A religião é um assunto que se apresenta como uma complexidade imensa. Isso porque muitas pessoas declaram ser seguidores de uma ou outra doutrina religiosa. Tanto é que a maior religião do mundo, o Cristianismo, conta com mais de 31% da população mundial em seu leque de seguidores (o que corresponde a pouco mais de 2,2 bilhões de pessoas) divido entre as suas três vertentes mais importantes, que são a católica, a protestante e a ortodoxa.
No Brasil, apesar de na Constituição de 1988 o país ser declaradamente “laico”, ou seja, não adotar nenhuma religião oficial, a presença destas no território é muito grande. O país é o maior em número de católicos cristãos do planeta, e também com um crescente número de protestantes. Tamanha é a sua importância que, até na política, há forte presença de movimentos religiosos.
Um dos nomes mais conhecidos na bancada religiosa do congresso é a de Eduardo Cunha, deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro e presidente da Câmara dos Deputados. Atualmente, encontra-se afastado de suas funções por uma determinação do Supremo Tribunal Federal, por seu suposto envolvimento em esquemas de corrupção.
Nesse artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre a vida do deputado e a sua relação com variados sites religiosos onde os domínios estão registrados em seu nome. Vamos lá?
Eduardo Cunha
Sendo seu nome completo Eduardo Cosentino da Cunha, o deputado nasceu em 29 de setembro de 1958, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de imigrantes italianos, Cunha, além de político, é economista e já trabalhou como radialista. Começou a trabalhar com 14 anos, sendo incialmente um corretor de seguros. Logo depois, como auditor e, em seguida, pensando em alavancar sua carreira, decidiu ingressar na faculdade de Economia, sendo que, depois de formado, prestou serviços à Xerox do Brasil, uma das referências mundiais em fotocópias e impressão de documentos.
Seus envolvimentos com a política começaram com trabalhos feitos por ele a candidatos do Partido Democrático Social (PDS) e o Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB), sendo este último o partido no qual Cunha está filiado atualmente.
Em 1989, ano de eleição que levou o candidato Fernando Collor a despachar no Palácio do Planalto, Cunha, afiliado ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN), depois de um convite feito pelo empresário Paulo César Farias, o PC Farias, integrou o comitê que ajudava na preparação do candidato Collor ao pleito.
Curiosamente, Cunha foi o responsável pela impugnação da candidatura do apresentador mais famoso do Brasil, Silvio Santos, à presidência da República. Eduardo descobriu algumas falhas na campanha de Sílvio que poderiam inviabilizar a sua candidatura, e assim o fez. Pesquisas da época indicavam que, se Sílvio continuasse na disputa, certamente era ele que iria receber a faixa presidencial no ano de 1990.
Logo depois da chegada de Collor à Presidência, Cunha foi sondado para participar da equipe econômica do governo que seria chefiada por Zélia Cardoso. Tendo declinado do convite, Collor o nomeou, por sugestão de PC Farias, presidente da Telerj, estatal fluminense de telecomunicações.
Depois de irregularidades na assinatura de contratos e outros problemas, que, inclusive, levaram ao impeachment de Collor, Cunha foi acusado de se beneficiar de tais esquemas, o que foi negado por ele. Logo depois do processo de afastamento do presidente, o cargo de Cunha na Telerj foi exonerado, sendo a pasta assumida por José de Castro Ferreira, já no comando de Itamar Franco, em 1993, que assumiu a cadeira deixada por Collor no gabinete presidencial. Após deixar a presidência da Telerj, Cunha se filiou ao Partido Progressista Brasileiro (PPB, que é o atual PP).
Em 1998, ele lançou a sua candidatura a deputado estadual pelo Rio de Janeiro, mas não obteve grande expressão eleitoral: recebeu apenas quinze mil votos, o que garantiu a ele apenas suplência na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foi em 2002 que, de fato, conseguiu se eleger para uma cadeira na Câmara dos Deputados do Estado do Rio de Janeiro.
Logo no ano de 2006, já filiado ao PMDB, se elegeu deputado federal, com a expressiva marca de mais de 130 mil votos. Conseguiu a reeleição em 2010, ultrapassando os 150 mil votos, e também em 2014, sendo que, em 2015, foi eleito para ocupar o cargo de presidente da Câmara, cargo no qual hoje está afastado (e também do mandato de deputado federal), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski. Contudo, o mandato de presidente da câmara e de deputado federal não foi cassado, sendo apenas decretado o afastamento de Cunha das suas funções na câmara.
A Relação de Cunha Com Sites Religiosos
Como já mencionado no início desse artigo, Eduardo Cunha é um dos principais nomes da bancada religiosa evangélica na câmara, onde há vários outros com ideais religiosos. Tamanho é o seu fervor pela religião, que Cunha mantém em seu nome quase 300 domínios de sites, sendo que cerca de 180 remetem a questões religiosas.
Alguns dos domínios religiosos de Cunha estão nomes como “jesus” e “facebook”. Um exemplo são os endereços jesusfacebook.com e facebookjesus.com. O mais curioso é que somente um desses quase trezentos sites está em funcionamento atualmente, que é o portal oficial do deputado, onde são mostradas notícias sobre Cunha e suas propostas como deputado.
Manter tais domínios é um costume que vem cada dia mais conquistando adeptos. O preço para que tais domínios sejam registrados em nome de uma pessoa é de 30 reais por ano. Ou seja, Cunha gasta entre 7 a 8 mil reais por ano para manter em seu nome tais sites. Tal prática é conhecida por pessoas que desejam reservar os domínios para o futuro ou por, simplesmente, não quererem que outras pessoas possam tornar-se proprietárias deles.
Pode-se especular que Cunha pretenda, num futuro próximo, colocar esses sites em funcionamento, já que alguns domínios têm clara referência a compras on-line. Ou pode ser, como já dito anteriormente, a proibição do uso de tais domínios por outras pessoas.