A religião é um dos assuntos mais delicados que se pode tratar no mundo, e isso pode ser comprovado pela grande quantidade de religiões existentes no planeta hoje. Desde os tempos que os seres humanos começaram a se organizar em comunidades, com a origem da agricultura, e, com a sedentarização do povo, itens e divindades religiosas começaram a ser reverenciados. E, com isso, o número de religiões existentes hoje ultrapassam a marca de 3 mil.
Mas todos sabem, também, que a maior religião existente hoje é o Cristianismo, desde o fim do Império Romano, quase chegando ao ano 400 d.C. Isso porque foi nessa época em que a religião, que antes era bastante perseguida pelos romanos, foi adotada como religião oficial de todo o império, o que a fez ser fortalecida a tal ponto que a sua decisão importava tanto ou igual ao dos governos.
E esse poderio todo se estendeu pelos milênios, até a Idade Média, época que a Igreja Católica Apostólica Romana viveu o seu auge. De lá para cá, com o início do Iluminismo, o ser humano começou a questionar mais sobre as imposições cristã-católicas sobre a vida das pessoas, o que a fez perder grande parte de seu poder influenciador.
No entanto, ainda hoje esse poder é sentido, principalmente em países com maioria cristã católica, como é o caso do Brasil, que é país com o maior número de pessoas católicas de todo o planeta, embora o número de cristãos protestantes também cresce em ritmo acelerado. Estima-se que, em 2040, os cristãos protestantes sejam maioria no país tupiniquim.
O catolicismo se diferencia das outras vertentes cristãs, justamente, por cederem lugar a homenagens àqueles que, de alguma forma, durante sua vida serviram à Igreja e seguiram os mandamentos bíblicos. A eles, damos o nome de “beatos ou beatas”, e, num patamar acima, “santos ou santas”.
E, no nosso artigo de hoje, iremos falar um pouco sobre uma mulher que foi muito importante para a vida da Igreja Católica, por conta das suas inúmeras obras: Madre Assunta Marchetti. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre a vida dessa figura, bem como algumas informações bastante interessantes sobre ela. Vamos lá?
A Madre Assunta Marchetti
Nascida na Itália, na cidade de Lombrici de Camaiore, na data de 15 de agosto de 1871, Assunta Marchetti foi uma conhecida irmã católica, que, desde criança, já mostrava as verdadeiras intenções do seu dom, já que almejava para sim uma vida totalmente de entrega para Deus. No entanto, diversos fatores fizeram com que a então jovem Assunta adiasse seus planos, pelo menos, por um tempo: sua mãe era enferma, seu pai morreu repentinamente e, também, os diversos afazeres domésticos que a casa necessitava.
Em 1895, porém, veio a grande chance de Assunta de realizar seu sonho: seu irmão, José Marchetti, que tinha se tornado padre, a convidou para vir com ele em uma missão religiosa para um país que ela só tinha ouvido falar por meio de livros: o Brasil. Temendo o desconhecido, mas sem pestanejar, resolveu aceitar o pedido do irmão e veio com ele para as terras tupiniquins. Mas ela não veio sozinha: além do seu irmão, ela trouxe consigo sua mãe e duas jovens que também desejavam viver sua vida em Cristo.
Tais pessoas se apresentaram a João Batista Scalabrini, sacerdote responsável pela missão religiosa no Brasil, e, juntos, formaram “As Servas dos Órfãos e Abandonados”, ou seja, uma instituição que tinha por intuito maior servir de abrigo para as crianças e jovens que perdiam seus pais muito precocemente. A todo momento, se sentia honrada por ter sido designada para esse cargo, passando a sua juventude sendo a figura materna na vida das criancinhas. Por conta desse amor imediato pela profissão, a Madre, então, nunca mais saiu dali, de onde desejava muito terminar seus dias ao lado daquilo que ela mais prezava e gostava: os orfãozinhos.
É notório que a imagem da Madre para todos àqueles que trabalhavam para o acolhimento dessas crianças era importante, pois transcendia, realmente, a intenção daquela instituição, que era o reconforto de tais pessoas que, segundo Assunta, por serem pobres e carentes, remetiam muito à imagem de Jesus Cristo. E assim foi por muitos e muitos anos, até que, nos anos 1940, um grave ferimento veio acometer Madre Assunta, machucado esse que surgiu depois dela atender um enfermo que necessitava muito de um atendimento médico. Essa ferida a acompanhou até a sua morte, que ocorreu no ano de 1948, no local onde ela construiu e edificou sua vida religiosa.
Por conta de seus trabalhos prestados às crianças órfãs, o Vaticano deu entrada no processo de beatificação de Madre Assunta, no qual foi concluído na cidade de São Paulo em 1991. Desde então, diversos milagres que foram atribuídos à intercessão da Madre ocorreram, e os seus devotos mais fervorosos esperam que ela seja, enfim, canonizada.
Como é a Beatificação e Canonização De Pessoas?
Para uma pessoa ser beatificada e, posteriormente, canonizada, é necessário que ela seja católica e que, comprovadamente, tenha feito ações que eram pautadas no seguimento de Jesus Cristo, bem como também no que manda a Bíblia, que é o livro com maior vendagem em todo o planeta. Com essas possíveis ações, uma equipe especializada no Vaticano vai até o local de origem do candidato ou candidata a beatificação e coleta provas e depoimentos de testemunhas que possam comprovar se, de fato, milagres aconteceram por sua intercessão e, assim, dar entrada nos trâmites necessários para que ele ou ela pudessem ser promulgados como beatos da Igreja Católica.
Depois do processo de beatificação, espera-se mais alguns anos até que evidências ainda mais contundentes sobre a possível intercessão do beato possam ser traduzidas para uma evolução para ser canonizado. Vale lembrar que esse processo é o mais demorado de todos, e, por conta disso, necessita da paciência e compreensão dos fiéis.
Uma beata bastante conhecida no Sul de Minas, por exemplo, é Nhá Chica, que teve sua beatificação confirmada há poucos anos, o que foi motivo de orgulho e emoção por parte de seus adoradores.
