Israel é um país localizado no Oriente Médio, fazendo fronteira com a Síria, Libano, Jordânia, Cisjordânia, Egito e a Faixa de Gaza. Tal país é definido como um “Estado Judeu e Democrático”, e demonstra uma cultura extremamente diferente do Brasil.
A Religião no país é uma das suas principais características, contribuindo fortemente para a criação da sua cultura e vivência social. Sendo que acontecimentos marcantes da história do país tem a religião como ponto central.
Qual É a Religião Que Predomina Em Israel?
Israel é o único país do mundo onde a maioria da população é judia, predominando em todo território os preceitos do judaísmo. Além do judaísmo, também existe uma boa quantidade da população que se dedica ao islamismo ou ao cristianismo, além de algumas outras religiões existentes em seu território.
Com uma população total que quase atinge os 9 milhões de habitantes, cerca de 75% segue o judaísmo, o que representa mais de 6 milhões de pessoas seguindo a religião. Além disso, cerca de 20% seguem o islamismo, beirando 2 milhões de pessoas, o restante das religiões somam cerca de 5% da população.
O Que É O Judaísmo?
Essa é a religião monoteísta mais antiga do mundo, tendo sua origem por volta do século XVIII a.C., após o episódio em que Deus manda Abraão a procurar a terra prometida. Foi desenvolvido junto da civilização hebraica através de reis como Moisés, Davi, Salomão, sendo que esses dois últimos construíram o Templo de Salomão, primeiro dedicado à religião.
Os judeus acreditam em Javé, um ser onipotente, onipresente e onisciente, que criou todo o universo e ainda o influencia. O livro sagrado usado por eles é o Torá, que foi revelado pelo próprio Javé, sendo ele a base para toda a religião, sendo necessário seguir estritamente os ensinamentos passados por ele.
Segundo a religião, o maior pecado cometido pela humanidade é a adoração de ídolos e imagens. Seus cultos são realizados nas sinagogas, e os homens devem usar uma pequena touca que tem o nome de Kippa, para demonstrar respeito a Deus.
Dentro os rituais praticados pela religião, destacam-se os seguintes: ritual realizado nos meninos com 8 dias de vida, que consiste em sua circuncisão para representar a aliança entre Deus e Abraão e o Bar Mitzavah ou Bat Mitzavah, que represente o início da vida adulta.
Como É a Prática Do Judaísmo Em Israel?
Alguns países do mundo seguem determinados movimentos do judaísmo, como o Judaísmo Conservador ou o Judaísmo Reformista, isso não ocorre em Israel. No país, a filiação religiosa é definida a partir do grau de prática religiosa tomada pelo indivíduo.
Dessa forma, 42% da população judia se define como “judeu secular”, que seriam aqueles que seguem a risca todos os mandamentos religiosos, já 25% usam a definição de “não religiosos”, já que não cumprem os mandamentos pedidos, 13% da população se considerada “religioso-tradicionalista”, que cumpre grande parte dos mandamentos religiosos e 12% se considera somente “religioso”, seguindo algumas leis e celebrando as datas especiais, os outros 8% se define como “haredim”, que são os judeus ortodoxos.
Qual É a Relação Da Religião Com O Estado?
É assegurado na lei do país que todos os israelenses, independente da religião, raça ou sexo, tem todos os direitos civis, no entanto, na prática, as pessoas que se enquadram na Lei do Retorno, recebem um tratamento especial.
A Lei do Retorno consiste em uma lei que concede cidadania e direito de residência a qualquer judeu, que seja originário de qualquer país do mundo, e deseje viver em Israel, assim como seus descendentes não judeus até a terceira geração. Essa lei foi adotada no ano de 1950, declarando que o país constitui um lar para os israelenses e para todos os judeus do mundo, sendo eles pessoas que vivem em segurança, ou que vivam em meio à perseguição. Essa lei não segue estritamente a lei religiosa tradicional, pois essa somente vale para os judeus da primeira geração.
No país também há uma lei que proíbe os judeus de casarem com não judeus que residam em estados inimigos, para proteger a entrada de terroristas em seu território. Apesar de garantir liberdade religiosa, as Leis Básicas de Israel deixam claro que o país é um Estado Judeu.
