É inegável o fato de que a religião é um dos principais assuntos do planeta, já que ele envolve toda uma estrutura que já está enraizada no ser humano. Estima-se que hoje, mais da metade de população do planeta Terra é adepta de alguma religião, sendo contabilizados mais de três mil delas em atividade no mundo. Vale lembrar que nesse meio, existem diversas doutrinas e seitas que podem ser baseadas em uma ideologia específica.
Por exemplo, nesse espectro, quem lidera é o Cristianismo, que fora fundado há mais de dois mil anos por Jesus Cristo, sendo esse uma das principais figuras dessa religião. Inclusive, tal religião foi muito perseguida no início, muito por conta do judaísmo, já que não aceitavam a escolha de Jesus como o messias que fora enviado dos céus por Deus à Terra. Depois de centenas de anos de perseguição, principalmente pelos romanos, a religião foi promulgada como a doutrina oficial do Império Romano. Embora esse anúncio tenha precedido o declínio do Império, tal poder outorgado à instituição cristã foi a chave que precisava para que a religião se colocasse como uma referência social que iria causar uma grande reforma na sociedade que perdura até os dias de hoje.
Todos aprendemos na escola que, até a Idade Média, a Igreja detinha para si um grande poderio, sendo que, qualquer decisão que viesse a ser tomada deveria ter o aval dos sacerdotes. A partir do fim desse período, a Igreja começou a entrar em decadência, mas, ainda assim, exercendo forte influência na vida das pessoas. Hoje, a Igreja não detém todo o poder de outrora, mas ainda é uma peça chave socialmente falando. Não é à toa que, hoje, existam mais de 2,2 bilhões de pessoas espalhadas por todo o mundo que fazem parte de alguma vertente ligada ao Cristianismo.
E, por falar nessas vertentes, é necessário destacar que as três principais são o catolicismo, sendo esse o primeiro a surgir, o protestantismo (que é a base das igrejas evangélicas cristãs) e as Igrejas Ortodoxas, sendo essas últimas conhecidas por interpretarem a Bíblia, que é o livro sagrado aos cristãos mais vendido de todo o mundo, ao pé da letra.
Falando um pouco mais sobre o catolicismo, é uma vertente que se concentra em reconhecer que Jesus é o representante de Deus aqui na Terra e, em seu auxílio, diversas outras pessoas, que tiveram suas vidas reconhecidamente dedicadas a pregar o que a Igreja ensinava às outras pessoas e aplicava tais pregações em sua vida, eram elevados ao posto de beatos e santos da Igreja. É esse o diferencial dessa vertente, sendo que, durante a história da Igreja, já conclamou muitos beatos e santos. E, uma dessas beatas é: Madre Assunta.
Madre Assunta
De origem italiana, Madre Assunta Marchetti nasceu em Lombrici de Camaiore, no dia 15 de agosto do ano de 1871. Desde criança, já mostrava a família e aos seus conhecidos que tinha um dom muito especial, que era de servir aos irmãos e louvar a Deus sob qualquer que fosse a circunstância. Quando começou a ter consciência sobre o seu desejo de servir à Deus, ela disse aos seus pais que queria entregar-se totalmente a uma vida religiosa. Mas, infelizmente, diversos fatores fizeram com que seu sonho se adiasse por um período: o seu pai morreu de repente e sua mãe ficou muito debilitada tempos depois. Além dessas tragédias familiares, o cuidado com a casa ficou sob a responsabilidade de Marchetti.
Deus, no entanto, sabia que Marchetti queria viver a sua vida em Cristo e, em 1895, vem uma chance irrecusável para a futura madre: Seu irmão, que havia virado padre, chamado João Marchetti, a convidou para embarcar com ele em uma missão religiosa, em um país que ela nunca havia ouvido falar senão nas dezenas de livros que lia: o Brasil. Mesmo com o frio na barriga de chegar a um local totalmente desconhecido, Assunta não hesitou e partiu com o irmão rumo às terras tupiniquins. Nessa viagem, vieram além dos dois irmãos Marchetti, a matriarca da família e duas jovens que, assim como Assunta, queriam entregar-se completamente à vida em Cristo.
Os italianos que aqui chegaram se juntaram a João Batista Scalabrini, que era o responsável por essa missão realizada no Brasil. Juntos, fundaram “As Servas dos Órfãos e Abandonados”, que era uma instituição de caridade que tinha por finalidade maior dar abrigo e apoio emocional às crianças e jovens que perdiam seus pais precocemente.
Assunta, por sua vez, nunca se sentiu cansada ao trabalhar em prol dos órfãos: se sentia, inclusive, muito honrada de poder realizar esse tipo de trabalho, já que era uma maneira de empregar tudo aquilo que fora dito por Deus, transformando em boas ações que iriam ajudar o próximo. Com o tempo, Assunta foi percebendo que aquilo era realmente, o que ela queria fazer pelo resto da vida: cuidar de pessoas, buscando dar a elas um alento, um lar, uma provisão e futuro de vida. Com isso, a irmã nunca mais saiu dali, desejando, inclusive, terminar seus dias ao lado do que ela mais gostava: que era as crianças e jovens órfãos do instituto.
E assim, Assunta realizou diversos trabalhos na instituição, se mantendo ativa até o início dos anos 1940, quando um terrível ferimento atacou a Madre e a acompanhou ate os seus últimos dias. Madre Assunta morreu em 1948, no local onde ela sempre desejou terminar sua missão na Terra: a instituição, cercada pelos órfãos e pelas irmãs que a auxiliavam no cuidado desses jovens.
As suas realizações para com os órfãos foram reconhecidas pelo Vaticano, tendo este dado entrada no processo de beatificação da Madre, processo esse que é considerado uma preparação para a canonização, isto é, santificação de Madre Assunta. O processo foi realizado em São Paulo, tendo sido concluído em 1991.
Desde então, diversos foram os milagres e outros relatos que envolvem o nome de Assunta, no qual diversos devotos da Madre começaram a surgir, propagando a ideia de que, agora, Assunta deve ser canonizada.
A oração à Madre Assunta pode ser conferida nesse link.