A religião é um dos assuntos mais polêmicos que existem no mundo atualmente. Isso porque, o planeta é essencialmente religioso, com mais da metade dos habitantes pertencentes a alguma seita ou ordem religiosa, das mais de 3 mil existentes.
Desse grande leque de religiões e doutrinas existentes, o maior deles é o Cristianismo, seguido de perto pelo Islamismo e, mais a longe, pelo Hinduísmo. Somente essas três religiões ultrapassam a metade do número estimado de habitantes no planeta, o que demonstra o poderio religioso que a humanidade faz perdurar desde o início de sua existência.
O Cristianismo, por sua vez, é uma doutrina que foi fundada por Jesus Cristo, antes de sua morte pelos romanos, e que, depois de ser perseguida pelo Império Romano, passou a ser adotado como a religião oficial romana, momento esse que coincidiu com o início da derrocada de todo o império de César. Apesar do fim do Império Romano, a Igreja Católica Cristã passou a ter ainda mais poder, e assim se arrastou por muitos séculos, até que, durante o fim da Idade Média, a instituição passou a sofrer uma debandada de fiéis de sacerdotes, que estavam descontentes com os rumos que a Igreja estava tomando. Vale lembrar que o Cristianismo possui outras vertentes além do catolicismo, que são o protestantismo e a Igreja Ortodoxa.
Hoje, a Igreja Católica não tem todo o poder que possuía em épocas passadas, mas, ainda hoje, exerce uma significativa influência nas decisões mundiais. Para que ela possa funcionar, a Igreja é dividida em várias hierarquias, que começa nos seminaristas e chegam até o Chefe da Igreja, que é o Papa, cargo hoje ocupado pelo “Papa Pop” Francisco, que é o 265° papa a ocupar a posição. E, hoje, o tema do nosso artigo irá girar em torno de um papa que se tornou santo: o Papa Eusébio. Aqui, você vai conhecer um pouco mais da vida desse sacerdote, bem como algumas informações interessantes sobre a sua atuação no mundo religioso. Vamos lá?
Santo Eusébio
Nascido entre os anos de 250 e 260, na ilha italiana da Sicília, Santo Eusébio foi o trigésimo primeiro sacerdote a ser eleito papa e ocupar o trono de Chefe da Igreja, tendo sido eleito, segundo estimativas, entre os anos de 309 e 310. No entanto, o seu pontificado durou pouco mais de 3 meses, no qual iremos falar mais adiante. A época de vida de Santo Eusébio foi de relativa tranquilidade juntamente com incertezas, já que, nessa época, o Cristianismo estava começando a ganhar a afeição do Império Romano. Mesmo assim, os cristãos ainda não tinham paz para professar a sua fé por conta de forças conservadoras paganistas que simpatizavam com os antigos costumes e perseguiam os que seguiam os mandamentos de Jesus. Muitas pessoas mortas foram o saldo dessa perseguição religiosa, que só parou por completo depois da elevação do Cristianismo como religião oficial do Império Romano.
Sem saber muito bem qual era sua vocação, Santo Eusébio possuía carisma, e, quando optou seguir a vida religiosa, tal característica fez muita diferença para que ele conseguisse se aproximar de todas as classes sociais. Resumindo, a sua ascensão como sacerdote se deu de maneira natural.
Logo depois de ganhar notoriedade como sacerdote, isso tudo proveniente de seu bom relacionamento e diálogo com o povo, Eusébio passou a ser um dos cotados para assumir a cadeira do Chefe da Igreja, e isso se concretizou depois da morte do Papa Marcelo I. Depois da passagem de Marcelo I, Eusébio foi eleito papa no dia 108 de Abril do ano de 309, passando a tomar as rédeas da Igreja Católica que, apesar de encontra-se no início de sua história, sofria alguns atos que prejudicavam a ordem social, ou seja, atos recheados de violência. Somam-se a isso os episódios de preconceito religioso que os cristãos eram submetidos. Na época da posse, Santo Eusébio entrava numa discussão onde os membros da igreja discutiam sobre a reintegração dos sacerdotes considerados apóstatas, ou seja, aqueles que tinham abandonado a religião. O problema é que a pluralidade de ideias na Igreja, com muitos votos a favor da readmissão, mas também com muitos votos contra a medida criaram um racha entre os sacerdotes. Eusébio, por fim, declarou que era contra a readmissão daqueles que não acreditaram na religião, argumentando que eles eram traidores da Igreja. Passou a admitir somente aqueles que se dispusesse a passar por um ato de penitência que deveria ser público. A dor de cabeça do recém- eleito papa começou a ferver nesse ponto, já que muitas opiniões contrárias à medida de Eusébio ganharam força, o que fez a situação de Eusébio perante a Igreja muito grave.
Apesar dos apelos e até certa rispidez por parte da oposição, Papa Eusébio não declinou de sua posição, mantendo a condenação àqueles que consideravam que não acreditava nas religiões. Essa posição, sem qualquer tipo de negociação ou conversa, provocou uma verdadeira ira na parte administrativa da instituição, sendo o estopim para que o Papa tivesse apenas 121 dias de pontificado. Apesar dessa rusga que existiu entre ele e os sacerdotes, Santo Eusébio é considerado o papa mais amado pela população em geral, por conta de sua incansável luta pelos pobres e por mais direitos sociais. Isso não foi suficiente para que o Papa permanecesse em seu cargo. No dia 17 de agosto de 309, o Papa, depois de mais de 3 meses de serviços presados à instituição católica é deportado para a ilha de Sicília e exilado por ordem do Imperador Magêncio, sendo que o imperador mantinha uma opinião diferente de Eusébio sobre os apóstatas. Apesar do clamor popular para que Eusébio continuasse a ocupar a cadeira papal, o ex papa nunca mais cogitou sair de seu lugar e voltar a comandar a Igreja Católica. Permaneceu na ilha de Sicília por pouco tempo, já que, em outubro do mesmo ano, Eusébio vem a falecer, tendo apenas a idade de 55 anos. Em 311, quase dois anos de sua morte, seu corpo foi levado para Roma, onde foi sepultado nas Catacumbas de São Calisto e permanece no local até os dias de hoje.
