O Papa é o maior representante da Igreja Católica, sendo seu chefe, quem a governa e institui as diretrizes que ela deve seguir. O seu ofício é chamado de papado, e funciona da mesma maneira que o governo de um país por um presidente, por exemplo. Ele é também o Bispo de Roma, na Itália, sendo o governante do Vaticano (que fica localizado dentro de Roma, mas é considerado outro país). O Bispo é aquele que administra todas as igrejas da região em que é definida uma diocese.
É a partir da opinião do Papa que são estabelecidas a posição da igreja perante vários temas, no entanto, ele governa com o auxílio da Cúria Romana, que o aconselha. O papado normalmente tem duração até o dia da morte do Papa, no entanto, há alguns casos em que eles renunciam, como ocorreu com o Papa Bento XIV.
São Pedro é considerado o primeiro Papa que existiu, sendo que ele foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. A Igreja Católica já teve 265 Papas, e durante alguns anos da Idade Média, quando a Igreja estava em pleno poder, ocorreu de existir mais de um Papa ao mesmo tempo (alguém que desejava usurpar o lugar do outro), nesse caso o usurpador era chamado de antipapa.
Um dos Papas recentes que mais marcou a história da Igreja Católica foi o Papa João Paulo II. Certamente ele foi um dos homens mais influentes do tempo que viveu, e foi durante o seu papado – e suas viagens ao redor do mundo – que a Igreja Católica se consolidou como uma Igreja Mundial, além disso, foi a partir das suas decisões que a Igreja Católica passou a ter um diálogo melhor em relação a autoridades políticas.
Quem Foi João Paulo II?
Nascido na Polônia, no dia 18 de maio do ano de 1920, sob o nome de Karol Józef Wojtyla, João Paulo II foi o 264º Papa. Foi eleito Papa no dia 16 do mês de outubro do ano de 1978. Seu papado teve a duração de 26 anos, 5 meses e 17 dias, até o dia 2 do mês de abril do ano 2005, data de sua morte.
O Papa João Paulo II foi o terceiro com maior Papado da história da Igreja Católica, ficando atrás de São Pedro, que liderou a Igreja por 37 anos e o Pio IX com a duração de 31 anos. Ele foi o primeiro Papa não italiano eleito desde o ano de 1522.
João Paulo II nasceu em uma pequena cidade da Polônia, chamada Wadowice. Na sua infância perdeu a mãe e os dois irmãos mais velhos. Ao adquirir idade, mudou-se para a Cracóvia para estudar na Universidade de Jaguelônica. Seu pai morreu quando ele era jovem, a partir disso, ele sentiu sua vocação religiosa e passou a estudar em seminário clandestino (nesse período estava acontecendo a Segunda Guerra Mundial).
Ele se tornou padre no ano de 1946, fez doutorado em teologia pela Universidade Católica de Lublin e se tornou bispo auxiliar na Cracóvia em 1958. Foi elevado a arcebispo em 1964 e cardeal em 1967.
Ele morreu no ano de 2005, devido ao Mal de Parkinson, com 84 anos de idade. Foi beatificado no dia 14 do mês de janeiro do ano de 2011, e canonizado no dia 27 do mês de abril do ano de 2014. Seu dia é celebrado em 22 de outubro, data que ele realizou a primeira missa como Papa.
Eleição ao Papado de João Paulo II
O Papa João Paulo I foi eleito em agosto de 1978, no entanto, ele morreu após 33 dias da sua eleição, então foi reunido um novo conclave para a decisão de um novo Papa.
O novo conclave tinha uma característica interessante, haviam dois nomes fortes para serem eleitos, o Arcebispo de Gênova, chamado Giuseppe Siri, e o Arcebispo de Florença, chamado Giovanni Benelli. Os apoiadores de cada um dos nomes estavam confiantes nas suas eleições, porém, logo notou-se que como os votos estavam bem divididos, talvez nenhum dos dois recebessem o número suficiente para a eleição.
