Santo Efrém ou Efrém da Síria foi um compositor de hinos, que também podem ser chamados de poemas, e um grande teólogo do século IV. Ele é conhecido no mundo inteiro, e venerado por cristãos de todas as regiões. A Igreja Ortodoxa Síria tem ele como um dos seus principais ícones.
Vida de Santo Efrém
Ela nasceu na Turquia, mais precisamente na cidade de Nisibi, no ano de 306. A mãe era uma cristã fervorosa, já seu pai era um sacerdote pagão. Isso trouxe para a infância de Efrem uma divergência religiosa, que era sincretizada em sua casa e na sua educação. A mãe educou o filho na fé cristã, porém, isso não era totalmente aceito pelo pai, que ia contra tais ensinamentos.
O tempo em que o jovem Efrem viveu foi uma época de diversos conflitos sociais e religiosos em seu país. O mundo passava por momentos de forte heresia, mas em contrapartida a isso, Efrem se apegou a Nossa Senhora, e manteve uma devoção a ela, conservando sua fé intacta mesmo em meio a tantas divergências no mundo e possíveis desvios que poderia ter seguido.
Um dos principais obstáculos para a sua fé era seu próprio pai, que não aceitava a prática religiosa do filho. Ele tentou por meio de conversas e até mesmo utilizando a violência para fazer com que o filho deixasse a sua fé cristã, mas isso não abalou o jovem Efrem, que se manteve firme em suas escolhas. Quando completou 18 anos, o pai o expulsou de casa, e então ele teve que se sustentar sozinho, primeiro fez um batismo na igreja, e depois arrumou um emprego num balneário da região, para poder se manter vivo.
Efrem sentia desde novo o chamado de Deus, e logo percebeu o que o futuro o reservava, ele deveria virar diácono. Ele então ingressou na sua preparação e logo se tornou diácono, colocando seu trabalho a disposição da comunidade, e direcionando a sua preocupação para os mais necessitados. No ano de 338 a cidade em que ele vivia sofreu uma invasão Persa, e ele foi forçado a se mudar para a idade de Edessa, que também se encontrava na Turquia.
Vida Como Professor E Poeta Cristão
Efrem vivia uma vida séria, austera, e ensinava que esse era um caminho para o autoconhecimento e autodomínio. Quando chegou a Edessa ele passou a ensinar em uma escola que passava os princípios da doutrina cristã para os alunos, logo ele assumiu a direção da mesma. Nessa época ele começou a escrever livros sobre a doutrina cristã.
As obras dele seguiam somente o que ele acreditava, sem influência dos teólogos da época, que era em sua maioria de origem grega, língua que Efrem não dominava, com isso, ele não fala sobre as controvérsias da época, mas se mantém somente no que acreditava.
Ele possuía em seus trabalhos uma veia poética, para escrever com maestria. A sua forma de escrita o fez ser procurado por milhares de alunos, que acreditam na forma de sua didática, sendo compreendida pelas pessoas mais simples e humildes. Ele também começou a escrever cânticos cristãos, e esses começaram a ser usados pela comunidade da sua cidade, e depois se espalharam por toda região. Ele acreditava que por meio da arte era possível levar a crença em Deus para as pessoas.
Pelas belas canções que compôs recebeu o apelido de “Harpa do Espírito Santo”, a maioria dos hinos eram em devoção a Nossa Senhora, sendo no total mais de 20 canções. Ele ficou conhecido em todo o Oriente Médio, sendo muito popular na região até os dias de hoje. As canções também foram traduzidas para outras linguagens, no início para a grega, e nos dias de hoje na maioria das línguas conhecidas.
Morte
Santo Efrem morreu na cidade de Edessa, no dia 9 do mês de junho do ano de 373. Ele nunca se tornou padre, sendo a vida todo diácono. Após a sua morte ele passou a venerado em diversas regiões, e as pessoas começaram a pedir graças em seu nome, a maioria delas sendo concebidas.
A canonização de santo Efrem ocorreu no ano de 1920, pelo Papa Bento XV, e foi dado a ele o título de Doutor da Igreja. Seu dia litúrgico é celebrado no dia de sua morte, 9 de junho.
Oração Composta Por Santo Efrem
“Não me sepulteis com aromas suaves, porque essa honra de nada me serve. Nem useis incensos e perfumes, porque essa honra não me traz benefícios.
Queimai incenso no lugar sagrado; quanto a mim, acompanhai-me somente com vossas orações.
Oferecei vosso incenso a Deus; e enviai hinos para o lugar onde eu estiver. Em vez de perfumes e aromas, lembrai-vos de mim em vossas orações…
Foi decretado que eu não possa me demorar aqui por muito tempo. Dai-me como provisão para a viagem vossas orações, salmos e sacrifícios… Amém.”
Hinos Compostos por Santo Efrém
“Foi fechando / com a espada do querubim, / que fechou o caminho da árvore da vida. / Mas para os povos, / o Senhor desta árvore / deu-se como alimento / ele mesmo na oblação (eucarística). / As árvores do Éden / foram dadas como alimento / à primazia de Adão. / Para nós, o jardineiro / do Jardim em pessoa / fez-se alimento / para as nossas almas. / De fato, todos tínhamos saído / do Paraíso juntamente com Adão, / que o deixou para trás. / Agora que a espada foi tirada / lá (na cruz) da lança / nós podemos ali voltar”.
(Hino 49, 9-11).
“No teu pão esconde-se o Espírito / que não pode ser consumado; / no teu vinho há o fogo que não se pode beber. / O Espírito no teu pão, o fogo no teu vinho: / eis uma maravilha acolhida pelos nossos lábios. / O serafim não podia aproximar os seus dedos da brasa, / que foi aproximada apenas pelos lábios de Isaías; / nem os dedos lhe pegaram, nem os lábios a engoliram; / mas o Senhor concedeu-nos fazer as duas coisas. / O fogo desceu com ira para destruir os pecadores, / mas o fogo da graça desce sobre o pão e nele permanece. / Em vez do fogo que destruiu o homem, / comemos o fogo no pão / e fomos vivificados”.
(Hino “De Fide” 10, 8-10).
“Coloquei (a pérola), meus irmãos, na palma da mão, / para a poder examinar. / Observei-a de uma parte e da outra: / tinha um só aspecto nos dois lados. / (Assim) é a busca do Filho, imperscrutável, / porque ela é toda luz. / Na sua nitidez eu vi o Nítido, / que não se torna opaco; / e na sua pureza, / o símbolo grande do corpo de nosso Senhor, / que é puro. / Na sua indivisibilidade, vi a verdade, / que é indivisível”.
(Hino “Sobre a Pérola” 1, 2-3).
Poema Composto Por Santo Efrém
“Maria deu o Fruto doce à humanidade
e a lei do Senhor é uma grande bênção.
No lugar do fruto amargo que colhera Eva,
pelo Fruto de Maria toda humanidade se delicia.
A árvore da vida escondida no Paraíso,
dentro da Virgem Maria foi semeada
e dela nasceu, e sob sua sombra
a humanidade se sentou
e aos distantes
e aos próximos
seus frutos espalhou.” (Santo Efrem em poema sobre a Virgem Maria 373 d.C.)