Até hoje a Igreja Católica já teve 266 Papas e dentre eles apenas cinco renunciaram, o mais recente foi Bento XVI. Qualquer pessoa batizada pode se tornar Papa, contudo, no caso de um leigo ou seminarista ser eleito ocorre a ordenação como sacerdote o mais rápido quanto possível e a posterior consagração como Bispo para poder entrar na linha hierárquica. O Papa é o Bispo de Roma.
A eleição realizada pelos cardeais tem como objetivo definir o Bispo de Roma que é o primeiro dentre os demais Bispos. Continue lendo para saber quais foram os principais Papas até os dias de hoje.
Conheça os Principais Papas da História
Até os dias de hoje houve 266 Papas sendo que dentre eles alguns nomes se destacam, confira a seguir quais são eles.
São Pedro
Simão Ben Jonas (nome de batismo) foi o primeiro Papa da história, ele viveu entre o século I a.C. e cerca de 67 d.C., seu papado durou 37 anos (30 a 67 d.C.). São Pedro era israelense e um dos apóstolos de Jesus. De acordo com a Bíblia Jesus disse ao apóstolo Simão: “Tu és Kepa (pedra ou Pedro) e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Após a morte de Jesus, Pedro, partiu em pregação por vários países até chegar a Roma onde deu início a primeira comunidade cristã.
Sua importância vai além de ter sido o primeiro Papa da história, os ‘deslizes’ de São Pedro (como ter negado Jesus três vezes e ter questionado a missão divina Dele) fez com que líderes religiosos posteriores tivessem sua infalibilidade questionada. Tanto a Igreja Ortodoxa (fundada em 1050) quanto a Protestante (fundada no século 16) usaram esses erros de Pedro como uma forma de questionar a autoridade do Papa.
Papa Melquíades I
Embora seu papado tenha durado apenas dois anos (311 a 314), Melquíades I, teve grande relevância para a Igreja Católica. Um dos motivos da relevância desse Papa é ter sido o primeiro de origem africana a ocupar esse posto. Melquíades I também foi o responsável pelo começo das negociações de paz que encerraram a perseguição do Império Romano contra os católicos.
Esse Papa se aproximou do imperador Constantino I conseguindo a liberdade religiosa para os cristãos. Como prova da boa relação o imperador romano concedeu um palácio para funcionar como a sede do governo cristão.
Os Papas residiram nesse palácio por 770 anos. É o atual Palácio de Latrão, no Vaticano. Foi Melquíades I que deu início a construção da Basílica de São João e a partir do seu papado que a religião católica passou a ser religião oficial de Roma.
Papa Silvestre I
De origem italiana, o Papa Silvestre, é bastante conhecido por aqui por causa da corrida de São Silvestre realizada em São Paulo todos os anos no dia 31 de dezembro (dia de sua morte). Seu papado durou 21 anos (314 a 335) e seu nome de batismo era mesmo Silvestre.
Mantendo uma boa relação com Constantino I, o Papa Silvestre, contribuiu muito para a expansão do catolicismo durante as primeiras décadas de paz com o Império Romano. Esse papado foi marcado por uma polêmica, o Papa Silvestre não participou do Concílio de Niceia (reunião na qual se definiu a doutrina oficial cristã) tendo apenas enviado emissários. Uma curiosidade é que esse foi o primeiro Papa a receber o status de santo sem ter enfrentado perseguições ou ser morto pelas suas crenças cristãs.
Papa Leão I, O Grande
Italiano, Leão Magno, demonstrou ser um religioso fervoroso desde muito jovem. Já trocava correspondências com o Papa Celestino I com apenas 30 anos de idade. Seu papado durante 21 anos (440 a 461) e foi marcado por sua grande capacidade de negociação.
Foi devido a essa habilidade que o Papa Leão I conseguiu convencer Átila, líder do povo huno, a não atacar Roma. Alguns anos mais tarde ele repetiu o feito evitando um ataque de vândalos a cidade dos fiéis católicos. Leão I defendia que Jesus tinha duas naturezas, a humano e a divina. Também foi o primeiro a declarar que os papas eram sucessores de São Pedro tendo total autoridade sobre todos os fiéis incluindo bispos poderosos.
