A Igreja Católica possui diversos símbolos de extrema importância para seus rituais, que mantém as suas tradições e são formas físicas dos fiéis se conectarem com a sua fé e suas crenças. Todo ritual de uma celebração católica é pensado para agradar os presentes, no entanto, é muito mais do que isso, pois segue tradições centenárias que foram definidas nos primórdios da Igreja Católica.
A hóstia passa por diversos momentos até o ritual final, que é a comunhão, há toda uma preparação por parte do celebrante e dos membros da igreja para que os participantes daquele momento recebam o que é chamado de “corpo de Cristo”.
A hóstia, dentre diversos símbolos litúrgicos presentes nos ritos católicos, é um dos mais importantes e consequentemente, um dos que desperta maior curiosidade, seja dos católicos, ou daqueles que não são religiosos.
O que é a Hóstia?
A hóstia nada mais é que um pão, feito a partir de uma mistura de farinha de trigo e água mineral, sendo a proporção de 1 de farinha para 1,5 de água. Essa massa é misturada, assada, e passa por um processo para ser cortada no formato que é possível vê-la já pronta na Igreja. O nome desse pão é pão ázimo, ele pode ser produzido de maneira artesanal, a exemplo da forma que era em tempos antigos, ou por meio de máquinas que facilitam o processo.
Atualmente, muitos mosteiros conservaram a tradição da produção de hóstia manualmente, inclusive cada uma sendo cortada com tesouras, a mão. Já organizações religiosas de maior porte produzem as hóstias em maquinários, que as podem fazer em dois tamanhos distintos, o menor, com 3 cm de diâmetro, sendo esse ingerido pelos fiéis, e um maior, com 7,8 cm de diâmetro que é reservado para os sacerdotes.
Hóstia
Antes de ser consagrada por um sacerdote ordenado (que pode ser tanto um bispo como um presbítero em segundo lugar), esse pequeno disco feito de farinha não é nada mais do que isso, nessa forma, ele é chamado de partícula.
A palavra hóstia tem origem no latim, e é sinônimo de “vítima”, em tempos antigos, quando animais eram sacrificados pelos romanos para serem oferecidos aos seus deuses, eles eram chamados de hóstia, a palavra também era usada para se referir aos soldados tombados na guerra. A palavra, em resumo, está relacionada com alguém que sofreu uma espécie de agressão fatal. Dessa forma, é possível encontrar o sentido em usar a palavra hóstia para definir a partícula, já que essa representa o corpo de Jesus Cristo, que segundo o que conta a Bíblia, foi uma grande vítima da sociedade e morreu por meio de suas mãos.
No centro da hóstia há um relevo com as seguintes letras: JHS, que significam Jesus Salvador dos Homens, sendo um símbolo da fé católica, sendo uma forma de simbolizar que aquele pequeno pão representa Jesus.
O Que a Hóstia Representa?
A hóstia, também chamada de Eucaristia, representa o corpo de Jesus Cristo entre os seus fiéis, essa é uma representação do seu corpo vivo. É por isso que o momento da comunhão é um dos ritos mais importantes durante a realização das celebrações católicas.
Além de representar o corpo de Cristo, o ato de ingerir a hóstia consagrada se resume realmente em um momento de mudança de vida e do recebimento de graças. Ela é muito mais do que um simples pedaço de pão, considerada o alimento da fé dos cristãos, tem o poder de levá-los à Vida Eterna, sendo, por fim, um momento de intimidade com Deus.
Após ser consagrada durante a missa, a hóstia passa pelo que e chamado de transubstanciação, que a transforma no corpo de Cristo. Ela é ingerida após ser mergulhada em vinho, que também passou por transubstanciação e representa o sangue de Cristo.
Além de esse momento ser importante para aproximar os fiéis de Deus, ele também é considerado uma oportunidade para compreender mais da missão de Deus na vida de cada pessoa da terra. É um momento que ajuda os religiosos a refletir sobre as suas decisões de vida, iluminando as suas ideias para que siga sempre no caminho certo.
