Certamente você já usou ou ouviu a expressão ‘Fulano é um bom samaritano’, mas talvez não saiba de onde vem essa forma de se referir a alguém que pratica ações caridosas com o intuito de ajudar o próximo. Samaritano é uma palavra usada para designar o povo de Samaria, região montanhosa do Oriente Médio, que tem grande relevância no Novo Testamento da Bíblia. A expressão bom samaritano vem de uma parábola contada por Jesus em Lucas 10:30-37.
Os samaritanos não se consideram um povo judeu e sim descendentes dos israelitas que viveram na histórica província de Samaria. Inclusive os samaritanos possuem a sua própria doutrina religiosa que é chamada de Samaritanismo e guiam-se apenas pelos ensinamentos do Pentateuco. Continue lendo para saber qual foi a participação dessa região na constituição da história bíblica do Novo Testamento.
A História da Província de Samaria
Samaria é o nome atribuído na Bíblia para uma região montanhosa do Oriente Médio onde estava o antigo reino de Israel. Nessa época o Reino de Israel era rival do Reino do Judá localizado ao sul. Nos dias de hoje essa região faz parte da Palestina e fica localizada entre a Cisjordânia e Israel. Há cerca de 700 indivíduos formando a população samaritana atualmente.
O termo Samaria vem do hebraico ‘shomron’, nome atribuído à tribo shemer, a proprietária do local que realizou a venda para Omri, provavelmente o sexto rei de Israel. O território de Samaria estendia-se no início por todo o território ocupado pelas dez tribos revoltadas, sendo a sua capital. As tribos eram governadas por Jeroboão. O território ia desde Betel até Dã e do mar Mediterrâneo à Síria e Amom.
Redução do Território de Samaria
O território de Samaria foi reduzido quando as tribos de Simeão e Dã foram inclusas no reino de Judá através das conquistas de Hazael (2 Rs 10.32), Tiglate-Pileser e Pul (2 Rs 15.29 – 1 Cr 5.26) e por fim pelo sucesso de Salmaneser (2 Rs 17.5,6). Essa última derrota acarretou em anos de desolação completa para o território de Samaria. O repovoamento dessa terra aconteceu através de estrangeiros no período de cativeiro.
A Força de Samaria
A capital das dez tribos, Samaria, era uma praça bastante forte sendo comparável a Jerusalém. Sua localização era estratégica estando localizada a meio caminho do Jordão ao Mediterrâneo. Ao seu oriente estava situada a planície de Sarom, ficava no alto de um monte que era alcantilado numa das partes e protegido com facilidade pela outra extremidade.
A edificação foi realizada por Omri, rei de Israel, para quem Semer vendeu o território por dois talentos de prata. Houve um grande investimento dos reis na cidade de Samaria para que além de bonita e rica fosse fortificada. O rei Acabe construiu no território uma casa toda de marfim que foi descrita pelo profeta Amós como sendo a sede do luxo e efminação.
Acabe e o Culto a Baal
A cidade de Samaria está relacionada a passagens importantes da história bíblica como a vida e morte do rei Acabe assim como o culto empreendido ao deus pagão Baal. Foi nesse território que o profeta Eliseu exerceu seu ministério.
Samaria Cercada
A cidade foi cercada duas vezes pelos sírios sem que eles conseguissem realizar o seu intento. Mais tarde a cidade seria tomada depois de três anos de um novo cerco iniciado por Salmaneser IV e cuja conclusão foi realizada por Sargom em 722 a.C., nesse período os moradores da região sofreram muito. Em relatos presentes em Oseias (10.4,8,9) e Miqueias (1.6) consta que a cidade foi reduzida a um monte de pedras.
Sargom enviou os moradores de Samaria para muito longe de Israel, eles passaram a viver em sítios. Seguindo a estratégia de conquista da Antiguidade, Sargom, fez com que a região fosse repovoada por pessoas da Babilônia, de Cuta e outras províncias mais distantes para destruir o sentimento nacionalista do povo subjugado. Os cutitas realizaram a reedificação de partes da cidade destruída.
Retorno dos Judeus
Quando acabou o cativeiro os judeus retornaram para Samaria onde boa parte deles passou a viver com esposas estrangeiras. A cidade permaneceu no mesmo estado por um longo período até que em torno do ano 60, Aulo Gabínio, foi enviado por Pompeu para reedificar Samaria. Continuou como um lugar sem importância até que Herodes mandou que fosse edificada novamente.
Sebasta
A cidade tornou-se ainda mais esplendorosa do que em seus tempos áureos passando a ser chamada de Sebasta que significa Augusta, segundo nome do imperador de Roma. Herodes ordenou que a povoação fosse transformada em cidadela mais ampla do que já tinha sido em qualquer tempo. Samaria tornou-se um território de grande ostentação de riqueza.
Visando embelezar ainda mais a cidade o rei mandou que se construísse um grande templo. Desse templo restaram somente algumas colunas arruinadas. As ruínas estão localizadas na região de uma pequena vila chamada de Sebastieh que representa nos dias atuais a capital antiga dos reis de Israel. Herodes faleceu em 4 a.C., nesse período Samaria já era parte dos domínios do seu filho Arquelau.
Descanso de João Batista
Acredita-se que João Batista foi sepultado em Sebasta, seria uma comprovação de tal fato uma igreja que leva o nome do pregador instituída no deserto. No período em que se passa o Novo Testamento, Samaria, estava localizada entre a Galileia e a Judeia sendo limitada ao norte por montes que limitam meridionalmente a planície de Esdrelom e pelo sul é limitada pela fronteira setentrional de Benjamim. Esse território assistiu a diversos acontecimentos que mudaram o curso da história bíblica.
Conforme o Novo Testamento da Bíblia a cidade de Samaria foi atravessada por Jesus Cristo e recebeu a luz do Evangelho. Uma cidade que teve grande importância bíblica e que ainda mantem sua relevância como parte de uma história muito maior do que ela mesma. Certamente um território que ainda nos dias atuais atrai os olhos do mundo curioso para saber como transcorreram os principais acontecimentos da Antiguidade.
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