O nome do Cardeal Polônes surgiu como “válvula de escape” para o empate, e ele foi eleito com 99 a 111 votos no dia da oitava votação. O seu nome foi escolhido como uma homenagem ao seu antecessor que ficou tão pouco no poder.
João Paulo II e suas Viagens Internacionais
Durante os anos 80 e 90, João Paulo II fez diversas viagens, onde incluiu inúmeros locais que nenhum Papa havia visitado antes, dando atenção a todos os continentes. Ao todo, visitou 129 países durante todo o seu pontificado. Ele falava 13 línguas, conseguindo se comunicar em quase todos os locais que visitou.
Entre os locais que nenhum Papa havia visitado antes é possível destacar o México, a Irlanda, o Reino Unido, os países da antiga União Soviética e também o Brasil.
Essas viagens internacionais ajudaram a fazer com que João Paulo II fosse o primeiro Papa que tivesse quase todos os seus passos televisionados, ele estava constantemente sob holofotes e todos os locais que visitava reunia multidões que desejavam o ver de perto.
Por meio das suas viagens ele conseguiu dialogar com líderes internacionais com as mais diferentes vertentes políticas, fazendo com que a Igreja Católica fosse influente na sociedade e em assuntos diversos.
Quantas Vezes o Papa João Paulo II Veio ao Brasil?
No total, o Papa João Paulo II fez quatro visitas ao Brasil, sendo que uma foi uma passagem rápida, quando ele estava viajando para a Argentina.
A primeira visita ocorreu no ano de 1980 e foi a mais marcante para os brasileiros, a segunda foi apenas uma escala de um voo para a Argentina no Rio de Janeiro, que ele fez um pequeno discurso, a terceira ocorreu no ano de 1991 e a última visita ocorreu no ano de 1997, no II Encontro Mundial do Papa com as famílias.
A primeira visita, no ano de 1980, ocorreu em meio a ditadura militar, um período difícil para o povo brasileiro. A visita do Papa levou multidões às ruas das 14 cidades que visitou (Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Aparecida, Vitória, Porto Alegre, Manaus, Curitiba, Salvador, Recife, Belém, Fortaleza e Teresina). A viagem teve duração de 12 dias.
A população estava ansiosa para a sua visita devido a expectativa de beatificação de José de Anchieta, além disso, os seus discursos sobre questões sociais como direitos humanos, justiça, liberdade sindical e educação sexual, eram extremamente esperados.
Essa primeira visita proporcionou diversos momentos marcantes, como o que ocorreu na sua chegada a Brasília, onde ele beijou o chão próximo ao Palácio do Planalto. Certamente o momento de maior destaque foi quando ele visitou a favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, durante a visita ele deu aos moradores o anel de ouro que estava usando, entrou na casa de uma fiel sem avisar e abençoou o Cristo Redentor.
Em sua visita a São Paulo ele beatificou o padre jesuíta José de Anchieta, considerado fundador da cidade, além disso, fez um importante discurso sobre a exclusão social e o materialismo.
Outro ponto marcante foi o encontro com a irmã Dulce, realizado na capital baiana, onde foi recebido por mais de meio milhão de pessoas. Ele abençoou a irmã e realizou junto dela algumas visitas.
Durante a sua visita a Belém houve uma denúncia anônima de que o Papa sofreria um atentado com uma bomba, mas, isso foi uma denúncia falsa e tudo correu bem. Ele encerrou sua passagem pelo Brasil no Amazonas, onde discursou em prol da preservação da Amazônia.
Na sua segunda visita ao país ele visitou 10 capitais, se encontrou novamente com a Irmã Dulce realizando uma bênção particular e beatificou Madre Paulina. Nessa visita ele estava com a saúde debilitada, devido a um atentado que havia sofrido em 1981, onde levou três tiros.
Na última passagem pelo Brasil ele ficou apenas quatro dias no país, nessa época ocorria uma crescente crítica ao conservadorismo da Igreja católica bem como um aumento da diversidade religiosa no país. Nessa passagem ele disse uma frase que marcou a população: “Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca” (ele repetiu essa frase em mais dois estados, se definindo como gaúcho e baiano).