Papa Júlio II
Giuliano della Rovere foi Papa durante 9 anos (1503 a 1513), de origem italiana alcançou o posto em decorrência da influência nepotista de seu tio, o Papa Sisto IV. Sua relevância está no fato de ter sido bastante polêmico.
O Papa Júlio II vendeu perdões (indulgências) para poder construir a nova basílica de São Pedro, tinha grande proximidade de artistas e teve inúmeras amantes. Inclusive teve uma filha. O teto da Capela Sistina foi pintado por Michelangelo durante esse papado.
Uma curiosidade é que foi esse Papa quem sancionou o Tratado de Tordesilhas, aquele que dividiu o mundo entre portugueses e espanhóis. Foi o Papa Júlio II quem expulsou a família Bórgia dos Estados Papais por ser seu adversário.
Papa Paulo III
O Papa Paulo III era italiano e tinha como nome de batismo Alessandro Farnese, seu papado durou 15 anos (1534 a 1549). Antes da ordenação papal já tinha quatro filhos ilegítimos com uma nobre italiana. Seu papado foi marcado pela tentativa de implementar reformas na Igreja. Paulo III tentava barrar a Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero.
Para tentar responder às críticas os protestantes, Paulo III, convocou o Concílio de Trento. Foi o responsável por estabelecer a Inquisição Romana e também foi esse Papa que excomungou o rei Henrique VIII. Essa ação foi que desencadeou na função da Igreja Anglicana na Inglaterra.
Michelangelo pintou a famosa cena “O Dia do Juízo Final” na Capela Sistina durante esse pontificado e como prova de seu desgosto retratou o Papa com uma serpente em volta do seu corpo e com orelhas visivelmente deformadas.
Papa Pio IX
Giovanni Maria Mastai-Ferretti foi Papa por 31 anos (1846 a 1878) com o nome de Pio IX. Adotando um discurso liberal – numa fase em que a Igreja estava dividida entre conservadores e reformistas – acabou realizando uma gestão mais conservadora. Em seu pontificado, Pio IX, estabeleceu o dogma da infalibilidade do Papa, isto é, o líder da Igreja está sempre certo porque age com a assistência sobrenatural do Espírito Santo.
Entrou para a história como um Papa controverso tendo agido contra o judaísmo, panteísmo, comunismo, racionalismo e o que mais considerasse fora das diretrizes católicas. No ano 2000 foi beatificado em meio a diversas controvérsias.
Papa João XXIII
Papa italiano cujo papado durou 4 anos (1958 a 1963), seu nome de batismo era Ângelo Giuseppe Roncalli. É considerado um dos melhores papas da história, no pouco tempo em que atuou como pontífice contribuiu com uma série de reformas na Igreja. Buscou pregar a respeito de tolerância e ecumenismo. Promoveu o diálogo com outras religiões.
Por pregar a liberdade foi acusado por católicos conservadores de ser herege e maçom. Após o fim da Segunda Guerra Mundial emitiu um documento sobre direitos fundamentais e dignidade para todos os seres humanos. Em 2000 foi beatificado e em 2014 canonizado.
Papa João Paulo II
O polonês Karol Józef Wojtyta foi o primeiro Papa não italiano em séculos, seu pontificado durou 26 anos (1978 a 2005). Antes de completar 21 anos de idade ele já havia perdido toda a sua família. Ele trabalhou como ator e roteirista antes de seguir pelo caminho da religião. Falava mais de dez idiomas e se formou doutor em teologia pela Universidade Católica de Lublin, na Polônia.
Viajou para mais de 120 países divulgando a fé católica e se tornou um dos líderes da Igreja Católica mais relevantes da história. Durante seu pontificado sofreu tentativas de assassinato e se envolveu em polêmica ao declarar ser contra o uso de métodos contraceptivos.
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