Religião do Japão

A tradição religiosa japonesa é composta de várias crenças principais, incluindo o xintoísmo, a religião mais antiga do Japão, o budismo e o confucionismo. O cristianismo, que é um dos maiores segmentos religiosos no mundo, tem poucos adeptos no Japão.

Conheça, a seguir, um pouco mais a respeito das religiões mais tradicionais entre os japoneses.

Xintoísmo

O xintoísmo, ou o “Caminho dos Deuses”, começou a tomar forma no período pré-histórico do Japão. Nesta fase inicial, era a religião de uma sociedade pré-letrada, que formava uma espécie de clã. As divindades xintoístas eram árvores, montanhas, rios e rochas, tudo poderia ser considerado divino, incluindo os seres humanos.

Uma antiga mitologia desenvolvida pelo líder xintoísta nos séculos VI e VII, o clã Yamato, mais tarde conhecidos como a família imperial, sustenta que o líder do clã, o imperador, era descendente da deusa do sol, que era chamada de Amaterasu. Grandes guerreiros e poetas, por exemplo, também eram reconhecidos como divindades em virtude de suas habilidades especiais.

Desde o seu início, o Xintoísmo não teve um fundador ou produzia textos sagrados, a religião era transmitida através de rituais. O objetivo desses rituais era manter ou restabelecer a harmonia entre a natureza, os seres humanos e as divindades. Como os japoneses começaram a adotar a prática da agricultura em torno do terceiro século aC, os rituais xintoístas se tornaram intimamente ligados ao ano agrícola.

Festivais comunitários eram realizados em épocas de plantio ou colheita, ou em momentos importantes da história de uma comunidade. Os principais rituais continham quatro partes: purificação, oferendas, recitações ou orações, e uma refeição. Todos os membros da comunidade participavam, mesmo que apenas simbolicamente, da última refeição, promovendo, assim, a harmonia entre os seres humanos e as divindades.

Embora o xintoísmo não tivesse templos sagrados em sua primeira fase, algum tempo depois, os japoneses começaram a construir locais que abrigavam representações simbólicas das divindades e que serviam como um local para a realização de rituais. 

Budismo

O budismo surgiu na Índia no século VI aC e, depois de passar pela China e pela Coréia, chegou ao Japão no século VI dC. O Buda, maior líder do budismo, ensinou que, independentemente dos graus relativos de felicidade que se pode alcançar na vida, todos os seres vivos, eventualmente, ficam doentes, envelhecem e morrem.

Para muitos, o budismo vai além da religião e é mais um modo de vida. Sua filosofia significa amor à sabedoria e pode ser resumida como:

  • 1 – Levar uma vida moral.
  • 2 – Estar atento e consciente aos seus pensamentos e ações.
  • 3 – Desenvolver a sabedoria e o entendimento.

A palavra budismo vem de “budhi”, e significa despertar. Quando a crença chegou ao Japão, Coréia e China no século VI, sua mensagem filosófica sofisticada foi difícil para a maioria dos japoneses de entender. Uma pequena elite foi, então, aprender chinês (primeira língua escrita do Japão) e alguns deles começaram a estudar textos budistas chineses, como estudiosos e membros do clero. No entanto, a maioria dos japoneses foi atraída primeiramente pela arte budista e pela possibilidade de laços mais estreitos com a civilização avançada da China, onde o budismo já tinha se espalhado. 

Confucionismo

Como o budismo, o confucionismo também entrou no Japão a partir de Coréia do Sul e China. A tradição foi fundada na China por Confúcio (551-479 aC), cujos ensinamentos foram passados ​​para a posteridade pelos seus discípulos nos Analectos de Confúcio. Tendo vivido em uma época de agitação política, Confúcio tentou levar o mundo de volta para a paz e a estabilidade, incentivando as pessoas a cultivar a virtude.

Ele enfatizava, em especial, o respeito pelos pais e anciãos, decoro ou conduta adequada, dever, lealdade, aprendizagem e benevolência. O confucionismo se tornou conhecido pelos japoneses do século 6 em diante. Na época, os japoneses estavam vivendo um período de caos político, e a nova família guerreira que assumiu o poder, os Tokugawa, viu o valor dos ensinamentos de Confúcio, juntamente com o Budismo e o Xintoísmo, em seu esforço para estabelecer uma paz duradoura.

O governo Tokugawa, então, criou uma escola de Confúcio, a “Escola da Paz Próspera”. Vários professores criaram um código de ética especial para a classe guerreira, com ênfase na disciplina, o amor pelo país, e os valores confucionistas de piedade, lealdade, dedicação ao dever e aprendizagem. Tais valores e atitudes foram espalhados por toda a sociedade japonesa por professores populares como Baigan Ishida (1685-1744), que ensinaram uma mistura de Confucionismo, Budismo e Xintoísmo. 

O Cristianismo e as Novas Religiões do Japão

Dois outros componentes notáveis ​​da tradição religiosa japonesa são: o cristianismo e as novas religiões. O cristianismo entrou no Japão pela primeira vez no século XVI, quando o catolicismo foi introduzido em 1549. Ela ganhou alguns seguidores na época, e a família Tokugawa, que governava o país, proibiu o cristianismo no século XVII. Após o colapso do controle Tokugawa e a abertura do Japão ao mundo, durante o período Meiji (1868-1914), o Cristianismo foi novamente introduzido por missionários protestantes.

Os missionários e professores cristãos construíram escolas e hospitais e foram um importante meio de conhecimento do Ocidente. Eles também deram uma atenção especial às necessidades das mulheres e dos trabalhadores. No entanto, neste período, os chamados cristãos não chegavam a mais do que um por cento da população japonesa. 

As chamadas novas religiões do Japão surgiram aos milhares nos séculos XIX e XX. Esses grupos tendem a compartilhar certo número de características em comum. Eles geralmente têm um líder carismático que superou dificuldades. Eles tendem a prometer benefícios concretos, como a saúde, a riqueza e a solução para os problemas da família. Embora possam ter uma associação primária com o xintoísmo ou budismo, eles, muitas vezes, misturam elementos de várias religiões.

Os seguidores dessas chamadas “novas religiões” tendem a ser críticos com as instituições religiosas mais antigas. Alguns observadores das novas religiões estimam que um quarto da população japonesa já teve algum tipo de envolvimento com tais crenças. No entanto, grande parte da população tem apenas contato ocasional com instituições religiosas em situações como casamentos, funerais ou festividades religiosas. 

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Categoria(s) do artigo:
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