A primeira religião a chegar ao Brasil foi o catolicismo romano trazido pelos europeus, sobretudo pelos portugueses, no período da colonização. Missionários jesuítas acompanhavam os exploradores em suas missões nos novos territórios com o objetivo de converter os povos locais a Igreja Católica.
Desde o século 16 a religião católica tem grande influência em aspectos sociais, políticos e culturais do Brasil embora o Estado seja laico. De acordo com a legislação brasileira é proibida qualquer manifestação de intolerância contra qualquer religião. Majoritariamente a população brasileira é cristã, cerca de 87% e nesse universo há 64,4% de adeptos do catolicismo romano. Que tal saber mais sobre a evolução do catolicismo no Brasil?
A História do Catolicismo Romano no Brasil
Desde o século 16 a principal religião praticada no Brasil é o catolicismo romano tendo sido introduzida pelos portugueses com o auxílio de missionários jesuítas. Uma curiosidade é que o Brasil é o maior país do mundo em número de católicos nominais, em torno de 64,4% da população se declara adepta dessa religião.
Ao longo do século 20 o interesse pelo catolicismo romano entrou em declínio com o crescimento do número de indivíduos que se declarava como ‘católico não praticante’. No ano de 2007 uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas deu conta de que num período de mais de 130 anos em queda de adeptos houve finalmente uma estagnação no número de católicos em território nacional. Contudo, conforme Censo realizado pelo IBGE entre os anos de 2000 e 2010 o número de católicos foi drasticamente reduzido, a religião chegou a perder o equivalente a população da cidade de Curitiba.
O maior número de católicos está concentrado nas regiões Nordeste (72,2% da população) e Sul (70,1% da população). A região centro-oeste é a que concentra o menor número de católicos proporcionalmente a sua população. Em termos de estados o Piauí é o que concentra a maior proporção de católicos, em torno de 85,1% e o Rio de Janeiro é a que tem a menor proporção em torno de 45,8%.
Tradições Populares do Catolicismo no Brasil
Uma das principais tradições populares ligadas ao catolicismo no Brasil é a peregrinação à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, São Paulo. Para se ter uma ideia esse é o quarto santuário dedicado a Nossa Senhora mais visitado do mundo, tem capacidade para abrigar até 45 mil fiéis. É interessante destacar que Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil.
Há ainda algumas festas bastante tradicionais como o Círio de Nazaré, Festa do Divino Pai Eterno (conhecida como Romaria de Trindade em Goiás), Festa do Divino e a Romaria de Nossa Senhora Medianeira que acontece todos os anos no segundo domingo de novembro na cidade de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul.
Protestantismo
O segundo maior segmento religioso do Brasil é o protestantismo com destaque para as igrejas evangélicas que detém 59,8 milhões de fiéis, isso é equivalente a um sexto de toda a população do país. Aparecem na lista de denominações protestantes do Brasil os batistas (em torno de 3,7 milhões), adventistas do sétimo dia (cerca de 1,5 milhão), presbiterianos (em torno de 1,5 milhão), luteranos (quase 1 milhão) e metodistas (aproximadamente 340 mil).
Os grupos evangélicos (ou pentecostais ou neopentecostais) com maior número de adeptos são Assembleia de Deus (com aproximadamente 12,3 milhões) que está bem a frente da segunda colocada, Congregação Cristã no Brasil, (com em torno de 2,3 milhões). A Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja do Evangelho Quadrangular tem cada uma cerca de 1,8 milhão.
A História do Protestantismo no Brasil
Nos últimos anos houve um grande crescimento das religiões cristãs protestantes no Brasil, tanto que no período entre 2000 e 2010 o número de seguidores cresceu em torno de 61%. Durante o período de colonização do Brasil houve as primeiras tentativas de difundir o protestantismo por aqui através dos huguenotes (nomenclatura dada aos reformados franceses) no período colonial.
No ano de 1557, João Calvino, enviou uma missão francesa às ilhas da Baía de Guanabara com o objetivo de difundir o protestantismo e assim se fundou a França Antártica. No ano de 1808 a família real portuguesa se mudou para o Brasil e com sua chegada abriu os portos para as nações amigas através do Tratado de Comércio e Navegação. Em 1811 a comerciantes ingleses abriram a primeira Igreja Anglicana do Brasil com funcionamento contínuo.
Outras igrejas protestantes foram abertas ao longo dos anos por imigrantes de outras nacionalidades como os alemães que trouxeram a Igreja Luterana no ano de 1824 e os americanos que trouxeram a Igreja Batista no ano de 1871 além da Metodista e da Adventista no ano de 1890. No ano de 1855 o missionário escocês Robert Kalley trouxe para o Brasil a Igreja Congrecional e no ano de 1859 foi à vez do missionário norte-americano Ashbel Green Simonton trazer para território nacional a Igreja Presbiteriana no ano de 1859.
Mas, e os Índios?
Provavelmente muitas pessoas estão se questionando a respeito da existência de manifestações religiosas dos povos indígenas antes da chegada dos portugueses. Os povos indígenas que habitavam essas terras infelizmente não tinham nenhum sistema de escrita e transmitiam seus conhecimentos e cultura por meio da oralidade.
O pouco que se sabe a respeito desses grupos indígenas se deve a registros feitos pelos europeus com destaque para os livros do alemão Hans Staden e as obras do francês Jean de Lery.
Esses dois viajantes conviveram com os índios por volta de 1550 e registraram alguns tópicos interessantes a respeito do estilo de vida indígena desde questões menores como vestes e adornos até alguns detalhes de suas crenças religiosas.
Principais Crenças Indígenas
De forma geral os índios tinham a crença em duas entidades supremas, Monan e Maíra. Os indígenas acreditavam que essas duas entidades eram as responsáveis pela criação de todo o universo. Juntamente as entidades criadoras de tudo existia Tupã, aquele que seria o responsável por destruir o mundo inevitavelmente, aliás, como já havia acontecido antes.
Os índios também acreditavam que existia vida após a morte, o espírito do falecido fazia uma viagem para o Guajupiá que era um tipo de paraíso em que estavam os seus ancestrais e no qual a vida era eterna. Um dos componentes da tradição de crenças religiosas indígenas era a antropofagia, ou seja, se alimentar de outros humanos.
Alguns especialistas acreditam que se tratava de um ritual de preparação de quem morria para fazer a viagem para a vida eterna, no entanto, há também uma vertente de estudiosos que acredita que era uma forma de reverenciar os antepassados e fazer justiça para os componentes da aldeia que morreram em combate. Quando ocorria uma batalha com uma tribo inimiga o final consistia num ritual com danças preparatórias para o momento de devorar os prisioneiros inimigos.