Os santos católicos, cuja origem remonta aos mártires dos primeiros anos depois de Cristo, contribuem significativamente para uma renovação da base de fieis da Igreja. Deus convida a todos para que tenham uma vida alinhada com o proposto no Evangelho de Jesus Cristo podendo assim alcançar a santidade.
Aqueles que seguem o caminho santificado, seja pelo derramamento de seu sangue em nome de Jesus Cristo ou pela realização de milagres, merecem ter seu esforço reconhecido por meio da obtenção do título de santidade. Obviamente existe todo um processo envolvido no reconhecimento desse caráter santo e heroico para que um indivíduo se torne então um santo. Continue lendo para entender como ocorre a canonização de um santo.
Processo de Canonização: Desenvolvimento
A Igreja Católica é a mãe de todos os santos e detentora da realização do processo de canonização. A base do catolicismo para definir a existência de santidade é tomar o exemplo de Jesus Cristo. No decorrer dos séculos os Romanos Pontífices se ocuparam de definir normas que contribuíssem para chegar a um conceito relevante do que é ser santo. A ideia é criar normas que ajudem a determinar critérios para a conferência desse título a um candidato.
Na Constituição Apostólica do Papa João Paulo II há algumas orientações legislativas a respeito da causa dos santos no tocante a canonização sendo uma delas a que se refere a participação ativa das Igrejas particulares (dioceses). Nesse documento há é mencionado o fato de ser conveniente que os Bispos fossem associados à Sé para tratar da Causa dos Santos. Isso significa que o processo passa a ser realizado também com a cooperação dos Bispos na sua Igreja local juntamente a Santa Sé e a Congregação para as Causas dos Santos.
O bispo indica um postulador para cada causa sendo que a esse indivíduo cabe investigar a vida do candidato para saber se a sua fama de santidade procede. Recebe o nome de Servo de Deus aquele fiel católico que já possui sua causa de beatificação e canonização em andamento.
Conheça o Passo a Passo do Processo de Canonização de Um Santo
A seguir apresentaremos o passo a passo do processo de canonização de um santo, o processo deve ser encaminhado para o Dicastério para a Causa dos Santos, em Roma.
Primeiro Passo
O passo inicial no processo de canonização de um santo é o das virtudes ou martírio. Trata-se da etapa mais demorada do processo porque o postulador deverá fazer a investigação minuciosa da vida do Servo de Deus verificando a fundo as virtudes de sua vivência.
Se for o caso de um mártir é necessário investigar a fundo todas as circunstâncias que estão envolvidas em sua morte para ter certeza de realmente houve martírio. No fim dessa etapa a pessoa já recebe a titulação de venerável se estiver tudo correto com o andamento do seu processo.
Segundo Passo
O passo seguinte é a comprovação de um milagre para que a beatificação possa ser realizada. Para receber a titulação de beato é necessária a comprovação de um milagre realizado pela intercessão desse beato. Os mártires não precisam comprovar nenhum milagre.
Terceiro Passo
Por fim o processo se encerra com a comprovação de um segundo milagre, a canonização se dá através de dois milagres. A partir do momento que o beato tem um milagre comprovado pode ser canonizado e se tornará um novo santo passível de veneração universal.
Mártires não precisam comprovar milagres porque são santificados em decorrência do seu sacrifício de ter dado sua vida para proteger sua fé em Jesus Cristo. Quando a Igreja canoniza certos fiéis está reconhecendo o grande poder que o Espírito de santidade possui de maneira a propor modelos e forças de interceder.
Condição de Veneração
O candidato a santo deve ter alguma característica ou realizar algum comportamento religioso ou social passível de veneração. É necessário que possua algo que o distinga dos demais fiéis. Além das duas formas de ser canonizado mencionadas acima, por meio da comprovação de dois milagres ou de martirizarão, é possível tornar-se santo através de decreto papal.
Um exemplo dessa última forma de canonização é São Nuno de Santa Maria que faleceu aos 71 anos de idade em 1431 tendo sido beatificado em 1918 através de decreto papal. A sua canonização foi realizada somente em 2009 pelo Papa Bento XVI, uma situação em que o Papa dispensa a necessidade de comprovação de milagres.
Comprovação de Milagres
O processo de verificação e comprovação dos milagres para se tornar santo é bastante complexo. É exigida a realização do trabalho de historiadores e especialistas em Direito Canônico. Além disso, os documentos precisam estar redigidos em latim, língua oficial da Igreja, para que sejam considerados válidos.
O processo de beatificação e canonização costuma ser bem longo com raras exceções como o de São João Paulo II, 9 anos após sua morte, Santa Teresa de Calcutá que levou apenas 19 anos de idade e Santa Dulce dos Pobres que teve seu processo concluído em 27 anos.
Santos Intercedem Por Nós
Santos atuam como nossos intercessores uma vez que são habitantes do Céu e assim estão mais perto de Jesus Cristo, eles funcionam também como uma consolidação da Igreja como um todo. A existência dos santos permite que haja uma intercessão dos fiéis juntamente ao Deus. A fraqueza do ser humano é auxiliada pela força e plenitude de Deus e Jesus Cristo através de uma intervenção dos santos.
A comunhão dos fiéis com os santos tem o mesmo valor da comunhão dos fiéis com Jesus Cristo, ajuda a aproximá-los dos céus e da graça destinada ao povo de Deus. A vida de santidade é um chamado para todos que os santos atendem de maneira especial e com mais profundidade. Desde o início da consolidação da tradição dos santos católicos houve essa dedicação a prestação de homenagem e louvor como uma forma de demonstrar respeito por suas trajetórias e realizações enquanto mártires e pessoas santas que escolheram repetir o exemplo de Jesus.
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