A palavra adoração tem origem no termo latino adoratione e se refere a ter um amor intenso, podendo ou não ser de conotação religiosa, nesse artigo vamos focar nesse segundo sentido. Adorar tem relação a ter respeito, cumprir reverência, admirar fortemente ou ainda ser devoto a um lugar, coisa ou pessoa. Num contexto de pintura indica a adoração dos Reis Magos ao menino Jesus Cristo.
Adoração no Sentido Religioso
Adorar dentro do contexto religioso significa reconhecer com humildade e de forma indiscutível que Deus é sublime sobre todas as criaturas.
Adoração na Roma Antiga
A adoração era uma forma de culto ou homenagem, na Roma Antiga, que primeiramente era dedicada aos deuses através de beijos nos pés e joelhos de suas imagens. Depois o culto e reverência de adoração passou a ser dedicado aos monarcas, os indivíduos costumavam se curvar ou ajoelhar diante dos reis gregos e romanos.
Adoração no Antigo Testamento e Judaísmo
A adoração era praticada por judeus na época do Antigo Testamento e era dirigida somente a Javé, o Deus de Israel. O nome do Deus Eterno significa algo como “Eu Sou Aquele que Sou”. Nesse mesmo período em regiões vizinhas a Israel havia povos, considerados pagãos, que prestavam adoração para outros deuses, normalmente sob a forma de esculturas.
Os judeus buscavam se afastar dos povos pagãos para não se ‘contaminar’ com seus hábitos de adoração a diversos deuses. A adoração pagã já se resumia em si, no entanto, mesmo assim os indivíduos desses povos desenvolveram rituais como os de se ajoelhar diante de imagens que representavam seus deuses beijando-lhes. Os atos diante das imagens não eram a adoração em si, mas sim uma forma de complemento.
Ídolos
Os deuses pagãos mencionados no Antigo Testamento eram representados por ídolos, de maneira geral esculturas. Porém, cabe dizer que todo ídolo é uma imagem de escultura, mas nem toda imagem de escultura se constitui num ídolo. Para que fique mais claro podemos exemplificar através dos anjos querubins e a Serpente de Bronze, que o Deus do Antigo Testamento, pediu que o povo de Israel confeccionasse para ornamentar a tampa da Arca da Aliança. Essas imagens eram esculturas, mas não eram ídolos.
Diferente das esculturas citadas acima podemos mencionar as figuras de Baal e Dagom que eram ídolos uma vez que recebiam o culto dos pagãos em substituição ao Deus de Israel. Os judeus consideravam essas imagens como falsos deuses haja vista que sua religião é monoteísta.
Adoração na Igreja Católica
Na Igreja Católica a adoração assume inúmeras formas sendo a mais simples delas a adoração ao próprio Deus. Outra forma de adoração é a eucarística em que os católicos creem na transubstanciação em que o pão e o vinho se convertem no corpo e sangue de Jesus Cristo, respectivamente. Logo é uma forma de adoração a Jesus Cristo, uma maneira de relembrar o sacrifício feito por ele em nome da humanidade.
A adoração a Deus é também chamada de latria e consiste no reconhecimento do respeito e submissão total as vontades Dele. Os católicos compreendem que nada seriam sem Deus uma vez que foi Ele quem os criou e tudo o que está a sua volta. Adorar a Deus significa ser grato e realizar grandes atos em seu Nome. No contexto católico a adoração a Deus permite que o homem se feche para uma adoração a si mesmo ficando dessa forma livre do pecado e da idolatria do mundo.
Latria, Dulia e Hiperdulia: Diferentes Formas de Culto na Igreja Católica
A Igreja Católica reconhece três formas de cultos: latria, dulia e hiperdulia. A seguir explicaremos um pouco mais sobre cada um deles.
Latria
Palavra que vem do grego “latreuo” e que significa adorar, a adoração é dedicada somente a Deus. Dessa forma a latria é restrita a Deus e a Cristo que é Deus na forma de homem e o Salvador. Jesus instituiu que somente a Deus se deveria prestar culto. Representou um grande marco a instituição da Festa de Corpus Christi pelo Papa Urbano VI como a adoração ao Santíssimo Sacramento.
Dulia
Originário da palavra grega “douleuo” significa honra e veneração. A veneração da dulia é dedicada aos santos, indivíduos que agiram de forma heroica ou realizaram milagres, de maneira que foram enviados para o altar. A exceção é o Patriarca São José, considerado o primeiro santo, e a quem se dedica a protodulia que indica uma veneração mais extremada, mas que não se compara a latria ou a hiperdulia (veneração dedicada a Virgem Maria).
O culto aos santos tem sua origem no sofrimento dos mártires, indivíduos que se submeteram a grande sofrimento em defesa de sua fé. A celebração dos santos acontece em seus dies natalis que nada mais é do que o dia do seu martírio em que eles nasceram para toda a eternidade. As celebrações mais relevantes de santos é a de São José, a de São João Batista, dos Apóstolos Pedro e Paulo e a de Todos os Santos.
Hiperdulia
Palavra composta pela combinação de grego: hyper, acima de; douleuo, honra significando acima do culto de honra, mas que não é o mesmo que a adoração dedicada a Deus. Trata-se do culto especial a Maria Santíssima que é a Mãe de Deus, somente a Ela se dedica a hiperdulia. Surgiu da percepção da necessidade de elevar o culto a Virgem Maria a uma posição de mais privilégio. Sendo assim tem seu culto acima dos demais santos, mas sem ser mais elevado do que a latria.
Essa forma de culto especial a Virgem Maria foi determinada no Concílio de Éfeso, em 431, e representa um marco na devoção mariana. Nesse momento foi reconhecida a maternidade divina de Maria. No Concílio Vaticano II, em 1962, se afirmou que Maria recebeu a anunciação de um anjo de que teria o filho de Deus. Logo ela foi reconhecida como a verdadeira mãe do grande Salvador. Maria teve sua missão e vínculo indissolúvel com Jesus reconhecido.
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