmitir as mensagens de Deus através das gerações que viriam pela frente. Ao contrário disso, os ensinamentos budistas vieram através da oralidade, na qual os ensinamentos são transmitidos de pessoa para pessoa, em um ciclo que não tem fim. No entanto, alguns de seus ensinamentos passaram a ser escritos por monges e outros sacerdotes a partir do século I depois do nascimento de Cristo, como forma, segundo eles, de propagar os ensinamentos do líder budista e para que ele pudesse chegar ao maior número de lugares possíveis. No entanto, em locais mais tradicionais, os ensinamentos continuam a ser repassados de forma oral.