Nascido na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, no dia 22 de setembro de 1889, Vitor Coelho de Almeida que se tornou conhecido como o piedoso Padre Vitor Coelho tem uma trajetória bastante interessante. Diferentemente de outros religiosos proeminentes ele nem sempre teve comportamento dócil e preocupado com os semelhantes. Continue lendo e saiba como de uma criança problemática ele se tornou candidato à beatificação por sua trajetória abençoada.
Biografia de Padre Vitor Coelho de Almeida
Os pais de Padre Vitor eram Leão Coelho de Almeida e Maria Sebastiana Alves Moreira. O pai não era católico praticante, formou-se em artes decorativas em Paris, França e era natural de São João da Barra, Rio de Janeiro. A religiosidade entrou na vida de Leão Coelho quando ele conseguiu que seu filho ingressasse num excelente colégio católico, m 1911.
A mãe de Vitor era natural de Sacramento, Minas Gerais, e se casou no dia 20 de janeiro de 1897 na matriz da cidade. O casal teve cinco filhos, Maria Sebastiana faleceu ainda jovem devido à tuberculose. O pai trabalhou como professor primário na região do Triângulo Mineiro e passou a marca dos 90 anos de idade. Pode-se dizer que a mãe de Vitor foi uma inspiração para seu comportamento piedoso e meigo sendo essas as características mais marcantes dela.
A Infância de Padre Vitor Coelho de Almeida
O segundo filho de Maria Sebastiana e Leão Coelho tinha um comportamento bastante tumultuoso na sua infância tornando-se um problema para os pais. Quando tinha apenas 7 anos o pequeno Vitor esteve a beira morte por três dias. Com uma febre muito alta acabou tendo complicações nos pulmões.
Ao completar 8 anos de idade ele perdeu a mãe para a tuberculose, doença que também o acometeu e quase findou sua vida por duas vezes, a primeira em 1921 quando era estudante de Teologia na Alemanha e a segunda no ano de 1940 quando estava numa santa missão na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. O pai de Vitor não tinha como cria-lo sem a ajuda da Maria Sebastiana, pois trabalhava como professor na zona rural de Sacramento.
Como solução pediu auxílio para a avó materna do menino que não conseguia controla-lo. Ao longo do tempo foi se tornando uma criança arteira e cheia dos vícios da rua que aprendia com os maus elementos com quem andava. A segunda tentativa de emendar o garoto foi deixá-lo aos cuidados do primo que era padre, Cônego Victor Coelho de Almeida, em Bangu, Rio de Janeiro.
O cônego também não conseguiu controlar os ímpetos do menino e então resolveu manda-lo para o Colégio Redentorista de Santo Afonso, em Aparecida no ano de 1911. Foi a notícia da internação do filho no colégio que fez com que Leão Coelho se convertesse num religioso praticante, ele havia feito uma promessa a Nossa Senhora Aparecida para conseguir educar seu pequeno rebelde.
A Mudança de Comportamento
Quando ingressou no seminário, Vitor, não tinha vontade de ser padre, no entanto, a graça de Deus tocou seu coração. Enquanto estudava ele decidiu que se tornaria um missionário redentorista. No dia 1° de agosto de 1917 recebeu seu primeiro hábito redentorista e então fez seus votos religiosos no dia 2 de agosto de 1918, após um ano de noviciado, na Congregação dos Missionários Redentoristas situado na cidade de Perdões, em São Paulo. Os estudos superiores começaram em Aparecida e prosseguiram na Alemanha no ano de 1920. Ordenou-se padre em Gars am Inn no dia 5 de agosto de 1923 retornando para o Brasil no mês de setembro de 1924.
Conhecendo as Atividades Apostólicas de Padre Vitor Coelho de Almeida
Como padre se dedicou a trabalhar em Santas Missões e também na Rádio Aparecida assim como no Santuário de Aparecida. Demonstrou ser um excelente catequista e se dedicou a cuidar da formação religiosa das crianças para evitar que elas sofressem como ele por falta da presença de Deus em suas vidas. No período entre 1931 e 1940 ele se dedicou a trabalhar como missionário destacando-se por seu carisma como pregador.
As crianças não perdiam a missãozinha que era feita para elas, com seu trabalho único de pregador ele conseguiu atrair multidões. Nesse período Padre Vitor Coelho de Almeida despertou a vocação religiosa de muitos religiosos. Em agosto de 1940 ele passou por uma grave crise de tuberculose sendo internado então no Sanatório da Divina Providência, em Campos do Jordão, em São Paulo.
O tratamento para tuberculose nessa época era bastante doloroso, foram 4 anos de internação – de 1941 a 1944 – sendo que ele até mesmo perdeu um dos pulmões. Padre Vitor costumava dizer que a sua cura se deu pela oração de Padre Eustáquio que o visitou em 1944. Mesmo nessa fase solitária e de muita dor, Padre Vitor, fez a diferença na vida das outras pessoas que estavam internadas.
No ano de 1949 retornou a Aparecida, nesse ano já havia se curado e estava prestes a atender ao novo chamado de Deus, para transmitir a palavra do Senhor na Rádio e no Santuário da cidade religiosa. Deu grande incentivo a fundação da Rádio Aparecida em 1951 e atuou por 36 anos como sua voz. Dentre os assuntos de que ele mais gostava de falar na rádio estavam formação de comunidades rurais, catequese, doutrina social da Igreja e Sagrada Escritura. Seus programas sempre tinham grande audiência.
Padre Vitor Coelho de Almeida com a Imagem de Nossa Senhora Aparecida em Suas Mãos
Fama de Santidade
Padre Vitor era muito humilde tendo dito muitas vezes que não se considerava apto a ser um sacerdote haja vista o seu comportamento na infância. Em vida ele já era reconhecido como santo pela população que encontrava nele uma palavra amiga e que ajudava a direcionar para o bom caminho. Como tinha grande devoção por Nossa Senhora Aparecida passou a ser admirado especialmente pelos romeiros que iam a Aparecida por causa da santa.
O processo de beatificação de Padre Vitor Coelha de Almeida está sob análise no Vaticano.
