Religiões Africanas

A maioria dos africanos é adepta do cristianismo ou do islamismo. Os povos africanos, muitas vezes, combinam a prática de sua crença tradicional com a prática de religiões abraâmicas, nome dado para as religiões monoteístas, que são difundidas por toda a África. Em 2002, os cristãos formavam 40% da população do continente africano, com os muçulmanos somando 45%.

Confira, a seguir, maiores informações sobre as principais religiões africanas.

Fé Bahá’í

A Fé Bahá’í na é a terceira religião abraâmica organizada mais difundida na África, ficando atrás apenas do Islam e do Cristianismo. Teve um crescimento rápido nos anos 50, que se estendeu até a década de 60. A Associação de Arquivos de Dados de Religiões listas muitas populações grandes e pequenas na África, como o Quênia, a República Democrática do Congo, África do Sul e Zâmbia entre as dez com mais seguidores dessa religião no mundo em 2005 (cada um com mais de 200.000 seguidores).

Cristianismo

O cristianismo é uma das duas religiões mais amplamente praticadas na África e é a maior religião na África Subsaariana. A maioria dos adeptos vive fora do Egito, Etiópia e Eritreia e são católicos romanos ou protestantes. Várias seitas sincretistas e messiânicas têm se formado em grande parte do continente, incluindo a Igreja Batista Nazaré na África do Sul e a Aladura na Nigéria. Uma parte considerável da população é formada por adventistas do sétimo dia e Testemunhas de Jeová.

Nos primeiros séculos do cristianismo, a África produziu muitas figuras que tiveram uma grande influência fora do continente, incluindo Santo Agostinho de Hipona, São Maurício, Orígenes, Tertuliano, e três papas católicos romanos: Victor I, Miltiades e Gelásio I, bem como os personagens bíblicos Simão de Cirene e o eunuco etíope batizado por Filipe, o Evangelista.

A mais antiga referência da introdução do cristianismo na África é mencionado na Bíblia, no livro de Atos dos Apóstolos, e refere-se à conversão de Filipe, um etíope viajante no primeiro século dC. Embora a Bíblia se refira a ele como etíope, estudiosos têm argumentado que a Etiópia era um termo comum que abrangia as áreas Sul e Sudeste do Egito. 

Islamismo

O Islamismo é a segunda maior religião da África, com 47% da população sendo formado por muçulmanos, o que corresponde a 1/4 da população muçulmana do mundo. As raízes muçulmanas da África vêm desde o tempo do Profeta Maomé, cujos discípulos migraram para a região da Abissínia com medo de perseguição dos pagãos árabes.

A propagação do Islã na África do Norte veio com a expansão do império árabe sob o governo do Califa Umar, através da Península do Sinai. Já a propagação do Islã na África Ocidental se deu através de comerciantes e marinheiros islâmicos.

O Islã é a religião dominante no Norte e Nordeste da África. Também tornou-se a religião predominante na costa Swahili, bem como na costa do Oeste Africano e em determinadas regiões do interior. Houve vários impérios muçulmanos da África Ocidental que exerceram influência considerável, nomeadamente o Império do Mali, que permaneceu durante vários séculos e o Império Songhai, sob a liderança de Mansa Musa, Sonni Ali e Askia Mohammed.

A grande maioria dos muçulmanos da África é sunita, ou seja, não é radical. Há também minorias de xiitas, ahmadis, Ibadi e Sufis. 

Judaísmo

Os adeptos do judaísmo podem ser encontrados espalhados em um número de países em toda a África; incluindo a Beta Israel de Etiópia, a Abayudaya de Uganda, a Casa de Israel em Gana, os judeus Igbo da Nigéria e do Lemba da África Austral.

Hinduísmo

O hinduísmo existe na África desde o final do século 19. É a maior religião nas Ilhas Maurício e vários países do continente têm templos hindus. É considerada como a religião que mais cresce em Ghana.

Budismo e Religiões Chinesas

O budismo é considerada uma pequena religião na África, com cerca de 250.000 adeptos e quase 400.000, se somados com os seguidores do taoísmo, uma religião popular chinesa. Cerca de metade dos budistas africanos vive África do Sul, enquanto que as Ilhas Maurício têm a maior porcentagem de budistas no continente, somando entre 1,5% até 2% da população budista mundial. 

Outras Religiões

Além dessas, outras religiões são praticadas na África, incluindo o zoroastrismo, o rastafarianismo, entre outras.

Pessoas Sem Religião

Pesquisas comprovaram que 20% das pessoas que vivem na África do Sul não tem nenhuma religião, 16% do Botswana, 13% de Moçambique, 13% no Togo, 12% na Líbia e Costa do Marfim, 10% da Etiópia e Angola, 9% do Sudão, Zimbabwe e Argélia, 8% da Namíbia e 7% de Madagascar.

Sincretismo Religioso na África

O sincretismo é a combinação de diferentes (muitas vezes contraditórias) crenças, unindo práticas de várias escolas de pensamento. Na África, o sincretismo com crenças indígenas é praticado em todas as regiões. Acredita-se que essa mistura seja feita para pregar a tolerância religiosa entre grupos diferentes. 

Muitos povos africanos têm hoje um patrimônio religioso misto, a fim de tentar conciliar as religiões tradicionais do continente com religiões abraâmicas. Os missionários que foram pregar o Cristianismo para os africanos tinham bastante medo do sincretismo e fizeram de tudo para tentar manter o cristianismo “puro”, mas a mistura de crenças acabou sendo inevitável.

Alguns estudiosos de religiões, firmam que o sincretismo africano se originou devido um mal-entendido na capacidade das populações locais de formar suas próprias ortodoxias e também por causa de confusão sobre as definições de cultura e religião. Outros afirmam que o termo sincretismo é vago e que pode ser usado para se referir a substituição ou modificação dos elementos centrais do cristianismo ou do islamismo com crenças ou práticas de algum outro lugar.

Independente de que afirmação esteja correta, religião e cultura sempre andaram juntas. As crenças de um povo são parte importante de sua cultura e devem ser respeitadas. Por mais que as religiões africanas sejam frutos de uma mistura, elas possuem características únicas, que marcam as pessoas de cada região.

Até mesmo a cultura e as religiões brasileiras sofrem influência da África, principalmente por conta da vinda de escravos para cá em séculos passados. A cultura de um povo é tão viva quanto ele e, por isso, essas misturas são tão comuns. 

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Categoria(s) do artigo:
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