O Que São Os Santos Da Igreja Católica?

Uma das características da Igreja Católica é ela possuir um grande número de Santos, que são pessoas que viveram ao longo da história da humanidade e devido a momentos de sua vida onde demonstraram fé e outras virtudes, foram elevados a categoria de Santos pela Igreja. Muitos católicos usam a imagem dos santos como seus protetores e até mesmo intermediadores da sua relação de fé com Deus. Mas afinal, o que são os santos? Como as pessoas são elevadas a essa categoria?

O Que São Os Santos Da Igreja Católica?

A palavra “santo” é usada para definir tudo aquilo que se torna sagrado perante a lei da Igreja Católica, ou seja, algo que seguiu um caminho de divindade ou ainda que represente tal divindade, de acordo com os dogmas religiosos. Dessa forma, além das figuras humanas que são santas, há também objetos imagens e locais que são reconhecidos como sendo santos.

No entanto, quando falamos a palavra “santo”, logo se remete as pessoas que conquistaram esse título perante a Igreja Católica. Aqueles que seguem os preceitos religiosos acreditam que as pessoas que foram consideradas santas estão no céu, junto de Deus, e todos eles estão aguardando o momento que seria chamado de parúsia, que também pode ser chamado de Juízo Final, e seria definido a partir da segunda vinda de Jesus Cristo até a Terra.

A Igreja Católica é a que mais elegeu santos durante a sua história. Na lista de santos e beatos do catolicismo há mais de 20 mil nomes, apesar do alto número, existe um processo longo, e muitas vezes demorado para que uma pessoa possa ser elevada a categoria de santo. Antes de se tornar santo, o indivíduo passa pelas seguintes fases: Servo de Deus (todos os fiéis são Servos de Deus); Venerável (primeiro passo do processo que é chamado de canonização); beato (quando se comprova o primeiro milagre daquela pessoa) e somente então a pessoa é elevada a posição de Santo da Igreja Católica.

O título de Santo é concedido para indivíduos que em vida demonstraram um caráter único e totalmente baseado nos ensinamentos religiosos, são pessoas que possuíram em vida virtudes que por si só já tornam aqueles veneráveis e de extrema admiração. Há ainda aqueles santos que não possuem reconhecimento formal da Igreja, isso pode ocorrer pelo fato de sua canonização ainda estar em andamento ou ter sido recusada, nesse caso, mesmo que seja impossível o reconhecimento formal, a pessoa pode ser considerada Santo Anônimo.

Santos na Igreja Católica

Santos na Igreja Católica

Os Santos são vistos como pessoas que realizaram algo extraordinário e que acabou aproximando a mesma de Deus. Para os católicos, essas pessoas continuam vivendo no céu, dessa forma, eles podem rezar e abençoar as pessoas que vivem na terra. Há uma passagem bíblica em que essa crença é baseada, localizada na Primeira Epístola a Timóteo, no capítulo 2 versículo 1, onde é dito que as pessoas devem manter a prática de auferir preces e súplicas, além de usar os santos como intercessores das bênçãos recebidas por todos os homens.

Alguns Santos católicos são eleitos padroeiros de uma profissão ou uma causa específica, dessa forma, quando alguém está fazendo uma oração para pedir bênçãos que sejam relacionadas a tal assunto, elas são feitas por meio do nome de santos específicos para cada uma dessas causas.

Aqueles que são considerados santos não possuem poderes próprios, já que os mesmo são concedidos somente por Deus, dessa forma, tudo que é possível de ser realizado por um santo foi concedido primeiramente por Deus.

Como É O Processo Para Alguém Se Tornar Santo Da Igreja Católica?

O processo para que alguém seja elevado à posição de Santo da Igreja Católica e longo e rigoroso, onde a vida daquele indivíduo é analisada de maneira meticulosa para saber se realmente ele merece tal posição.

