O candomblé é uma religião que foi criada pelos africanos que foram trazidos ao Brasil como escravos por volta do século 16. Os seguidores do candomblé estão localizados principalmente no Brasil, mas existem adeptos também na América Central e do Sul e Europa, em países, como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. Há, aproximadamente, 2 milhões de seguidores da religião africana em todo o mundo.
Práticas do Candomblé
Os adeptos do Candomblé realizam a adoração aos Orixás, que são incorporados por eles. Os candomblecistas também realizam vários sacrifícios aos espíritos e os invocam pedindo a cura.
Alguns dos orixás são os tradicionais santos católicos que recebem um nome diferente. Os sociólogos acreditam que este é um resultado do sincretismo religioso, que mistura religiões trazidas da África com os ensinamentos dos missionários católicos no Brasil.
As tradições do Candomblé envolvem celebrações, sacrifício de animais e possessão espiritual. É comum que os sacerdotes invoquem espíritos e os incorporem, muitas vezes sucumbindo fisicamente ao seu controle, enquanto a música toca e as pessoas dançam.
Crenças do Candomblé
O candomblé é uma religião politeísta, ou seja, acredita em vários deuses. Existe um deus principal, de acordo com o candomblé, que é chamado Olodumare (também conhecido como Olorum). Os deusos muitas vezes são atribuídos a espíritos de religiões africanas e santos católicos.
Há também um ramo do Candomblé que tem forte influência islâmica, que vem de escravos que foram trazidos para o Brasil do Norte de África num momento em que o Islã havia dominadp a região. Os que aderem a este ramo, têm crenças e práticas diferentes de outros candomblecistas. Eles interagem com diferentes espíritos, têm diferentes dias santos e se vestem de forma semelhante aos muçulmanos no Oriente Médio.
Os Terreiros do Candomblé
Assim como na Umbanda, as cerimônias do candomblé são realizadas nos chamados terreiros. Os “templos” são, muitas vezes, as casas dos próprios adeptos. Dentro delas é possível encontrar santuários e altares para vários espíritos. Os templos são liderados por sacerdotes e sacerdotisas.
O nome terreiro é uma referência aos locais em que as cerimônias eram realizadas no início da religião, que eram áreas com terra batida. Atualmente, são locais normais, com chão de cimento como em igrejas, por exemplo, mas o nome permaneceu por uma questão cultural.
Curiosidades Sobre o Candomblé
- Candomblé significa “dança em honra dos deuses”. Por isso, a dança e a música desempenham papéis importantes na religião.
- Até a década de 70, os africanos eram perseguidos se fossem pegos praticando o Candomblé.
- Para muitos africanos, o Candomblé não é apenas uma religião, mas também uma identidade cultural.
- Alguns seguidores querem retirar os elementos do cristianismo da religião e levá-la de volta à sua forma pura.
- O conceito do bem e do mal não existe para os seguidores de candomblé. No entanto, para eles, fazer o mal tem suas consequências. O objetivo de cada pessoa é cuidar do seu destino, que é controlado pelo orixá.
- Cada orixá está ligado a uma força na natureza, incluindo um determinado alimento, animal, etc.
- A personalidade de uma pessoa é um reflexo de seu orixá.
- As mulheres desempenham um papel significativo no Candomblé e são chamadas de mães do santo.
- Os seguidores do candomblé entram no terreiro com roupas limpas. Eles também jogar água em si mesmos antes de entrar para que retirem as impurezas do mundo exterior.
O Preconceito Contra o Candomblé e Outas Religiões Africanas
Embora o candomblé e outras religiões trazidas pelos escravos façam parte da cultura brasileira, o preconceito ainda é bastante grande no país. A principal causa é a falta de informação, já que nas escolas o tema não é debatido e muitas instituições ainda são pautadas com base no ensino religioso católico, ignorando o fato de que o Brasil é um estado laico, ou seja, não tem religião definida, e cada um tem liberdade para escolher suas crenças.
Poucos sabem que os temidos orixás nada mais são do que os santos católicos, porém chamados de outra forma. Alguns exemplos são:
- Ogum: São Jorge
- Oxossi: São Sebastião
- Ossaim: São Roque
- Obaluaiê: São Lázaro
- Ewá: Nossa Senhora das Neves
- Xangô: São Francisco de Assis
- Oxum: Nossa Senhora Aparecida
- Oxalá: Jesus Cristo
Como se pode ver, são apenas novos nomes para figuras já conhecidas, resultado da mistura de crenças que ocorreu quando os escravos chegaram ao Brasil e foram, assim como os índios, catequizados e obrigados a seguir a religião católica. Então, eles uniram o que eles acreditavam com o que lhes foi ensinada e deram origem a uma nova crença.