Para conhecer a origem do Terço da Sagrada Face é necessário conhecer a história da freira santa Maria Pierina de Micheli. A religiosa nasceu no dia 11 de setembro de 1890, em Milão, na Itália e veio a falecer no dia 26 de julho de 1945, com apenas 55 anos de idade. Sua história de vida se destacou por ser privilegiada com visões de Nossa Senhora Aparecida e de Jesus Cristo que lhe transmitiram a missão de difundir a devoção a Sagrada Face como uma reparação aos insultos praticados contra Jesus.
História de Vida de Maria Pierina de Micheli
Maria Pierina de Micheli foi Mestra das Noviças até o ano de 1939 e aceitou a difícil tarefa de ser Superiora da Casa que ajudou a fundar em Roma até o fim de seus dias. Seu ingresso na vida religiosa se deu em 14 de maio de 1914 quando assumiu o hábito das filhas da Imaculada Conceição. Falecida em 1945 a irmã deixou um diário em que escrevia sobre a sua devoção a Jesus Cristo e sobre o desejo de difundir a sua fé. Os restos mortais da freira beatificada estão no Instituto Espírito Santo, localizado em Roma.
Face de Jesus
Quando ainda era uma noviça foi liberada para fazer a adoração noturna, certa noite enquanto se ocupava estava diante da imagem de Jesus crucificado ouviu uma voz que lhe disse “Beija-me” e não teve dúvidas quanto a obedecer. Ao encostar seus lábios na face de gesso sentiu que a mesma era a face viva de Jesus. Maria Pierina passou a noite toda se condoendo dos ultrajes pelos quais passou – e ainda passa – a Face de Jesus Cristo. Ela entendeu que era sua missão reparar tais ultrajes.
Mais uma vez ela recebeu o pedido de Jesus Cristo para que fosse realizada uma hora de oração como reparação aos ultrajes praticados contra sua Sagrada Face e assim se tornou hábito as terças-feiras realizar essa vigília. É interessante citar que desde criança a religiosa atuava na reparação desses ultrajes mesmo que não soubesse que o fazia. Numa carta enviada para o Papa Pio XII, no ano de 1943, ela contou uma comovente história que aconteceu quando tinha apenas 12 anos de idade.
A jovem Maria Pierina se encontrava na paróquia da sua comunidade aguardando na fila para beijar a imagem de Jesus, na Sexta-Feira Santa, quando ouviu uma voz que dizia suplicante: “Ninguém irá me dar um beijo de amor no rosto para reparar aquele que me deu Judas?”. Inocente ela acreditou que todos ouviam a mensagem, mas ainda assim insistiam em beijar as chagas de Cristo. Na sua vez não teve dúvidas e lhe deu um amoroso beijo no rosto. Nesse dia a menina ficou feliz porque acreditou ter diminuído o sofrimento de Jesus.
A Origem do Terço da Sagrada Face
Ainda na carta enviada ao Papa Pio XII, Maria Pierina, contou que no dia 31 de maio de 1938, quando ainda era uma noviça, rezava numa pequena capela quando percebeu a presença de uma senhora muito bela que lhe entregou um escapulário. A peça era composta por duas flanelinhas brancas que estavam juntas por um cordão. Numa das flanelinhas estava a Sagrada Face de Jesus junto com a frase: “Ilumina Domine Vultum Tuum super nos” (Fazei resplandecer sua face sobre nós).
A outra flanelinha tinha a imagem de uma hóstia cercada por raios com a seguinte frase: “Mane nobiscum Domine”. (Fica conosco senhor). O escapulário foi entregue como um escudo para a fé num momento de grande astúcia contra a Igreja e Deus. Há poucos apóstolos verdadeiros e somente o Santo Rosto de Jesus pode funcionar como remédio revelando aqueles que têm a verdadeira fé. Todos os que tiverem um escapulário como esse e puderem realizar toda terça-feira uma visita as Santíssimo Sacramento, para reparar os ultrajes sofridos por Jesus, terão sua fé renovada e fortalecida.
Dificuldades
Terço da Sagrada Face
Quando recebeu o escapulário de Nossa Senhora, Maria Pierina, era apenas uma noviciada e seus superiores não acreditaram em sua história. Assim ela enfrentou muito tempo de recusa ao atendimento do pedido da santa para que se produzisse o escapulário, houve até uma proibição explícita. Numa mudança de direção do convento a religiosa enfim conseguiu que a nova Madre Superiora acreditasse nas suas visões.
A proposta da madre foi a de fazer uma medalha com a Sagrada Face de Jesus já que ela não poderia fazer o escapulário. Maria Pierina perguntou a Nossa Senhora se a medalha seria bem recebida e a santa aceitou lhe dizendo que o mais importante era a mensagem. Driblando novas dificuldades conseguiu finalmente cunhar a medalha. No ano de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, as medalhas se espalharam pela Itália como uma forma de renovar a esperança na fé. Não demorou para que a medalha se tornasse reconhecida como miraculosa.
“Quem me Contempla, me Consola”
Essas foram as palavras de Jesus Cristo para a irmã Maria Pierina para lhe explicar porque a devoção a Sagrada Face tinha tanto valor. Ao longo da vida da religiosa, Jesus, lhe apareceu algumas vezes, ora ensanguentado e ora com uma expressão triste que tinha como objetivo torna-la participante do seu sofrimento e assim uma aliada na difusão da recuperação da fé.
