O Nardo é uma planta que tem como origem o continente asiático, principalmente os países Nepal, Índia e China. A partir dessa planta, que possui até um metro de altura e flores brancas e rosas em forma de sino, é extraído um óleo essencial, que é usado tanto para perfume como medicamentos, quando é criado um bálsamo com várias propriedades medicinais. Desde os primórdios humanos ele é usado para tratamentos de pele, dores de angina, hemorroidas e varizes, além disso, é usado também como calmante e no tratamento de problemas respiratórios e digestivos.
Nardo Em Passagens Na Bíblia
Essa planta teve uma aparição relevante nos textos sagrados da Bíblia, onde além do nardo, diversos outros óleos eram usados para ungir as pessoas, atribuindo então a ela autoridade para exercer alguma função, dando boas vindas, ou quando alguém necessitava de tratamento médico. Na Bíblia era usada a expressão “fazer descer o nardo” que pode significar ungir alguém com o óleo extraído da planta.
O óleo de nardo em específico é mencionado na Bíblia Sagrada por 24 vezes. A passagem mais conhecida e “famosa” da Bíblia que menciona o óleo é a seguinte, presente em João 12, 1-3: “Seis dias antes da páscoa, Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Ofereceram-lhe ali um jantar. Marta servia, e Lázaro estava entre os que se reclinavam à mesa com ele. Então Maria tomou uma libra de um nardo puro, um perfume muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. E toda a casa se encheu com a fragrância do perfume”.
Em outra passagem importante da Bíblia, no capítulo de Marcos, fica explícito como o nardo era uma especiaria muito cara na época:
Óleo de Nardo
“E dali a dois dias era a páscoa, e a festa dos pães ázimos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo, e o matariam. Mas eles diziam: Não na festa, para que porventura não se faça alvoroço entre o povo. E, estando ele em Betânia, assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. E alguns houve que em si mesmos se indignaram, e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento? Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros, e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela.” (Marcos 14: 1-5).
Segundo acredita-se esse valor correspondia a 300 dias de salário. Esse valor era muito alto, pois o nardo era exportado diretamente do Himalaia.
Mais uma passagem fala sobre o vaso de alabastro que continha nardo: “Aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com unguento de grande valor, e derramou-lhe sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa” (Mateus 26:7) novamente falando sobre Jesus sendo ungido com óleo de nardo em Betânia dias antes da páscoa.
Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa.
Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, “Uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume,
e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.” (Lucas 7:36-38). Essa é outra passagem, onde o nardo é citado, quando uma mulher unge os pés de Jesus com o bálsamo. Essa passagem é diferente das anteriores, e tal mulher não é identificada. O texto só evidencia que era uma mulher de má reputação em seu povoado, mas que estava arrependida de seus atos.
O Que Tais Passagens Querem Apresentar Para Os Cristãos?
Todos os três textos fazem referência a um mesmo momento na vida de Jesus. A páscoa estava para chegar, e nessa data Jerusalém tinha um número de visitantes que praticamente triplicava o número de pessoas na cidade, o que fez Jesus querer se afastar de tal confusão, decidindo ir se refugiar em Betânia.
Jesus
Em Betânia Jesus conhecia Simão, que o ofereceu a casa para passar a noite, lá ele iria ter um jantar com as pessoas mais próximas. Enquanto Jesus estava jantando chega Maria, irmã de Marta e de Lázaro, carregando um vaso de alabastro que continha uma libra (cerca de 326 gramas) de nardo puro. Ela quebra o vaso e derrama todo o bálsamo sobre a cabeça de Jesus, enchendo toda a casa com o seu perfume.
Esse parece um ato impensado, tanto que em Marcos é demonstrado à preocupação em relação ao desperdício do óleo. Mas, esse ato possui uma simbologia, Maria mostra que considerava Jesus mais importante que o precioso nardo puro.
O Que É O Vaso De Alabastro?
Na passagem é dito que Maria carregava o óleo em um vaso de alabastro, mas o que é isso? No novo testamento ele é bastante citado, como sendo um o recipiente que carregava óleos e essências especiais.
O vaso de alabastro se caracterizada como os vasos que possuem um gargalo comprido, e para utilizar o óleo ou essência que existia dentro dele, era preciso romper o gargalo. O material de fabricação dos vasos não importa muito, mas sim o seu formato, mas, normalmente o material tinha uma cor branca ou translúcida, que era encontrado em regiões calcárias e cavernas que sejam próximas de nascentes, mas na região da Palestina eram fabricados com pedras escavadas do vale do Jordão, ou importados do Egito.
Mas Por Que É Necessário Quebrar O Vaso?
O vaso é quebrado na história, pois esses vasos não possuíam abertura (ou tampas), eles eram pequenos, tinham alças para serem carregados na cintura, em cintos, sendo selados para que o perfume do óleo fosse preservado, dessa forma, para ser usado, o vaso tinha que ser quebrado. Para facilitar a quebra do vaso havia algumas ranhuras no vaso em espiral na altura do seu gargalo, que era onde ele devia ser quebrado. Esses vasos eram pequenos pois eles tinham o tamanho certo para caber somente a quantidade que era usada para ser aplicado uma única vez.
Pregação Sobre O Nardo
O vaso é criado para ser quebrado e para guardar o bálsamo que é muito precioso que será compartilhado com as pessoas. O vaso sabe que quando chegar o momento do nardo ser usado ele será quebrado, pois a sua função é guardar tal líquido. O fato de o vaso ser quebrado não é algo triste para ele, pois ele conhece sua função, sendo isso um prazer para ele, pois quando ele é quebrado o perfume do nardo irá espalhar por toda a casa, e todos se sentirão felizes. Ser quebrado não é o ponto baixo da sua história, e sim o ponto alto, pois é para isso que ele foi criado.
As pessoas devem ser como o vaso de alabastro, pois todos temos o bálsamo de puro nardo dentro de nós. O próprio texto sagrado da Bíblia diz que nós somos o suave perfume de Cristo, e ele não pode ser trancado ou escondido. Precisamos deixar que o vaso, que somos nós, seja quebrado, para que o puro nardo seja derramado e assim encha a vida de todos ao nosso redor com o aroma do nosso doce perfume.
Por isso, não lamente quando você for quebrado, não lamente por momentos difíceis, pois podem ser esses momentos que estão derramando o perfume da sua vida, ou seja, esses momentos que podem estar fazendo você expor as suas melhores características.
Já o perfume do puro nardo é o que temos de precioso em nós, as nossas qualidades, nossa bondade e compaixão com o próximo, e acima de tudo nosso amor com Deus.
