A ideia de Deus é diferente entre as religiões, mas uma coisa parece ser constante para a maior parte delas. Muito se mata em nome de Deus, embora, as principais religiões que tem base no politeísmo (acreditam em somente um Deus) como a religião Católica, Islâmica e Judaica preguem a paz acima de qualquer coisa ainda existe uma série de conflitos.
A pergunta que a humanidade se faz ao longo da história é se o Deus dessas religiões prega a bondade e o amor como podem acontecer episódios de verdadeiras carnificinas que parecem apenas evoluir em grau de mortalidade e crueldade ao longo do tempo?
Monoteísmo – Crença em Apenas UM Deus
Em parte podemos entender que uma crença monoteísta tende a ser um tanto mais intolerante com as demais. Observe que numa crença em que apenas o “meu” Deus é verdadeiro como posso acreditar que o Deus de outra pessoa também é? Se o Deus do outro é falso, porque somente o meu é verdadeiro, logo ele é um infiel.
Embora existam grandes diferenças entre as religiões monoteístas uma coisa elas tem em comum, seu Deus é exclusivo. Obviamente com a difusão da informação, a internet e o intenso trabalho de conscientização que é feito, boa parte das pessoas já conseguem ter a sua religião respeitando a religião dos outros. O problema que atravessou séculos na história do mundo é que nem todo mundo consegue manter o respeito pela religião alheia.
Alguns Episódios Históricos de Mortes em Nome de Deus
Judeus – Responsabilizados pela Morte de Jesus
Historicamente, os Judeus foram os primeiros a estabelecer uma aliança diretamente com Deus. Porém, isso não perdurou uma vez que no século 4 a Igreja Católica sob a figura de patriarcas como João Crisóstomo declararam que o judeus seriam filhos do Diabo e os responsáveis pela morte de Jesus. Essa acusação apenas foi retirada em 1965. Durante a época da Inquisição muitos judeus foram queimados nas fogueiras enquanto outros se converteram as pressas a fé católica.
Marcha da Conquista do Islã
O século 7 assistiu a uma verdadeira marcha dos exércitos islâmicos de Maomé que partiam da Arábia com o objetivo de invadir o Oriente Médio, Espanha e região norte da África. O interessante de observar é que esses exércitos não tinham o objetivo de conquista, no sentido imperialista tão comum no ocidente. Esses exércitos tinham como missão dar fim aos chamados “povos do livro”, ou seja, aqueles que tinham fé cristã.
A luta se estendeu por séculos e fez com que em reação o Papa Urbano 2° comandasse as Cruzadas que objetivavam recuperar a chamada Terra Santa. O problema é que as cruzadas acabaram resultando muito mais em pessoas mortas e cenas de horror do que propriamente em algum resultado. Muitos morreram em nome de Deus dos dois lados.
Antissemitismo na História e o Holocausto
Os judeus enfrentaram muitos preconceitos ao longo da história mundial, o ápice das dificuldades com certeza foi o Holocausto que tinha na figura de Adolf Hitler o seu comandante. Contudo, se observarmos não foi no século passado que o antissemitismo ganhou força ou foi criado, embora tenha sido na época da Segunda Guerra Mundial que tenha feito a maior quantia de vítimas.
Como exemplo podemos citar o 4° Concílio de Latrão em que se estabeleceu que os judeus não poderiam ocupar cargos públicos e ainda precisavam usar uma identificação de sua religião em suas vestes. Isso aconteceu em 1215 e foi novamente visto nos duros anos em que a Alemanha esteve sob o comando de Hitler. O antissemitismo não é algo entranhado apenas no nazismo, mas também num longo histórico de mitos e preconceitos.
Conflito Persistente nos Bálcãs
As mortes em nome de Deus além das vítimas de momento criam uma enorme linha de outras vítimas que são feitas por décadas. Um exemplo muito claro disso é a situação conflituosa que existe na região dos Bálcãs e que marcou os anos 1990. Tudo começou muito antes, no século 14 a região foi invadida pelos turcos-otomanos que fora os responsáveis pelo último grande império muçulmano.
As pessoas que moravam na região que foi invadida puderam manter a fé no seu Deus, mas não tinham direitos como os que eram vistos como fiéis, ou seja, os muçulmanos. Dessa forma alguns residentes resolveram se converter e assim os descendentes desses muçulmanos (que também são muçulmanos) são vistos como os traidores pelos sérvios que são cristãos ortodoxos.
A fé dos sérvios cristãos foi insuflada nos discursos realizados pelo líder na nação sérvia, Slobodan Milosevic, em 1989. Com isso começou uma grande batalha que resultou em muitas mortes em nome de Deus. Um conflito territorial se tornou um conflito de duas religiões e até hoje faz vítimas.
O Fundamentalismo Terrorista
Em nosso breve histórico de mortes em nome de Deus não poderíamos não discutir um dos temas mais atuais, o fundamentalista terrorista que ocupa os nossos noticiários com acontecimentos terríveis e que tiram a fé na humanidade. Especialistas alertam que não se pode confundir a religião islâmica com terrorismo, pois em nenhuma parte do Alcorão está escrito que homens e mulheres devem tirar a vida dos seus semelhantes.
Muitas pessoas se apropriam da religião para justificar atos injustificáveis que são produtos de sua intolerância vazia. Em parte os fundamentalistas apenas rejeitam o estilo de vida moderno e ocidental. O problema está na forma amoral como os ocidentais estão se comportando. O perigo começa quando essa rejeição se torna motivação para a violência.
Atentados
Infelizmente nos últimos tempos muitos atentados tem se destacado na mídia como, por exemplo, o ataque realizado na redação do jornal Charlie Hebdo no dia 7 de janeiro de 2015 em Paris, França. O mesmo país assistiu pasmo a uma série de ataques em novembro de 2015 em que o Estado Islâmico chamava a atenção para o seu desejo de acabar com os pecadores ocidentais.
Outras ações isoladas, que não podem ser necessariamente classificadas como terrorismo promovido pelo Estado Islâmico, tem assustado o mundo. Podemos citar o tiroteio realizado por um homem com inclinações fundamentalistas numa boate LGBT de Orlando, Estados Unidos. Parece que nunca deixaremos de assistir mortes em nome de Deus.