A Igreja Católica e o cristianismo tem grande relevância no contexto mundial com interferências inclusive de cunho político em algumas situações. No entanto, não foi assim desde o início, quando foi criada, a partir dos ensinamentos de Jesus Cristo, na Antiguidade os seguidores dessa religião foram violentamente perseguidos pelo Império Romano.
Três séculos de opressão e martírios separam o nascimento do cristianismo da sua ascensão como religião oficial do Império Romano. Continue lendo para entender como foi essa história e como o cristianismo se tornou tão difundido pelo mundo todo.
Cristianismo: A Difusão
No ano de 380 d.C. o imperador Teodósio I assinou o Édito de Tessalônica que elevava a religião cristã ao status de religião oficial do Império Romano. Antes desse momento histórico houve três séculos de perseguição do mesmo Império Romano aos seguidores da religião cristã. O cristianismo deu início a sua expansão a partir de Jerusalém conquistando todo o território do Oriente Médio.
Em 301 d.C. passou a ser a religião oficial da Armênia, em 325 da Etiópia seguida pela Geórgia em 337. O período da Idade Média foi um dos melhores em termos de difusão da religião pela Europa. A Era dos Descobrimentos permitiu então que os europeus levassem o cristianismo para o Novo Mundo.
Nos dias de hoje, o cristianismo, é a maior religião do planeta contando com mais de 2,13 bilhões de fiéis. Para se ter uma ideia essa crença religiosa é seguida por cerca de 33% da população mundial.
Como Nasceu o Cristianismo?
Jesus Cristo nasceu em Belém num período de grandes conflitos entre os judeus, pois a aristocracia e os sacerdotes concordavam com o domínio romano por obter vantagens comerciais enquanto havia uma seita dentro da religião judaica que pregava o nascimento de um Messias que seria o líder do povo judeu rumo à independência.
A história de Jesus é contada através dos Evangelhos, no entanto, há um período quase sem informações interrompido pela passagem de seu batismo aos 30 anos pelas mãos de João Batista no Rio Jordão. Jesus é identificado pelos cristãos como o Messias mencionado pela Torá dos judeus. No entanto, o povo judeu acredita que Jesus não era o enviado por Deus e que este ainda virá. Em linhas gerais Jesus pregava amor ao próximo, perdão e consciência social.
Condenação de Jesus Cristo
As autoridades religiosas judaicas não reconheceram Jesus como o Messias que seria o seu rei e então o enquadraram na lei religiosa como um dissidente. Os romanos viam Jesus como um rebelde e um líder potencialmente perigoso para a manutenção do seu status de dominação, embora Jesus nunca falasse sobre política. Cristo foi condenado a morte por crucificação, pena aplicada comumente pelos romanos a criminosos.
As Ideias de Jesus Permaneceram Vivas
Os apóstolos de Jesus trataram de difundir as suas ideias por todo o Império Romano nos anos seguintes ao seu falecimento. Paulo se tornou um dos apóstolos mais engajados e eficientes na tarefa da difusão do cristianismo, pois possuía cidadania romana. Ele pregava que o Ungido (Cristo) deixou a mensagem de que a salvação era para todos e não apenas para um povo escolhido por Deus como os judeus acreditavam.
Paulo foi o responsável por fazer com que o cristianismo deixasse de ser uma seita do judaísmo para se tornar uma religião autônoma. Os cristãos recusavam aceitar o caráter divino no imperador por entender que havia apenas um Deus. Essa posição fez com que a religião passasse a ser alvo de violentas perseguições pelo Império Romano.
Os períodos de perseguição apesar de curtos eram muito violentos e tinham como principal embasamento a recusa do culto divino ao imperador, porém, deve ficar claro que era muito mais uma questão política do que religiosa. Imperadores como Augusto e Domiciano oprimiam os cristãos para evitar a insubordinação.
Evangelhos e Santíssima Trindade
Os evangelhos atribuídos a Mateus e Marcos, escritos em língua grega, foram produzidos em cerca de 70 d.C.. Três décadas depois foi publicado o evangelho atribuído a João em que aparece a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) que se tornou a base da religião católica.
Martírios
Nos primeiros séculos após o falecimento de Jesus Cristo muitos cristãos foram torturados e mortos em verdadeiros espetáculos públicos, alguns foram devorados por leões em arenas com plateia. Contudo, o Império Romano não podia prever que tal perseguição ajudaria a fortalecer o cristianismo ao invés de enfraquecê-lo.
Os mártires logo passaram a ser cultuados pelos fiéis porque se sacrificaram em nome de sua fé tal qual Jesus Cristo ao ser crucificado. Está aí a base do nascimento do conceito de santos católicos. Grupos socialmente marginalizados como pobres, mulheres e crianças alimentavam suas esperanças de sair da opressão através da fé cristã e encontravam nos mártires cultuados intercessores junto a Jesus.
Romanos Ricos Convertidos ao Cristianismo
A situação de perseguição ao cristianismo pelo Império Romano começou a mudar quando cidadãos romanos ricos começaram a se converter a religião. Em paralelo a esse movimento a Igreja Católica tratou de se organizar com uma estrutura institucional sólida tornando-se mais difícil de combater. Nesse período nasceu a hierarquia no clero com figuras de poder como bispos e presbíteros.
Édito de Milão
No ano de 313 o cristianismo deixou de estar sob o risco de perseguição no Império Romano com o Édito de Milão assinado pelo imperador Constantino e no qual constava a liberdade para essa prática religiosa. Contudo, em 361 essa conquista esteve ameaçada pela ascensão do imperador Juliano ao poder, ele desejava que o paganismo voltasse aos seus bons tempos. Porém, como Juliano faleceu apenas três anos depois, o cristianismo, pode continuar respirando tranquilamente e se difundindo.
Édito de Tessalônica
Foi em 380 que o imperador Teodósio I tornou o cristianismo a religião oficial do Império Romano através do Édito de Tessalônica. Após o reinado de Teodósio o império foi repartido entre os seus filhos tornando-se: Império Romano do Oriente (comandado por Arcádio) e Império Romano do Ocidente (comandado por Honório).
Cristianismo Primitivo
O chamado cristianismo primitivo pode ser dividido em suas fases: o período apostólico e o período pós-apostólico. O primeiro refere-se ao período em que os apóstolos de Jesus ainda estavam vivos e eram os responsáveis pela difusão de sua mensagem. Já o segundo período é aquele que vem depois da morte dos apóstolos e no qual as estruturas episcopais foram fortalecidas com grande perseguição aos cristãos.
A perseguição teve fim em 313 através do Édito de Milão de Constantino que assegurava liberdade religiosa para os cristãos e foi fortalecido pelo Édito de Tessalônica de Teodósio I em 380 que tornou o cristianismo a religião oficial do Império Romano.
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