O município de Botucatu localizado a duzentos e vinte e cinco quilômetros da capital do estado de São Paulo possui cerca de cento e quarenta mil habitantes, e foi fundado a cerca de cento e sessenta e três anos, no ano de mil oitocentos e cinquenta e cinco. A cidade possui diversos pontos turísticos, entre os mais famosos estão as mais de setenta cachoeiras da região e centro histórico da cidade, este repleto de edificações que fazem aqueles apaixonados por construções antigas ficarem boquiabertos. Uma das principais construções do centro histórico é a Catedral de Botucatu, também conhecida como Catedral de Sant’Ana, em homenagem a padroeira da igreja Sant’Ana de Cima da Serra. É um ponto indispensável para visitas, que abrilhanta os olhos daqueles que passam por ela.
Padroeira da Catedral
A santa escolhida como padroeira da cidade é Sant’Ana. Ana, vivendo por vinte anos com seu marido, Joaquim, nunca haviam sido abençoados com um filho. Ela e seu marido eram duas pessoas de muita fé, e viviam para alegrar ao Deus que acreditavam, de todas as riquezas que possuíam, eles doavam para o templo que frequentavam uma parte, outra doavam para os pobres e peregrinos e para eles guardavam só uma terceira parte. Conta-se na história que um dia ao tentar aproximar-se do altar de um templo, para cumprir uma promessa que havia feito onde pedia um filho, Joaquim foi repelido pelo Sacerdote, que disse que ele não merecia estar ali por ser estéril. Muito envergonhado Joaquim foi embora e não voltou para a casa, indo se isolar junto com os animais que ele criava, foi então que recebeu a visita de um anjo, que lhe disse que ele e Ana seriam consagrados com um filho. Após nove meses Ana deu a luz a Maria, que posteriormente seria a mãe de Jesus, que representam para a igreja católica as figuras de maior devoção. No dia vinte e seis de julho é comemorado o dia de Sant’Ana, festejado pela Igreja Católica ao redor do mundo inteiro. Para os botucaenses o dia é muito importante, pois representa parte da história de sua cidade.
História da Fundação da Diocese e Arquidiocese de Botucatu
No ano de mil novecentos e oito o Papa São Pio X declarou que a igreja de Botucatu passaria a ser uma Diocese, o que significa que a partir de então aquela região seria governada por um Bispo, e responderia a Arquidiocese de São Paulo. O primeiro Bispo a cuidar da Diocese foi Bispo, D. Lúcio Antunes de Souza. Com o crescimento constante das cidades e da população, a então Diocese se tornou Arquidiocese, no ano de mil novecentos e cinquenta e oito, declarada pelo Papa Pio XII, tendo o seu primeiro Arcebispo em mil novecentos e cinquenta e nove, o Dom Frei Henrique Golland Trindade.
História da Construção e Inauguração da Catedral de Botucatu
Em mil novecentos e vinte e cinco chegou a cidade de Botucatu o bispo Dom Carlos Duarte Costa, ali ainda era uma Diocese, e ele passou a cuidar dela. No ano de mil novecentos e vinte e sete, Dom Carlos Duarte Costa lançou a pedra inicial para a construção de uma nova catedral, estava presente também nesse momento o presidente do Estado da Época, Júlio Prestes, essa que iria substituir a antiga catedral por já se encontrar num estado de conservação bastante precário, a antiga construção datava de mil oitocentos e cinquenta e três. A população apoio a ideia do Bispo, então iniciaram-se diversas campanhas para a construção da igreja. Foi somente em mil novecentos e vinte e nove, após uma missa solene, ainda na antiga catedral, que deu se o início da nova construção.
Após oito anos, a Cripta da igreja se encontrava pronta e então foram transferidos para ela os restos mortais do primeiro bispo da Diocese, Dom Lúcio Antunes de Souza. Foi nesse mesmo período, no ano de mil novecentos e trinta e sete, que o bispo Dom Carlos Duarte Costa renunciou ao cargo que ocupava, e com isso a construção da igreja, que se encontrava ainda na altura das janelas parou. Com a chegada de um novo bispo foi retomada a construção, e em apenas cinco anos conseguiu finaliza-la internamente, pois teve a ajuda de muitos integrantes da sociedade, foram feitas diversas campanhas, festas e arrecadamentos em prol do término da edificação. Uma imagem de Sant’Ana de dois metros e vinte foi colocada na igreja, doada pelo ex-prefeito de Botucatu (Pedro Losi), As 5 portas de madeira entalhada foram doadas por um industrial da cidade (Camillo Peditti), o baldaquino foi doado pelo diretor do instituto Paulista de Biologia da época ( Sr. Rodolfo Pasqualin) , o vitral reproduz a imagem de Sant’Ana e fica no arco da porta central da catedral foi também doado (Sr. Emílio Pedutti), e todas as telhas foram ofertados como doação para igreja, assim como o trono episcopal, o que mostra que a sociedade toda encontrava-se muito envolvida no projeto de finalização do edifício. Foi somente dezesseis anos após lançamento da pedra fundamental para a construção, já no ano de mil novecentos e quarenta e três, que a abadia, ainda não totalmente finalizada, foi oficialmente inaugurada, Dom frei Luiz sagrou a Catedral, e após realizou a Santa missa.
Já nos anos sessenta, o Arcebispo decidiu que seria feita a primeira reforma na igreja e mudou totalmente o seu interior, retirou as imagens, os altares de mármore o baldaquino. A imagem de dois metros e vinte da padroeira Sant’Ana foi transferida para uma praça ao lado da Catedral, e infelizmente destruída em pouco tempo por vândalos. Em mil novecentos e sessenta e cinco foi elevada à categoria de Basílica Menor de Sant’Ana, pelo Papa Paulo VI, se tornando assim a primeira do Brasil dedicada a Sant’Ana.
Na década de setenta, o novo Arcebispo que estava no controle da igreja fez novamente mudanças. Conheceu um pintor que desenvolveu um trabalho onde representou a imagem de Nossa Senhora de doze formas nos vitrais da catedral, estas ainda podem ser vistas nos dias de hoje.
Passada por algumas outras pequenas reformas ao longo dos anos, atualmente a catedral conta com detalhes antigos, da época de sua construção, e algumas modificações. Ao visita-la é necessário atentar-se aos ricos detalhes que nela é possível encontrar, cada pedaço da igreja conta uma história, desde os vitrais até a sua cripta onde estão enterrados todos os bispos que passaram por Botucatu. Localizada na Avenida Dom Lúcio, é verdadeiramente um monumento histórico e indispensável para turistas.