O nascimento e fortalecimento do Cristianismo foi um dos acontecimentos mais relevantes da humanidade haja vista que essa se tornou a principal religião devido ao seu grande número de adeptos em todo o mundo. De Jerusalém para o resto do planeta as palavras de Jesus Cristo foram transmitidas para diferentes povos em épocas distintas por meio da Bíblia e os evangelhos escritos pelos apóstolos.
Quando os portugueses chegaram ao território brasileiro em 1500 deram início a divulgação e propagação da fé cristã. Houve um intenso trabalho de evangelização dos povos indígenas que aqui viviam com o objetivo de doutrinação. Ao longo dos séculos o cristianismo se difundiu e desdobrou-se em diferentes vertentes. Continue lendo para conhecer um pouco mais sobre a introdução do evangelho no Brasil.
Cristianismo: Chegada da Palavra de Cristo ao Brasil
Quando os portugueses desembarcaram em território brasileiro, em 1500, deram início a propagação do catolicismo. Pedro Álvares Cabral tratou logo de organizar uma missa na terra que acabava de descobrir fixando assim as primeiras raízes do cristianismo. Em 1532 o primeiro protestante chegou ao Brasil dando início a uma das vertentes do cristianismo mais fortes atualmente em nosso país.
De acordo com informações do censo do IBGE os evangélicos ultrapassam a casa dos 40 milhões no Brasil. Trata-se de um fenômeno absolutamente notável quando se observa a evangelização protestante tardia realizada em nosso país. Até metade do século 20 o Brasil foi uma nação em que se praticou o trabalho missionário, nos dias de hoje contribui para o movimento missionário. A programação evangélica tem sido cada vez mais constante tanto na televisão quanto no rádio.
Os Primeiros Missionários
Os portugueses descobriram o Brasil em 1500, no entanto, o processo oficial de colonização teve início somente em 1532. Em 1517 a Europa assistiu ao início da Reforma Protestante e menos de cinco décadas já havia protestantes em solo brasileiro realizando seu trabalho de evangelização.
Protestantes franceses chamados de huguenotes procuraram por refúgio no Brasil, em 1557, sob a liderança de Nicolau Villegagnon e com o apoio do Almirante Gaspar Coligny.
Nicolau Villegagnon
O objetivo dos franceses era se fixar na Baía da Guanabara, Rio de Janeiro. Instalaram-se inicialmente nas ilhas conhecidas atualmente como Villegagnon, Flamengo, do Governador e Laje nomeando a região como França Antártica.
No dia 10 de março de 1557, uma quarta-feira, foi realizado o primeiro culto protestante do Brasil. A primeira Santa Ceia aconteceu no dia 21 de março de 1557, um domingo. Não demorou para que tivesse início uma série de desentendimentos entre Villegagnon e os huguenotes culminando na expulsão dos últimos da ilha.
Contato Com os Índios Tupinambás
Após a expulsão, os huguenotes, acabaram tendo contato direto com os índios tupinambás dando início ao primeiro evento missionário protestante com um povo não europeu. Houve a tentativa de evangelizar os índios, no entanto, por se sentirem frustrados eles acabaram entrando num barco rumo a França.
Já no início da viagem o barco deu sinais de que iria naufragar, cinco homens se ofereceram para retornar a terra. Quando Matthieu Verneuil, Jacques Le Balleur, Jean du Bourdel, André Lafon e Pierre Bourdon desembarcaram foram imediatamente aprisionados por Villegagnon que lhes apresentou questões sobre teologia. Os prisioneiros deveriam responder assertivamente as questões num período de doze horas.
Confissão de Fé da Guanabara
Os leigos foram responsáveis por redigir um documento bastante notável que entrou para a história como “Confissão de Fé da Guanabara”. Como esses homens não negaram a sua fé foram condenados a morte por Villegagnon. Verneuil, Bourdon e Bourdel foram estrangulados e em seguida lançados ao mar.
André Lafon foi poupado pelo fato de ser o único alfaiate da colônia, no entanto, precisou se comprometer a não difundir suas ideias sobre religião. Apenas quatro décadas após o início da Reforma Protestante na Europa o Brasil teve seu primeiro culto protestante, a primeira ceia, o primeiro contato de evangelização com um povo não europeu, a primeira confissão de fé e também os primeiros mártires.
João Bolé (Jacques Le Balleur)
Jacques Le Balleur
É interessante falar também sobre Jacques Le Balleur, conhecido no Brasil como João Bolé, que fugiu para São Vicente. Como ele era útil para os portugueses ganhou alguma liberdade para pregar a sua fé. Porém, acabou sendo denunciado para a Inquisição por Luís da Grã, um padre local que ficou incomodado com ter que dividir seus fiéis.
Os jesuítas insistiram que João Bolé fosse levado para Salvador, capital colonial, onde ficou preso entre os anos de 1559 e 1567. No ano de 1567, Mem de Sá – governador geral – levou Bolé para o Rio de Janeiro onde ele foi enforcado. José de Anchieta escreveu a respeito de Bolé definindo-o como um homem letrado herege. Bolé foi bastante resiliente e resistente mesmo quando estava encarcerado porque tinha grande fé no evangelho que pregava.
Hans Staden: O Protestante Alemão
O protestante alemão Hans Staden se valeu de sua grande fé para conseguir se manter vivo por nove meses em meio aos tupinambás canibais de Ubatuba, litoral de São Paulo. Os índios ficaram apreensivos pelas respostas às orações de Staden de maneira que desistiram de transformá-lo numa refeição.
Staden deixou para os índios uma mensagem de que o Deus para o qual rezou ouviu suas preces e permitiu que ele não só sobrevivesse como pudesse retornar ao Velho Mundo. O alemão protestante escreveu um livro sobre o ocorrido com detalhes sobre as cerimônias antropofágicas dos índios incluindo gravuras. A história de persistência da fé do alemão se tornou uma grande inspiração para outros protestantes no mundo todo.
Hans Staden
Crescimento da Fé no Evangelho
Em 1557 se estabeleceu o primeiro contato estreito do Brasil com a fé protestante que se enraizou e deu muitos frutos na forma de um número expressivo de fieis. O Brasil possui uma imensa nação evangélica e é importante que as diferentes religiões que aqui existem aprendam a conviver em harmonia sem invadir ou desrespeitar os limites de cada uma. O evangelho tornou-se um caminho para muitas pessoas que tem na fé uma forma de viver e interagir com os demais.
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