Augusto da Silva Peixoto

Augusto da Silva Peixoto ficou conhecido no Brasil por ter brutalmente assassinado a irmã Lindalva Justos de Oliveira no ano de mil novecentos e noventa e três.

História de Lindalva

Lindalva nasceu em vinte de outubro de mil novecentos e cinquenta e três, numa área rural e pobre do Rio Grande do Norte. A menina cresceu com mais doze irmãos, e teve uma infância comum se considerado a realidade e a época que viviam, entre as brincadeiras e as atividades da escola, ela ajuda os pais da maneira que podia, cuidava dos irmãos mais novos e dos sobrinhos, e quando precisava ajudava também na lavoura. Desde muito jovem mostrou-se muito caridosa e disposta ajudar os necessitados, ainda criança numa manifestação de muita bondade, doou todas suas roupas aos pobres, surpreendendo todos de sua família. Quando fez doze anos teve sua primeira comunhão. Mudou-se para Natal, para morar junto com um irmão mais velho,a fim de continuar seus estudos, também trabalhava e enviava quase todo seu dinheiro para ajudar a família, ficando somente com uma parte para seu uso pessoal, além disso ela fazia visitas voluntárias em um asilo. Concluiu então o ensino médio conciliando o trabalho, estudos, e ajudando o irmão na educação dos sobrinhos e afazeres de casa. Foi nesse período que seu pai adoeceu, e ela passou a cuidar dele até a data de seu falecimento, nesse mesmo ano, em mil novecentos e oitenta e dois ela começou um curso técnico de enfermagem e outro de violão.

Ela frequentava a casa das Irmãs de Caridade em Natal, fazendo trabalho voluntário no cuidado dos anciões. As irmãs notaram que exalava dela naturalmente o cuidado com os necessitados. No ano de mil novecentos e oitenta e seis, com trinta e três anos, passou a frequentar o movimento Filhas da Caridade, iniciando seu processo para a vida religiosa. Dois anos depois iniciou o preparatório para o noviciado, e tendo concluído emitiu votos de pobreza, castidade e obediência. No ano de mil novecentos e noventa e um ela então é enviada para a Bahia, para o abrigo Dom Pedro II, onde ela ficou encarregada de cuidar de uma ala com 40 anciões.

Augusto conhece Lindalva

Augusto tinha quarenta e cinco anos, era pobre, vivia na rua, no ano de mil novecentos e noventa e três um politico recomendou que o abrigo Dom Pedro II, que só aceitava maiores de sessenta anos, a aceitar outras pessoas também. Foi quando Augusto passou a frequentar o abrigo, conhecendo Lindalva, logo de cara ele começou a assedia-la, segundo ele ela também o amava, e o via com bons olhos, segundo relatos das irmãs que trabalhavam com ela Lindalva ficou muito assustada, tentando se afastar o máximo possível de Augusto, as irmãs sugeriram que ela se afastasse daquele serviço para se dedicar a outro, mas ela por muito amor a seu trabalho declarou “prefiro que meu sangue se derrame do que sair daqui”. Augusto foi tão insistente que até o diretor do abrigo o repreendeu, e outras funcionárias também. Em um episódio Lindalva disse que o seu coração pertencia  a outro homem, foi o que bastou para despertar um ciúmes incontrolável na cabeça de Augusto. O homem que Lindalva havia falado era Jesus, mas Augusto não conseguiu enxergar esse fato. Foi então que planejou o crime.

Na segunda feira dia cinco de abril, ele foi até uma feira e comprou uma faca peixeira, amolou ela ao chegar no abrigo. Na sexta feira santa, dia nove de abril, a irmã Lindalva participou da via-sacra pela manhã e se dirigiu ao abrigo para servir o café da manhã aos anciões, Augusto estava esperando ela no pátio, aguardou ela entrar e foi atrás, carregando consigo a faca comprada dias antes. Ele a tocou no ombro por trás, e quando ela virou, desferiu nela um golpe violento na jugular esquerda, que fez o sangue da irmã jorrar por todos os lados, não bastasse, Augusto a segurou no chão e a golpeou mais quarenta e três vezes, pelo corpo todo. Alguns internos que viram a cena tentaram ajudar, mas foram ameaçados por Augusto, que disse que faria o mesmo com eles. Após cometer o crime ele saiu, sentou em frente ao pés da escadaria que dava para o abrigo Dom Pedro II, acendeu um cigarro e passou a limpar a faca ensanguentada na calça, ele esperou a policia chegar para lhe prender, declarou que sua missão ali já estava feita. Após a condenação, ele foi internado num manicômio judiciário.

Preso por doze anos, ele ganhou liberdade, seus laudos psiquiátricos apontam que ele não apresenta mais risco a sociedade, já com seus cinquenta e nove anos, no primeiro momento não saiu do manicômio simplesmente por não ter onde ir, sua família extremamente religiosa nunca o perdoou. Conheceu um pastor evangélico, Álvaro Gonzaga, durante as pregações que ele fazia no manicômio, o pastor então lhe ofereceu abrigo num centro de recuperação de dependentes químicos. Augusto passou a viver então com outros vinte e nove jovens, em troca de abrigo ele faz a faxina do local, sua rotina é intercalada com trabalho, estudos e orações. Augusto declarou “eu matei a santa, mas não sou um mostro”, convertido, ele afirma que não sabe como foi capaz de realizar tal barbaridade, e se mostra arrependido, sem amigos ou família ele diz sofrer muito preconceito no local que vive.

Beatificação da Irmã Lindalva

Os ferimentos sofridos por Lindalva totalizaram quarenta e quatro, o assassinato ocorrido no dia da paixão de cristo, unia simbolicamente a morte de Lindalva a de Jesus, ele sofreu quarenta e quatro ferimentos também, cinco chagas, e trinta e nove acoites. A igreja viu nesses fatos um mártir, e começou então o processo de beatificação da irmã, esse é um processo demorado, pois para ser aceito é necessário que se confirme um milagre, como o assassinato da irmã foi considerado um mártir, ela n passou por essa etapa, o processo de beatificação iniciado no ano de dois mil, foi concluído em dois mil e um. Antes mesmo de ser oficial, começaram várias romarias ao local que antes abrigava os restos mortais da irmã. Muitos religiosos dizem ter tido graças alcançadas com a ajuda da irmã Lindalva. Após ser declarada mártir, seus restos mortais foram transferidos para a Capela das relíquias da beata Lindalva, a capela criada em dois mil e quatorze, é um importante centro de devoção recebendo visitas de muitos fieis diariamente.

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Categoria(s) do artigo:
Santos

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