A palavra beatificação vem do latim ‘beatus’ e se refere ao ato de dar a alguém o status de Beato. No contexto da Igreja Católica a beatificação consiste no reconhecimento de que o Beato está no Paraíso em pleno estado de beatitude, ou seja, pode interceder por aqueles que oram para ele. Continue lendo para entender mais sobre a beatificação e as diferenças em relação ao processo de canonização.
Beatificação e Canonização: Diferenças
Oficialmente há diferenças entre beatificação e canonização, porém, para algumas vertentes cristãs não existe tal distinção. A beatificação permite que haja uma veneração local do beato, por sua vez a canonização prevê uma veneração que se estende sendo um preceito universal. Para uma parte dos teólogos a beatificação é um atestado de santidade concedido pela Igreja Católica que pode ter falha. Seria apenas uma etapa para a canonização, processo que realmente declara a santidade de um indivíduo.
Para a beatificação ser ratificada é necessário ter pelo menos um milagre atribuído ao candidato a santo comprovado. A canonização demanda pelo menos dois milagres comprovados. É possível ainda obter o título de Venerável por ter passado por martírio em nome da fé ou por decreto papal.
Como é o Processo de Beatificação
As Dioceses podem abrir processos de beatificação e cada causa possui um bispo postulador. O papel desse bispo é atuar como um tipo de advogado do postulante a beatificação averiguando o seu testemunho de santidade. A partir do momento em que o processo tem início o candidato passa a ter o status de Servo de Deus. Na primeira etapa é investido o martírio ou virtudes do candidato.
Se é um caso de martírio é necessário realizar uma análise completa da forma como o indivíduo faleceu. Quando o processo é concluído com parecer positivo o candidato recebe o título de Venerável. A beatificação demanda a comprovação de um milagre, ou seja, deve ficar provado que o candidato intercedeu de alguma forma para que o acontecimento extraordinário ocorresse. Com a beatificação obtida é possível dar sequência ao processo de canonização se um novo milagre foi realizado.
Processo de Beatificação
Curiosidade
Durante muito tempo somente o Papa podia dar início a uma causa de canonização, essa regra foi alterada e atualmente os bispos têm autoridade para isso. Qualquer Diocese do mundo pode promover uma causa de canonização.
Mas, Afinal Qual a Diferença Entre Beato e Santo?
Como mencionamos os beatos tem o culto de veneração permitido numa região específica. A representação dos beatos não pode ter a aureola sobre a cabeça e nem mesmo se pode construir igrejas em sua homenagem como acontece com os santos. A exceção se dá quando a igreja dá a concessão para que seja erguida uma igreja em homenagem a um beato, sem essa autorização não é permitido.
O santo por sua vez já passou pelos processos de beatificação e canonização, ou seja, têm milagres atribuídos e comprovados e pode ser cultuado livremente em qualquer lugar. A canonização se destaca como sendo o testemunho mais solene da santidade de um indivíduo pela Igreja. É importante dizer que os processos de beatificação e canonização são extremamente longos podendo levar décadas.
Os Processos de Canonização Mais Rápidos da História
Processos de Canonização
A canonização é um processo complexo que demanda muita investigação por parte da Igreja assim como a beatificação, por isso costuma demorar muito tempo para ser concluído. Contudo, em alguns casos esse processo se deu de maneira mais rápido do que o convencional. Curiosamente uma das canonizações mais rápidas foi a de uma santa brasileira, da Irmã Dulce, apenas 27 anos após o seu falecimento.
Mais rápido do que o processo da santa brasileira foi o do Papa João Paulo II que ocorreu somente nove anos após seu falecimento e da Madre Teresa de Calcutá que demorou apenas 19 anos. Contudo há registros de outras canonizações mais rápidas como a do Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua) que se deu apenas 352 dias após seu falecimento e de São Teotônio que foi canonizado apenas um ano após ter falecido de uma forma bastante violenta.
Processo Menos Complexo
Outro caso histórico bastante rápido é o de São Pedro Mártir que foi canonizado menos de um ano após o seu falecimento. Contudo, é importante citar que nesse período o processo de canonização ainda não era complexo como o realizado atualmente. Mesmo tendo regras menos complexas é necessário mencionar que a canonização nos períodos mais antigos também era uma conquista árdua. O processo mais longo da canonização é o de Pedro que levou nada menos do que 800 anos para ser concluído.
Como Surgiram os Santos?
Nos primeiros depois de Cristo havia intensa perseguição aos cristãos e em muitos casos aqueles que decidiam tornar sua fé pública eram submetidos a horrendas torturas e mortes selvagens como ser devorados por leões. Era uma maneira do império romano tentar conter o crescimento do cristianismo, contudo, essa prática acabou se voltando contra quem deseja reduzir a fé em Cristo.
Os fiéis a Cristo passaram a venerar aqueles que morriam como mártires da fé, restos mortais eram enterrados em locais escondidos nos quais os cristãos se reuniam para orar por aquele indivíduo pedindo intercessão junto ao Senhor. Acredita-se que essas pessoas tinham livre acesso a Jesus no reino do céu uma vez que passaram por martírio semelhante ao seu na cruz por defender sua fé.
Ao longo dos séculos surgiu também a figura dos ermitões, pessoas que decidiam se isolar do convívio social vivendo com muito pouco objetivando fortalecer a sua fé para se aproximar da bondade de Jesus. Alguns desses indivíduos também passaram a ser considerados como passíveis de veneração uma vez que buscavam viver a sua fé em, seu ápice.
O Primeiro Santo
O primeiro homem a receber a titulação de santo por meio da canonização foi Santo Ulrico, Bispo de Augsburgo, na Alemanha no século 10. Porém, é necessário reconhecer o papel da história de martírio daqueles que se sacrificaram em nome de sua fé nos primeiros séculos depois de Cristo. Foi a partir desse contexto que se criou o imaginário de santos.
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