Antes de começarmos a falar a respeito da religião muçulmana é importante esclarecer uma dúvida bastante comum. Muitas pessoas acreditam que o islamismo e a religião muçulmana são crenças diferentes, mas a verdade é que ambas as nomenclaturas se referem a uma mesma religião.
A filosofia da religião muçulmana baseia-se nos conhecimentos que Deus (chamado por eles de Allah) transmitiu a Maomé e outros profetas (Adão, Abraão, Moisés e Jesus). Os muçulmanos acreditam que estas revelações estão escritas no Alcorão, que é o livro sagrado do islamismo.
Cinco Pilares do Islamismo
O Alcorão aborda grande parte dos aspectos da vida e da cultura muçulmana. Os Cinco Pilares do Islamismo estão descritos no livro sagrado, são as obrigações mais importantes da lei muçulmana e sob as quais todos os muçulmanos devotos devem viver, porque elas são essenciais para agradar a Deus.
- Salah: Rezar 5 vezes por dia
- Ramadã: O jejum do amanhecer ao anoitecer, no mês de Ramadã.
- Hajj: A Peregrinação para a Meca durante o mês de Dhul Hijjah, que é obrigatória uma vez na vida para todos que têm a capacidade de fazê-la.
- Shahada: O Testemunho que não há ninguém digno de adoração exceto Deus e que Maomé é seu mensageiro: “Não há deus senão Alá e Maomé é seu profeta”
- Zakat: A Entrega da Zakaah (caridade), que é um quadragésimo (2,5%) do valor líquido dos bens mantidos por mais de um ano, com poucas exceções, para todo muçulmano. Esse dinheiro é distribuído entre os pobres.
NOTA: Para os xiitas, os Cinco Pilares são descritos como os princípios da religião. A seita xiita considera os cinco pilares sunitas apenas como obrigações, para eles os cinco pilares do Islã são:
- A Unicidade de Deus (tawhid)
- A Justiça de Deus (ADL)
- Profecia (nubuwwah)
- A Liderança da Humanidade (Imamato)
- A Ressurreição (me’ad)
Definição da Religião Muçulmana
O Islã é uma fé monoteísta e a segunda maior religião do mundo, ficando atrás apenas do cristianismo.
Em árabe, Islã significa submissão e é descrito como um modo de vida. Etimologicamente, é derivada da palavra Salam, que significa paz e também uma saudação comum entre muçulmanos. Uma tradução mais precisa da palavra Islã seria a serenidade que é resultado da submissão. A palavra “muçulmano” também está relacionada com a palavra Islã e significa aquele que se submete a Deus.
As Crenças da Religião Muçulmana
Os seguidores do Islã, conhecido como muçulmanos, acreditam que Deus (ou, em Árabe, Allah) revelou sua palavra direcionada para a humanidade a Maomé e outros profetas, incluindo Adão, Abraão, Moisés e Jesus.
Os muçulmanos afirmam que o principal registro escrito dessa revelação à humanidade é o Alcorão, ao qual eles acreditam ser impecável, imutável e a revelação final de Deus. Eles acreditam que algumas partes da Bíblia e da Torá podem ter sido mal interpretadas ou distorcidas por seus seguidores. Com essa perspectiva, eles veem o Alcorão como uma correção das escrituras judaicas e cristãs.
Os muçulmanos sustentam que seguem, essencialmente, a mesma crença que a de todos os mensageiros enviados por Deus para a humanidade desde Adão. Eles veem o judaísmo e o cristianismo como derivações dos ensinamentos de alguns desses profetas e, portanto, os veem como companheiros religiosos. O Islã é dividido em dois ramos principais, baseados, principalmente, em uma discordância histórica sobre a sucessão de autoridade após a morte de Maomé; estes são conhecidos como sunitas e xiitas.
Entretanto, há seis crenças básicas compartilhadas por todos os muçulmanos:
- A crença em Deus, o único e digno de toda adoração.
- A crença nos anjos.
- Crença no Alcorão.
- A crença em todos os Profetas e Mensageiros enviados por Deus.
- Crença no Dia do Juízo (Qiyamah) e na Ressurreição.
- A crença no destino.
Allah: O Deus da Religião Muçulmana
O conceito fundamental da religião muçulmana é a unicidade de Deus. Ele é descrito da seguinte forma no Alcorão: “Ele é Deus, o Único, o mestre auto-suficiente. Ele nunca gerou, nem foi gerado. Não há ninguém comparável a Ele…”
Em árabe, Deus é chamado de Allah, uma contração de al-ilah ou “o único Deus”. Apesar do nome diferente usado para se referir a Deus, os muçulmanos afirmam que eles acreditam na mesma divindade que as religiões judaico-cristãs. No entanto, eles discordam estritamente com a teologia cristã sobre a unidade de Deus (a doutrina da Trindade e que Jesus é o Filho de Deus), vendo-a como semelhante ao politeísmo.
No islamismo não existem imagens ou representações de Deus, porque essas representações artísticas podem levar à idolatria e são, portanto, proibidas. Além disso, muitos muçulmanos acreditam que Deus é incorpóreo, tornando as representações impossíveis. Em vez disso, os muçulmanos descrevem Deus pelos muitos atributos divinos mencionados no Alcorão, e também com os 99 nomes de Allah.
As Leis da Religião Muçulmana
Os muçulmanos consideram as leis islâmicas essenciais para a sua visão religiosa. Para os muçulmanos que vivem em países ocidentais, tais regras deixam de ser relevantes como leis, mas continuam a ser uma fonte de ética pessoal (por exemplo, evitar a carne de porco e álcool).
Atualmente, a lei islâmica tradicional tem sido frequentemente questionada por movimentos liberais que surgiram dentro do Islã. Muitos acreditam que tais regras precisam ser revistas e atualizadas.
A Importância do Alcorão na Religião Muçulmana
O Alcorão é o livro sagrado da Religião Muçulmana. Os muçulmanos acreditam que o Alcorão foi revelado ao profeta Maomé pelo anjo Gabriel em diversas ocasiões entre os anos 610 e a morte de Maomé em 632. Além de memorizar suas revelações, seus seguidores as reproduzem em pergaminhos, pedras, ossos, paus e folhas.
Os muçulmanos acreditam que o Alcorão disponível hoje é o mesmo que foi revelado ao profeta Maomé e aos seus seguidores, que memorizaram suas palavras. Estudiosos aceitam que a versão do Alcorão usada hoje foi compilada pela primeira vez, por escrito, entre 650 e 656.
Existem também inúmeras tradições e muitas teorias quanto à proveniência dos versos reunidos no Alcorão. Entretanto, grande parte dos muçulmanos acredita na versão oficial dada pelos religiosos, de que tudo o que está contido no livro sagrado é proveniente das revelações do Anjo Gabriel.