A religião é, para muitos, uma das coisas mais importantes de todo o mundo. Isso porque as diversas doutrinas e seitas que existem têm influências diretas na vida em sociedade, bem como na vida individual. Isso pode ser observado nas diversas manifestações de cunho religioso espalhados pelo planeta, como as peregrinações por locais sagrados para determinadas religiões, ou festas e eventos relacionados a alguma religião específica.
Nesta variedade de religiões, existem aquelas que são mais conhecidas e, obviamente, que têm maior adesão entre as pessoas, onde podemos destacar os católicos, os islâmicos, judeus, evangélicos, entre outros.
Em se tratando de Cristianismo, várias são as vertentes dessa doutrina, que incluem os católicos, evangélicos e ortodoxos. Vamos falar, nesse artigo, de modo especial, dos evangélicos, que são o centro da Igreja Assembleia de Deus. Vamos conhecê-la?
A Fundação da Igreja Assembleia de Deus
A Igreja Assembleia de Deus é, como já é de conhecimento, uma instituição evangélica cristã, sendo que ela é a maior congregação, tanto pentecostal quanto evangélica, de todo o território Brasileiro, onde cerca de 66 milhões de brasileiros são adeptos da doutrina da Assembleia de Deus (ou 33% da população do país). O pastor José Wellington Bezerra da Costa é o presidente da Igreja no Brasil, que também tem como mandatário o Bispo Manoel Ferreira.
A fundação da Igreja Assembleia de Deus se deu, quase que simultaneamente, nos EUA (origem no ano de 1914) e no Brasil (origem no ano de 1911), sendo unidas pela Associação Mundial da Assembleia de Deus (nos confins da década de 1980).
Como uma tradicional Igreja de ordem pentecostal, a Assembleia de Deus tem crença no batismo por meio do Espírito Santo, além do êxtase de Jesus Cristo perante a igreja, e os paradigmas envolvendo a Santa Trindade.
A chegada da Instituição a países como Brasil e Estados Unidos é fruto de uma grande organização missionária por todos os continentes, que, segundo a Igreja, era um meio muito mais eficaz de se espalhar a palavra de Deus pelo mundo, aumentando, assim, o Reino Divino pelo planeta.
Os Primeiros Movimentos Pentecostais
Os percalços para a fundação das Igrejas Pentecostais tiveram início no primeiro ano do século XX, ou seja, no longínquo ano de 1901. Foi durante uma reunião de oradores de uma escola bíblica que fica em Topeka, cidade que também é capital do estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Os oradores debatiam entre si que o diálogo em línguas facilitaria a difusão do evangelho para outras pessoas, considerando esse aspecto um sinal bíblico do Espírito Santo. Um homem chamado William J. Seymour, um pregador, foi chamado para assistir algumas aulas bíblicas do colégio de Topeka. Esse foi um acontecimento polêmico na época, pois, em plena segregação racial nos EUA, era a primeira vez que um negro (no caso, Seymour), era autorizado a assistir tais aulas religiosas.
Seymour, depois do aprendizado, foi o responsável pelo Avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles, na Califórnia, 5 anos mais tarde, em 1906. Tal Avivamento consiste em pregações religiosas combinadas com experiências espirituais e com uso de línguas diferentes das habituais. O acontecimento chamou a atenção de várias pessoas ao redor do mundo, e o movimento perdurou até o ano de 1915. Pode-se dizer que o Avivamento da Rua Azusa, liderado por Seymour, foi um dos impulsos para a ordem pentecostal no mundo todo, visto a quantidade de fiéis atraídos pelos cultos.
Depois do Avivamento, os pentecostais perceberam que os fiéis poderiam fazer muito nos dias que precedessem à suposta segunda aparição de Jesus Cristo, já que, inicialmente, os adeptos do pentecostalismo se viam apenas como preparadores de terreno para a volta de Cristo, sem considerar as outras virtudes que os quais também eram encarregados.
A História da Igreja Assembleia de Deus no Brasil
Em terras tupiniquins, a Assembleia de Deus teve início com a vinda dos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, ambos de nacionalidade sueca, vindos dos Estados Unidos até a capital do Pará, Belém, em meados do ano de 1910. Mas a pregação de ordem pentecostal não aconteceu de imediato; ao chegarem, começou a frequentar uma Igreja Batista, que era a Igreja a qual pertenciam primeiramente na Suécia. Somente depois propuseram aos ritos e doutrinas relacionados ao batismo do Espírito Santo com o falar em línguas distintas (espirituais).
Apesar de hoje estar bastante difundida no país, a nova doutrina teve um começo difícil. Na época, quando os dois missionários sugeriram os ritos, muitas pessoas gostaram e acataram; mas muitas outras rejeitaram. Por consequência, Berg e Vingren foram desligados de suas missões, fazendo com que os mesmos fundassem uma nova igreja em Belém: a Igreja da Missão de Fé Apostólica, que tinha semelhança com o movimento iniciado em Los Angeles poucos anos antes (entretanto, não havia qualquer relação de ordem administrativa com Seymour). Somente anos mais tarde, em 1918, Gunnar sugeriu que a igreja passasse a ter o nome de “Igreja Assembleia de Deus”, para manter um alinhamento com as demais igrejas dos Estados Unidos e do Mundo, que também adotaram esse nome, quase que no mesmo tempo que aqui no Brasil.
Depois da mudança de nome, a Assembleia de Deus avançou pelo Brasil adentro. Chegou ao Amazonas, depois de adentrar por todo o estado do Pará, passou pelo Nordeste, onde conseguiu fiéis que pertenciam às camadas sociais que menos dispunham de poder econômico. Nos idos do ano de 1922, a Assembleia de Deus finalmente chegava ao Sudeste.
Por conta da nacionalidade de seus fundadores, a Assembleia de Deus conseguiu herdar uma forte influência da Suécia, sendo crucial para o seu desenvolvimento e formação no Brasil. As Igrejas Pentecostais escandinavas, que mantinham os dois missionários do Brasil, passaram a mandar mais missionários para auxiliar nas pregações evangelistas e, também, angariar cada vez mais fiéis.
Hoje, no Brasil, a Assembleia de Deus passou por várias mudanças, entre elas podemos destacar as cisões na Igreja que deram origem a variados ministérios e convenções, que estão espalhadas pelas diversas regiões Brasileiras.