Durante o ritual, um sacerdote distribui a hóstia para os fiéis, antes disso ele lava as suas mãos, tanto para a higiene, já que ele irá tocar no alimento de todos, como para purificá-lo dos seus próprios pecados e erros, após a distribuição ele também tem que lavar as mãos, para que não reste nelas partículas do corpo de Cristo.
Onde Se Guarda a Hóstia?
Hóstia Partida ao Meio
A hóstia magna, que é de um tamanho maior que as tomadas pelos fiéis, é colocada no ostensório, esse é um estojo redondo que possui uma moldura no formato de resplendor dourado e um pedestal de suporto. Ela fica no centro desse ostensório, sendo ele usado para proteger e ao mesmo tempo como um local pra que a hóstia fique visível para todos os fiéis na hora da consagração.
Já as hóstias que são distribuídas durante o ritual da comunhão são guardadas em um recipiente chamado âmbula ou cibório. A âmbula é semelhante a um cálice, normalmente da cor dourada, é feita em material que não pode absorver o líquido, ou que se quebre facilmente, ela possui ainda uma tampa para que as hóstias restantes sejam guardadas após o final da missa.
Outro recipiente usado para colocar a hóstia é o pátena, esse é um prato pequeno e raso, e ele é usado para colocar a hóstia que é usada pelo celebrante para a exposição durante a consagração.
Em Qual Lugar Ela É Colocada?
Todos esses itens usados para guardar as hóstias, assim como as próprias partículas quando passam pela consagração, são guardados no que é chamado de Sacrário, também conhecido como Tabernáculo.
A origem da palavra Sacrário encontra-se na palavra do latim Sacrarium que tem como seu significado literal ser o lugar onde se guardam coisas sagradas. É por isso que ele recebe a função de guardar tanto as hóstias como o vinho, aquelas que já passaram pela consagração e então já representam o corpo de Jesus Cristo.
Sacrário
Esse local é bem seguro, normalmente é uma espécie de armário que é fechado com chave, além disso, ele é ornamentado e encontra-se em um local de honra dentro das capelas e Igrejas. É na realidade uma espécie de cofre, e dentro dele será mantido o ostensório contendo as hóstias sagradas.
Na maioria das igrejas, o Sacrário se encontra dentro da Capela do Santíssimo, essa é uma parte especial do edifício, que conta com uma decoração própria e bem elaborada, demonstrando que aquele é um ponto nobre dentro do templo. Em muitas igrejas, principalmente as construídas pós o II Concílio Vaticano (realizado em 1961), é comum que essa Capela do Santíssimo esteja próxima do altar, no entanto, seja um ambiente separado. Já as igrejas de antes desse período normalmente possuem o Sacrário no próprio altar, o que era o idealizado como correto até então.
A história do Sacrário remonta ao período da Igreja Primitiva, que durou até meados do século III, nesse período havia perseguições contra os cristãos, por isso, os sacerdotes guardavam as hóstias consagradas em cofres para que, em outro momento após a celebração realizada, elas pudessem ser distribuídas para aqueles fiéis que não tinham comparecido ao ritual, fosse por motivos de saúde ou outros. Após o fim da Igreja Primitiva, foi mantida essa prática de conservar a hóstia em uma espécie de cofre, demonstrando que ali estava sendo depositado algo muito valioso.
Ao lado do Sacrário existe uma lâmpada na cor vermelha que fica constantemente ligada, ela representa a ideia da presença constante de Jesus dentro daquele ambiente, demonstrando que as hóstias representam a parte do Senhor.
O sacrário pode ser considerado um ponto para ir ao encontro de Jesus, apesar de toda a igreja ser um edifício abençoado, é no Sacrário que é possível se encontrar mais próximo de Cristo.