Normalmente, o primeiro passo para que se inicie o processo de canonização de uma pessoa é que haja tal clamor popular ao redor do seu nome, ou seja, quando uma pessoa vive fazendo o bem em prol da sociedade, seu nome é reconhecido e essa acaba sendo venerada desde o momento de sua vida e principalmente após a sua morte.

A partir do momento que alguém possua uma imagem pública que a tornou venerável por algo feito em sua vida, ela pode se tornar santo por meio de três opções: comprovação de milagres, martirização ou ainda por meio de um decreto feito pelo Papa.

O primeiro desses meios, comprovação de milagres, é o que exige mais análise da comissão católica designada para isso, e consequentemente, que tem duração mais longa. Comprovar milagres é algo que demanda tempo e análise de diversos profissionais e especialistas da área do milagre em questão, há casos de santos que a comprovação do milagre demora até mesmo um século.

Muitas pessoas que viveram no que pode ser chamado de santidade realizam em sua vida feitos que possam ser considerados milagres, mas, na maioria das vezes, esses ocorrem após a sua morte, quando ele já está na condição de veneração social e alguém que rezou em sua intercessão recebe uma benção considerada impossível. Quando essas realizações são apontadas, há uma comissão do Vaticano destinada a analisar o caso, sendo usados profissionais da área que por meio do seu conhecimento profissional reconheçam que aquele feito era humanamente impossível.

Papa João Paulo II

Papa João Paulo II

Segundo a tradição, é necessário comprovar um milagre para que a pessoa seja elevada a condição de beata, e dois para que ela se torne realmente santa. No entanto, há casos que essa regra não se aplica.

A outra forma de se tornar santo, por meio de martirização, é um processo de menor tempo, já que a morte daquela pessoa já é reconhecida como condição a elevar a mesma a posição de santo. Um mártir é uma pessoa que morreu em função da sua fé, ou seja, normalmente pessoas que foram assassinadas por outros que não acreditavam na sua religião, ou ainda sofrerão abusos e mesmo assim mantiveram uma posição de fé e crença em Deus. Aqui é dispensada a necessidade do milagre, pois aquela pessoa já sofreu por meio da sua fé e comprova dessa forma a sua santidade.

O último caso é por meio de decreto feito pelo Papa, sendo dispensados os outros dois requisitos, já que o Papa é a autoridade de maior respeito dentro da Igreja Católica, ele tem o poder de determinar algumas pessoas que irão passar pelo processo de canonização, sendo esse inclusive acelerado por ele.

Os Santos Em Outras Religiões

No Protestantismo não há um processo para tornar as pessoas santas, já que eles acreditam que os santos são as pessoas se convertem para viver junto de Deus, entendendo que após a união a sua fé não devem mais viver em pecado. O Luteranismo acredita que todas as pessoas que são salvas por Deus podem ser consideradas santas e ao mesmo tempo pecadoras por terem nascido com o pecado original. Os anglicanos usam o significado da palavra “santo” semelhante ao do protestantismo, sendo uma definição geral a de pessoas que foram salvas por Jesus.

O judaísmo não faz uso do termo “santo” em sua religião para definir as pessoas tal qual faz a Igreja Católica, porém, nessa religião existem os tzaddikim que são seres que podem interceder a Deus pela humanidade e que vivem em meio à sociedade, de maneira anônima, existindo no total 36 deles.

Clãs religiosos que viviam no Islã antes do século XX acreditam que algumas pessoas que regulavam os conflitos que havia dentre os clãs existentes, eram semelhantes ao que chamamos de santos. Já no shiismo e no sufismo realmente algumas pessoas eram veneradas.

Algumas vertentes do Budismo acreditam em deidades que podem ser considerados santos, sendo esses, pessoas que tem uma energia especial e divina, com seu espírito elevado. Há nomes específicos para determinar tais pessoas, por exemplo, os budistas tibetanos os chamam de tulkus, sendo nesse caso pessoas que foram reencarnadas e vivem na terra como santos.

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Categoria(s) do artigo:
Santos

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