O ano do nascimento de Jesus Cristo foi adotado como o primeiro ano da Era Cristã durante o período do reinado de Otávio Augusto, o primeiro imperador romano. A crucificação e morte de Jesus se deu por volta de 33 d.C. durante o governo do imperador Tibério, o sucesso de Otávio Augusto.
Levou mais de três séculos para que o Cristianismo fosse legalizado pelo imperador romano Constantino, o que ocorreu em 313 d.C. Em 390 d.C. a religião foi reconhecida como a oficial do império pelo então imperador Teodósio. Antes da legalização os cristãos eram violentamente perseguidos no Império Romano.
É possível perceber que a evolução do Cristianismo como religião está intimamente ligada à evolução do Império Romano. Continue lendo para conhecer mais sobre a história do Cristianismo.
O Surgimento do Cristianismo
O Cristianismo tem sua origem na Palestina e se baseia na tradição judaica sendo sua principal crença a de que um Messias seria enviado como o redentor da humanidade e que todos aqueles que acreditassem nele seriam salvos. Esse período histórico se caracterizou por uma grande tensão na região, a Palestina nunca se submeteu completamente ao domínio romano enfrentando o império inclusive com armas.
O Império Romano adotava uma postura bem agressiva inclusive contra os moradores locais. Nesse clima belicamente tenso Jesus surgiu com uma mensagem focada no amor ao próximo e desapego dos bens materiais. Analisando é possível perceber que a mensagem pregada por Jesus não tinha nenhuma relação com o domínio romano até porque ele sempre deixava claro que o reino de que falava era o dos céus e não um terrestre.
Condenação de Jesus Cristo
Contudo, para o Império Romano Jesus representava uma ameaça em potencial por poder ofuscar a liderança do imperador. Não demorou para que tivesse início uma dura perseguição ao chamado Messias.
A condenação de Jesus pelos romanos foi apoiada pelas autoridades judaicas que não o reconheciam como o enviado divino de que as escrituras falavam. Cristo foi preso e condenado como conspirador contra o Império Romano sendo crucificado em 33 d.C. sob as ordens do procurador Poncio Pilatos.
Os Primeiros Passos do Cristianismo
A religião cristã começou a ter suas bases fortificadas a partir da crucificação e morte de Jesus Cristo através dos seus apóstolos. Cristo incumbiu Pedro de ser o fundador da sua Igreja após sua morte e Paulo teve uma grande relevância no tocante a disseminação do cristianismo.
O apóstolo ajudou a desmistificar a ideia de que existia um povo escolhido por Deus abrindo a possibilidade de que outros povos (pagãos) pudessem se converter e também receber a salvação eterna. Nesse começo era necessário fazer com que a palavra de Jesus chegasse a mais pessoas transformando o seu modo de vida.
Perseguição e Organização da Estrutura da Igreja
Como mencionamos no começo do artigo os cristãos foram muito perseguidos nos primeiros anos após a morte de Jesus Cristo. Tal perseguição criou a necessidade de que eles se organizassem numa estrutura sólida para continuar atendendo as demandas dos seus fiéis. Localmente a responsabilidade de atender aos fiéis era dos presbíteros.
Na sequência surgiu a figura dos bispos que tinham como função coordenar as atividades exercidas pelos religiosos de cada região. A estrutura contava ainda com os metropolitas (bispos que atuavam nas capitais provinciais) e os patriarcas (os bispos das cidades maiores). No comando de toda essa estrutura estava o bispo de Roma, ou seja, o Papa. A estrutura centralizadora de poder tinha como foco manter a coesão entre os fiéis e entre os próprios componentes do clero.
Perseguições Políticas
Algo interessante de observar na história da consolidação do Cristianismo é que a perseguição realizada intensamente pelo Império Romano tinha um caráter muito mais político do que religioso. Imperadores como Nero, Trajano e Marco Aurélio buscavam reprimir a religião cristã por perceber que ela fazia grande sucesso entre os indivíduos marginalizados da sociedade como mulheres, escravos e pobres, logo era uma crença com grande perigo de união e revolta dessas pessoas.
Além disso, o Cristianismo se recusava ao culto da deusa Roma de maneira que não reconhecia o imperador como alguém divino. Uma crença forte entre aqueles que tinham menos direitos e que não dava ao imperador o reconhecimento de sua divindade poderia se tornar uma arma para tomar o controle do império em algum momento.
Cristianismo: De Religião Perseguida a Religião Oficial do Império Romano
A perseguição empreendida pelo Império Romano ao invés de diminuir o número de cristãos fez com que a religião se fortalecesse. Os cristãos que eram aprisionados e torturados aceitavam o seu martírio de bom grado porque tinham a fé de que seriam recebidos no céu.
Logo cada vez mais pessoas perderam o medo de assumir a sua fé em Jesus Cristo. Em especial os miseráveis se sentiam acolhidos por essa religião que lhes dava algum conforto em tempos difíceis. As perseguições foram se tornando cada vez mais impraticáveis haja vista a estrutura organizada criada pela igreja cristã e também pelo enfraquecimento da base política do Império Romano.
O século 3 d.C. foi decisivo para que o Cristianismo se tornasse a religião oficial do Império Romano. Havia um número ostensivo de despossuídos, os mais afeitos a religião cristã, e uma forte crise no império. A última perseguição contra cristãos foi decretada na segunda metade do século 3 por Diocleciano. O Império não conseguia mais sustentar uma postura agressiva contra os cristãos.
Edito de Milão e Edito de Tessalônica
Em 313 d.C., século 4, o imperador romano Constantino publicou o Edito de Milão que dava liberdade aos cristãos para as suas práticas religiosas. Em 390 d.C. o então imperador Teodósio publicou o Edito de Tessalônica que tornava o Cristianismo a religião oficial do Império Romano.
O objetivo do imperador era poder ter controle sobre a igreja cristã e também se valer da sua estrutura organizada para organizar o próprio império. A perseguição e a ascensão da religião cristã no Império Romano sempre esteve muito mais ligada a questões políticas do que religiosas.
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