O Papel De Jerusalém Para Os Israelenses
O Estado de Israel reconhece a cidade de Jerusalém como a sua capital, apesar disso, a comunidade internacional considera a cidade de Tel Aviv como a sua capital, já que Jerusalém é motivo de disputa com a Palestina, que também a considera sua capital.
Os judeus consideram Jerusalém a sua capital há mais de 3 mil anos. No ano 70 d.C., quando ocorreu a destruição do Segundo Templo de Salomão pelos romanos, ocorreu a dispersão do povo judeu, porém, sempre foi mencionado um retorno a cidade. Porém, os palestinos representam mais de um terço da cidade de Jerusalém. Em resumo, a chamada cidade santa é importante tanto para os judeus, como para os muçulmanos e para os cristãos, abrigando lugares sagrados para todos e sendo o centro para acontecimentos importantes em todas elas.
Os palestinos reivindicam a parte oriental de Jerusalém, pois determinam que ali será a capital do seu futuro Estado. A proposta da comunidade internacional, partindo da Organização das Nações Unidas, é que Jerusalém tenha um status especial, sem pertencer a nenhum dos dois países, porém, não há consenso nessa iniciativa.
Por fim, tanto judeus como os árabes tem precedência histórica sobre esse território, possuindo suas respectivas narrações sobre o pertencimento a Jerusalém.
Há mais de 5 mil anos atrás a cidade era habitada por cananeus, porém, foi conquistada pelos judeus por volta do ano de 970 a.C., até o ano de 638 a cidade foi conquistada por diferentes povos, como romanos, persas, babilônios e outros. Nesse ano os muçulmanos conquistam a cidade e a dominam até o ano de 1099, quando os católicos tomam a cidade. O poder católico dura por cerca de um século e é tomado novamente pelos muçulmanos.
No ano de 1517 o Império Otomano assume a cidade, e finalmente, no século XIX, ela começou a receber diversos judeus devido ao Movimento Sionista, todos fugindo do antissemitismo. A partir do ano de 1918 ela foi administrada pelo Reino Unido.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial começa o movimento para a criação de um Estado judaico, sendo aprovado então no ano a divisão da Palestina em 2 metades, criando assim o Estado de Israel, porém, os árabes não aceitaram a divisão e atacaram o Estado, que saiu vitorioso e conquistou mais territórios, ocupando uma porção bem maior que a pré-estabelecida, e agregando ao seu novo território, a cidade de Jerusalém.
As Demais Religiões De Israel
O cidadão pertencente a outras religiões tem os mesmo direitos e deveres dos judeus, com apenas algumas diferenças, em casos que seria comprometido o estilo de vida levado por tais minorias. As religiões predominantes são:
- Muçulmanos: A maioria dos muçulmanos é sunita e residem no norte do país ou em pequenas aldeias.
- Cristãos: Apesar de ser a maior religião do mundo, não possui muitos adeptos na sua terra natal. Os cristãos são em sua maioria árabe ou proveniente da antiga União Soviética. Nos últimos anos tem ocorrido um aumento da população Testemunha de Jeová.
- Drusos: Pouco mais de 100 mil habitantes do país são drusos, todos vivendo em aldeias no note do país e constituindo uma comunidade religiosa separada dos demais habitantes do país, já que ela não é acessível a pessoas de fora. Os adeptos dessa religião seguem a filosofia de total lealdade a ela.
- Circassianos: Possui cerca de 4 mil adeptos no país, todos concentrados em duas aldeias ao norte. Eles são muçulmanos sunitas, mantendo-se com uma identidade étnica distinta, sem haver assimilação com os judeus ou muçulmanos, porém, participando dos assuntos nacionais e econômicos de Israel.
- Budistas: Possui uma das maiores populações budistas do Oriente Médio, com cerca de 32 mil adeptos da religião.
- Ateus: Apesar de não serem dados oficiais, algumas pesquisas apontam que Israel é um dos oito países menos religiosos do mundo.