A virgem mártir Santa Águeda, também podendo ser chamada de Ágata, é considerada como a protetora contra terremotos, vulcões e forças extremas da natureza. Com uma história de vida de dedicação a Jesus Cristo essa santa passou por inúmeros sofrimentos infligidos por perseguidores da fé cristã e por um pretendente recusado. Conheça a trajetória de forte crença que fez de Santa Águeda uma mártir no século III.
Águeda e a Educação Cristã
Nascida em Catânia, na Itália, Águeda era uma jovem bela e de família nobre que foi educada seguindo os preceitos da fé cristã. Desde muito cedo ela decidiu que queria dedicar a sua vida a Deus e a ajudar os necessitados. Sua beleza e doçura despertaram a atenção do cônsul da Itália, Quinciano.
O nobre fez uma proposta de casamento a Águeda que prontamente recusou o pedido, algo bastante incomum para a época. Desesperado para se casar com a jovem o cônsul recorreu até ao auxílio de uma feiticeira. Sem ter resultados o cônsul resolveu usar outra estratégia e quando descobriu que Águeda havia feito uma consagração a Jesus Cristo pediu ajuda do Imperador Trajanus Décius que empreendida uma grande perseguição aos cristãos.
Abordagem da Tortura
Enlouquecido pela rejeição o cônsul solicitou a prisão de Santa Águeda na Sicília acusando-a de prática de bruxaria e participação em seitas. O imperador permitiu que a jovem fosse submetida a terríveis interrogatórios com práticas de tortura com o objetivo que ele renegasse a sua fé e então aceitasse ser desposada por Quinciano. Após não ceder Águeda foi jogada num calabouço, mas mesmo com tantas dificuldades continuou dizendo que a sua salvação era Jesus.
Torturas a Ferro e a Fogo
Quanto mais se recusava a renegar sua fé e se casar com Quinciano piores ficaram as torturas empreendidas contra a jovem mártir. Marcada a ferro a e fogo, Águeda, ainda teve seus seios arrancados. Sem nenhum cuidado ou curativo ela foi simplesmente deixada no calabouço onde teve a visão do São Pedro e um anjo que promoveram a sua cura.
Quinciano ficou furioso ao ver a jovem curada e então mandou que a amarrassem e arrastassem sobre vidro e carvão em brasa. Durante a tortura ela pedia: “Meu Senhor Jesus Cristo, Vós sois o meu coração e a minha mente. Leve-me e faça-me sua.”. O desejo de dedicar sua existência a Deus fez com que ela pedisse para morrer aliviando os sofrimentos e se libertando dos impedimentos de seguir sua vontade cristã.
A Morte de Santa Águeda
O pedido da santa foi atendido e enquanto ela era cruelmente torturada o vulcão Etna causou um grande tremor. A jovem morreu de joelho rezando devido a um soterramento causado pelo tremor do vulcão. A data do falecimento da mártir foi 5 de fevereiro de 251.
O Destino de Quinciano
O homem amargurado e rejeitado que instigou o imperador a torturar Águeda acabou falecendo pouco tempo depois quando o seu cavalo o derrubou dentro de um rio. Quinciano teve uma morte em agonia afogando-se.
O Milagre de Santa Águeda
A santa passou a ser considerada como protetora dos vulcões e forças da natureza porque no aniversário de seu falecimento o Etna deu início a uma grande erupção que sobressaltou os moradores. Segurando o véu de Santa Águeda, que fora guardado como relíquia, os locais pediram com fervor que o mesmo vulcão que deu fim ao sofrimento da mártir não lhes causasse sofrimento. O pedido parece ter sido atendido, pois a lava do vulcão simplesmente deixou de escorrer.
Santa
A mártir que foi convertida em santa tem a sua tumba em Catânia, o seu véu pode ser visto em exposição na catedral de Florença. Quando há ameaça de vulcões, terremotos e outras manifestações extremas das forças da natureza é para Santa Águeda que são feitas orações. A igreja dos góticos foi consagrada em seu nome por São Gregório.
Representação de Santa Águeda
Os detalhes da representação dessa santa tem ligação com os sofrimentos pelos quais ela passou ainda em vida. Na imagem a santa aparece com seus longos cabelos soltos e repartidos ao meio simbolizando a sua pureza e seu desejo de entrega a Jesus Cristo. Por ter testemunhado sua fé com sangue ela recebeu em sua imagem o manto vermelho dos mártires. O significado da palavra mártir é testemunha em grego.
Sua túnica é verde devido ao poder de renascimento do seu testemunho, em primeiro lugar simboliza a sua ressurreição na glória de Deus e depois faz menção ao impacto que sua resistência teve no surgimento de novos cristãos. Possui cinto roxo como uma referência ao lamento dos justos diante do sofrimento pelo qual ela passou injustamente.
A santa ainda possui uma taça de ouro na sua mão direita na qual estão os seus seios demonstrando que ela aceitou pagar o preço da própria mutilação para não renegar sua fé. A mão direito é a mão da decisão demonstrando que ela aceitou esse caminho para se manter fiel a sua crença. Em sua mão esquerda há uma palma que representa a vitória dos mártires.
