O fundador do Budismo foi Buda Shakyamuni, que viveu e ensinou na Índia há cerca de dois mil e quinhentos anos. Desde então, milhões de pessoas ao redor do mundo têm seguido o seu caminho espiritual. O estilo de vida budista com foco na paz, na bondade e na sabedoria é tão relevante hoje em dia como era na antiga Índia.
Buda dizia que todos os nossos problemas e sofrimentos surgem de estados confusos e negativos da mente, e que toda a nossa felicidade e boa sorte surgem de estados pacíficos e positivos da mente, ou seja, tudo depende de nós. Ele ensinou métodos para superar gradualmente em nossas mentes negativas sentimentos como raiva, inveja e ignorância, e desenvolver sentimentos positivos, como amor, compaixão e sabedoria.
Por meio dos ensinamentos de Buda podemos chegar a experimentar a paz e a felicidade duradoura. Esses métodos funcionam para qualquer um, em qualquer país, em qualquer idade. Uma vez que nós ganhamos experiência em tais métodos, podemos passá-los para os outros para que eles também possam desfrutar dos mesmos benefícios.
História do Budismo
O fundador do Budismo é Buda Shakyamuni. Ele nasceu como um príncipe real no ano de 624 aC, em um lugar chamado Lumbini, que era originalmente no norte da Índia, mas que agora faz parte do Nepal. “Shakya” é o nome da família real em que ele nasceu, e “Muni” significa “Capaz”’.
Seus pais deram-lhe o nome de Siddhartha e havia muitas previsões maravilhosas sobre o seu futuro. Em seus primeiros anos, ele vivia como um príncipe no seu palácio real, mas quando ele tinha 29 anos, se retirou para a floresta onde seguiu uma vida espiritual de meditação. Depois de seis anos, alcançou a iluminação sob a árvore Bodhi em Bodh Gaya, na Índia.
Em toda a sua vida, Buda Shakyamuni compartilhou oitenta e quatro mil ensinamentos. Sua intenção ao fundar o Budismo era levar os seres para a libertação permanente do sofrimento. Ele percebeu que a libertação temporária do sofrimento e das dificuldades não era suficiente. Motivado pelo amor e compaixão, seu objetivo era ajudar os seres vivos encontrar a paz duradoura.
Crenças do Budismo
No budismo, a mente não é nem física, nem um subproduto de processos puramente físicos, mas sim uma entidade separada do corpo. Quando o corpo se desintegra na morte, a mente não cessa. O continuum de nossa mente muito sutil não tem começo nem fim, e é esse espírito que, quando completamente purificado, se transforma na mente onisciente de um Buda.
Cada ação que deixa uma marca em nossa mente muito sutil, e cada potencial kármico, eventualmente, dá origem a seu próprio efeito. Nossa mente é como um campo, e realizar ações é como semear sementes nesse campo. As ações positivas ou virtuosas semeiam as sementes da felicidade futura, e ações negativas ou não-virtuosas semeiam as sementes de sofrimento futuro. Esta relação definitiva entre as ações e seus efeitos – virtude causando felicidade e não virtude causando sofrimento – é conhecida como a “lei do karma”.
Depois que morremos nossa mente muito sutil deixa o corpo e entra no estado intermediário. Neste estado de sonho sutis que experimentamos, muitas visões diferentes surgem a partir dos potenciais kármicos que foram ativados no momento da nossa morte. Estas visões podem ser agradáveis ou negativas dependendo do karma. Uma vez que estas sementes kármicas estão plenamente amadurecidas, eles nos levam para o renascimento, sem ter o poder da escolha.
É importante compreender que nós não escolhemos nosso renascimento, mas renascemos de acordo com o nosso karma. Se um bom karma amadurece renascemos em um estado sorte, como um humano ou um deus, mas se o karma negativo amadurece renasceos em um estado mais baixo, como um animal, um fantasma faminto, ou um ser do inferno.
Este ciclo ininterrupto de morte e renascimento sem escolha é chamado de “existência cíclica”, ou samsara em sânscrito. Samsara é como uma roda gigante, às vezes levando-nos até reinos afortunados, às vezes para reinos inferiores.
Enquanto continuamos nesta roda vamos experimentar um ciclo incessante de sofrimento e insatisfação, e não teremos a oportunidade de experimentar a felicidade pura e duradoura. Ao praticar o caminho budista para a liberação e iluminação, no entanto, nós podemos liberar a nós mesmos do ciclo de renascimento descontrolado e atingir um estado de perfeita paz e liberdade.
Meditação
A meditação é o coração do estilo de vida budista. É, basicamente, um método para compreender e trabalhar em nossa própria mente. Em primeiro lugar, precisamos aprender a identificar os nossos diferentes estados mentais negativos conhecidos como “delírios”, e aprender como desenvolver estados mentais serenos e positivos ou “mentes virtuosas”.
Em seguida, na meditação podemos superar nossas ilusões, nos tornando familiarizados com mentes virtuosas. Fora da meditação, tentamos manter as mentes virtuosas que temos desenvolvido e usar a nossa sabedoria para resolver os problemas da vida cotidiana. Como a nossa mente se torna mais positiva, nossas ações se tornam mais construtivas, e nossa experiência de vida torna-se mais gratificante e benéfica para os outros.
Qualquer um pode aprender técnicas básicas de meditação e experimentar grandes benefícios, mas para progredir além da meditação básica é preciso acreditar nos Três Tesouros, que são Buda, Dharma e Sangha.
O Caminho Espiritual
Os ensinamentos de Buda revelam o caminho para a felicidade duradoura. Ao seguir este caminho, qualquer pessoa pode transformar gradualmente a sua mente de seu atual estado de confusão e para um estado centrado e de paz.
Todo ser vivo tem o potencial de se tornar um Buda, purificando completamente sua mente de todas as falhas e limitações e alcançando todas as boas qualidades da perfeição. Nossa mente é como um céu nublado, que, em essência, é claro e puro, mas que está encoberto pelas nuvens de ilusões.
Assim como as nuvens mais densas eventualmente dispersam, assim também até os delírios mais pesados podem ser removidos da nossa mente. Ilusões como o ódio, a ganância e a ignorância não são uma parte intrínseca da mente. Se aplicarmos os métodos apropriados elas podem ser completamente eliminadas, e, então, vamos experimentar a felicidade suprema da plena iluminação.
Tendo atingido a iluminação, teremos todas as qualidades necessárias – o amor universal, a compaixão, a sabedoria onisciente e o poder espiritual sem limites. Este é o objetivo final do budismo.