A religião é um assunto que sempre desperta curiosidade e polêmica no mundo. Isso porque, o planeta é essencialmente religioso, sendo que a maior religião das mais de 3 mil existentes no planeta é o Cristianismo, seguido pelo Islamismo e, um pouco mais distante, pelo hinduísmo.
O Cristianismo, por sua vez, angaria cerca de 2,2 bilhões de fiéis, algo em torno de 30% da população mundial. Composto por várias vertentes distintas, entre as quais podemos destacar O catolicismo, o protestantismo e a Igreja Ortodoxa, a essência cristã é a crença em uma entidade divina, que, no caso, é Deus, e também em profetas, que seriam os anunciantes das palavras e dos mandamentos divinos. Dentre os profetas, o mais conhecido é Jesus, considerado filho de Deus, que veio à Terra com o propósito de ensinar e mostrar ao povo o verdadeiro caminho, que era o do amor e da compaixão para com os irmãos.
Apesar de a religião Cristã ser uma das mais conhecidas, existem muitas outras que estão crescendo com o passar do tempo, e um exemplo disso é a religião rastafári, que é o assunto do nosso artigo de hoje. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre os aspectos dessa religião, bem como algumas informações interessantes sobre ela. Vamos lá?
A Definição e a Origem da Religião Rastafári
A religião rastafári é uma doutrina messiânica originária da Jamaica que tem como intuito o retorno os princípios culturais africanos, tendo como o seu “messias” Haïlé Selassié, figura essa que governou o império da Etiópia dentre os anos de 1930 e 1974 (embora já tenha sido regente entre os anos de 1916 a 1930). Os adeptos da religião rastafári fazem uso recreativo da Cannabis, nome impopular para a maconha. O grande símbolo a religião rastafári são os cabelos, pois os fieis evitam cortá-los, o que resulta, geralmente, nos famosos “dreads”.
O nome “rastafári” tem origem no “ras” que significa “cabeça” ou “príncipe” e “Tafari” que tem por significado “da paz”. Aliás, Rastafari Makonnen era o nome original de Hailé Selassié, antes de sua coroação como o imperador da Etiópia.
O movimento rastafári, como já se sabe, teve origem na Jamaica, e surgiu nos anos 1920, em meio a classe operária e camponesa. Alguns dos preceitos seguidos pelos rastafáris estão presentes na Bíblia, que é o livro sagrado para os cristãos com o maior número de vendagens no planeta inteiro, sendo que alguns desses ensinamentos foram repassados a ele por meio da Igreja Ortodoxa Etíope.
Alguns pesquisadores e historiadores renomados sugerem que a doutrina ganhou simpatizantes (e continua ganhado) pela história exploração que os negros sofreram, desde os tempos das Grandes Navegações até os dias de hoje. Aliado às condições sofridas pelos jamaicanos, tal religião tornou-se uma espécie de denúncia do sofrimento sofrido por eles, bem como uma forma de se livrar de tais abusos.
Calcula-se que cerca de 10% da população jamaicana já seja adepta da religião rastafári, sendo que, no começo do milênio, ou seja, em 2000, mais de um milhão de jamaicanos declaravam serem adeptos da doutrina. O cantor jamaicano Bob Marley é um dos causadores dessa avalanche religiosa, pois ele se declarava um rastafári. Os números exatos sobre os adeptos da doutrina rastafári são imprecisos pois muitas dos fiéis preferem não viver em locais com civilizações. Uma boa parte dos rastafáris é vegetariana, ou somente comem alguns tipos de carne. Alguns vivem sob os preceitos alimentares que estão presentes no Levítico e no Deuteronômio, volumes estes que estão presentes no Antigo Testamento da Bíblia. Por falar em Bíblia, o livro sagrado para os rastafáris se chama Hoy Piby.
Os Preceitos Rastafáris
A Religião Rastafári veio com o propósito de ser uma voz para os negros e jamaicanos que, há muitos séculos, eram maltratados por sua cor e por suas origens. A doutrina tem a intenção de mostrar aos negros que eles devem ter orgulho de sua raça e dos costumes africanos. Para embasarem tais ações, o movimento diz que todos passaram por lavagens cerebrais para esquecerem-se do quão glorioso foi o auge da população africana. Isso é comprovado, segundo eles, pelo não ensinamento da nação Etíope, africana que derrotou os italianos por duas vezes e foi uma das nações mais livres de toda a África.
Os brancos, ao colocarem os negros em navios com destino as novas terras descobertas, com o propósito de os fazerem escravos também tinha a intenção de mostrar aos negros que eles eram inferiores, humanos selvagens, e que os brancos tinham por missão ensiná-los a viver em sociedade, o que sabemos hoje que tudo não passou de pretexto para se ter mão de obra escrava em favor do lucro.
Para os rastafáris, viver na selva, em contato contínuo com a natureza, é uma maneira de relembrar os ancestrais africanos que viviam nas selvas, mostrando que o lugar do homem é, de fato, em meio às plantas e animais selvagens. As cores oficiais do movimento são o verde, o vermelho e o dourado, cores estas que fazem parte da bandeira da Etiópia.
A Relação dos Rastafáris com a Natureza
Como já dito anteriormente, os rastafári prezam muito pela boa relação entre o homem e a natureza, pois se presume que os homens todos pertencem a ela. E, a relação deles com a natureza é bastante polemizada por pessoas que não conhecem a doutrina a fundo.
Uma das polêmicas é o uso da ganja para fins recreativos. Para quem não conhece, ganja é o mesmo que cannabis, ou seja, a maconha. Alvo de polêmicas por todo o mundo, com vários movimentos pedindo a legalização do uso da maconha para fins recreativos e medicinais, entre o movimento rastafári o consumo da erva soa como normal. Uma reportagem exibida pelo Globo Repórter, em julho de 2016, mostrou a repórter Glória Maria experimentando a ganja, por ter ido até a Jamaica mostrar os costumes e culturas daquele povo, bem como dos rastafáris. Tal ação rendeu vários comentários e memes, na maioria, elogiando a posição tomada pela global.