A religião é um dos assuntos mais complexos que existem no mundo atualmente. Isso porque, são várias as entidades e doutrinas que se auto intitulam religiões, que pregam as suas características e fundamentos aos fieis, que costumam ser vários.
Estima-se que o Cristianismo, maior religião do mundo, tenha cerca de 2,2 bilhões de fiéis espalhados pelo planeta, algo em torno de 30% da população mundial. É seguida de perto pelo Islamismo e, um pouco mais longe, pelo Hinduísmo.
O Cristianismo é dividido em várias vertentes, sendo que as três mais importantes são o catolicismo, o protestantismo e a Igreja Ortodoxa, sendo a primeira delas a maior vertente, talvez por ser a primeira a existir, antes das reformas e revoluções luteranas.
Todos os ensinamentos e lições passadas pelo Cristianismo são oriundos da Bíblia, que é o livro mais vendido do planeta. Estima-se que, a cada minuto, 50 bíblias são vendidas mundialmente. E, uma das passagens presentes no livro é sobre o Samaritanismo, mais conhecida como a ação dos bons samaritanos. E é essa a abordagem do nosso artigo de hoje. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre essa pequena ordem religiosa, bem como algumas informações interessantes sobre ela. Vamos lá?
A Passagem do Bom Samaritano
Antes de falarmos sobre a ordem dos samaritanos, vamos abordar um pouco sobre a famosa passagem descrita na bíblia acerca do Bom Samaritano. A parábola foi contada por Jesus, segundo Lucas, para que mostrasse ao povo que a bondade e compaixão deveria sempre prevalecer.
Jesus contou a seus discípulos que, certa vez, um homem estava indo de Jerusalém até a cidade de Jericó, quando encontrou ladrões pelo caminho, que o roubaram e o agrediram, o deixando semiconsciente. Depois dos malfeitores terem fugido, três pessoas passaram pelo corpo desfalecido, jogado no canto da estrada. Primeiro, foi um sacerdote que se aproximou do homem, o olhou, e seguiu viagem. Depois dele, foi a vez do Levita, que teve as mesmas atitudes do sacerdote, e, sem dar a mínima atenção ao homem ferido, continuou sua viagem.
O terceiro homem que passou por ele foi o Samaritano que, ao ver a situação do homem, apiedou-se dele. Utilizando vinho e azeite, o samaritano cuidou das feridas do homem, e o colocou em seu animal, o levando até uma hospedaria. Ao chegar lá, disse á responsável pelo lugar que acolhesse e cuidasse do homem, pagando-lhe pelos seus cuidados e hospedagem. Disse ainda que, depois de retornar de viagem, voltaria à hospedaria para acertar alguma dívida caso o homem tivesse necessidades pelo tempo que o samaritano se ausentou.
Jesus queria mostrar aos discípulos, através dessas palavras, que a compaixão deveria fazer parte da vida daqueles que se predispuseram a seguí-lo. Além disso, fomentou em que o ouvia a solidariedade e a divisão de “pão” , ou seja, usar uma parte dos rendimentos para ajudar a quem precisasse.
Hoje em dia, essa parábola é uma das mais utilizado, visto que o mundo, apesar de alguns focos individuais, vem crescendo cada vez mais a caridade para com quem precisa.
Os Samaritanos
Deixando um pouco a passagem do Bom Samaritano de lado, vamos falar, então, dos Samaritanos, que são o foco desse artigo. Os membros do Samaritanismo se declaram como um pequeno grupo étnico religioso, que tem vertentes parecidas com os judeus, que habitam uma pequena região localizada no estado de Israel. A sua doutrina religiosa adota como base o Pentateuco, além de retirar de Jerusalém a sua importância como cidade histórica, além de simpatizarem com os ideais palestinos. Apesar de serem considerados “parentes” dos judeus, os samaritanos rejeitam tal atribuição, não tendo entre eles, portanto, rabinos. Além disso, o Talmud, típico dos judeus, também não é utilizado pelos samaritanos.
A origem dos Samaritanos remonta até o ano 1000 a.C., onde os israelitas dominavam terras localizadas na porção oeste do rio Jordão. Nessa época, a sociedade israelita era dividida em doze tribos, onde a rivalidade era nutrida, ainda de forma discreta, entre cada uma das aldeias. No mesmo período, as doze tribos foram reunificadas, por ordem do Rei Saul. Depois de Saul, quem assumiu o trono foi Rei Davi e, em seguida, seu filho Salomão.
Logo depois da morte de Salomão, que ocorrera em 930 a.C., dez das doze tribos se separaram do reino, criando outro independente. O novo reino ficou conhecido como o Reino de Israel ou, também, como Reino da Samaria, cujo nome vinha da cidade que, mais tarde, viria a se tornar a capital do reino.
Indícios históricos mostram que as relações entre os samaritanos e os judeus sempre foram negativos, desde a antiguidade. Mas, isso mudou com a ação do Império Romano, que temia que os judeus e samaritanos fizessem uma aliança contra o império. Para evitar tal acontecimento, os romanos passaram a perseguir os samaritanos, os privando de alimentos e água. Apesar de ter oferecido a eles a rendição e, consequentemente, os alimentos, os samaritanos não aceitaram, resistindo bravamente até serem executados pelas tropas romanas.
Logo depois da queda do Império Romano, e a consequente aparição do Império Bizantino, os samaritanos e judeus passaram a ser perseguidos por Zenão I, imperador que tentava, à força, impor a religião oficial bizantina para todos os povos conquistados: o Cristianismo, que até pouco tempo, também era perseguido pelos romanos. Tamanha foi a repreensão contra os judeus e samaritanos que um dos templos de grande importância aos samaritanos foi destruído pelo regime bizantino. Tal construção nunca mais foi posta de pé,
Além das diferenças com os judeus, os samaritanos também se destoam de algumas atividades religiosas próprias do cristianismo, por exemplo. Para eles, o único profeta existente foi Moisés, tirando de Jesus Cristo, o filho de Deus segundo a doutrina cristã, essa responsabilidade. No mais, a crença em Deus segue sendo a mesma, ou seja, Deus é a maior figura da religião samaritana. Além disso, os samaritanos aguardam a vinda de um novo messias, chamado Taheb, que seria semelhante à Moisés. Viveria até 120 anos, fundando um reino que perduraria por séculos no planeta Terra.